Na quarta-feira passada, num comunicado aos leitores, o empresário João Carlos Paes Mendonça confirmou o que já se sabia nos bastidores: o fim da edição impressa do Jornal do Commercio. O recado já havia sido dado, há 15 dias, no start da quarentena da pandemia no Estado, quando o jornal passou a chegar aos assinantes apenas no formato digital.
Empreendedor visionário, responsável por uma grife de uma rede de supermercados, o Bompreço, da qual se desfez para contribuir com a face moderna do Nordeste, a expansão de shoppings, Paes Mendonça tirou o JC do fundo do poço, literalmente, após a mais longa e agonizante crise da sua história, que se iniciou na década de 70 e teve seu ápice em 1987, ano que comprou 100% das cotas do periódico.
“Fomos desafiados a reerguer um sistema que, à época, estava com inúmeras dificuldades. Juntos, lutamos durante mais de 30 anos para fazer do Jornal do Commercio e todo o SJCC uma referência em jornalismo independente e comprometido com a sociedade”, diz ele, na nota, para acrescentar: “E fizemos isso. Tenho orgulho da equipe que construímos. E queremos fazer muito mais”. Em seguida, destacou o desafio de entrar na nova era do jornal 100% digital.
Paes Mendonça não fez nenhuma loucura, não inventou a pólvora nem tomou a decisão aleatoriamente. A notícia em papel está fadada a sumir. Já sumiu em grande parte nas grandes potências mundiais, dos Estados Unidos, passando pela Europa e até a Ásia. Não precisa ir muito longe. No Nordeste, o Estado vanguarda na migração dos seus jornais 100% digitais foi a Paraíba, seguido de Alagoas. Em Maceió, aliás, a Gazeta, maior jornal do Estado, só está sendo impresso aos domingos, com dias contados para acabar.
O Ceará, há pouco, viu seu maior jornal, o Diário do Nordeste, virar também 100% digital. A tecnologia e a expansão do fluxo de informações transformaram a sociedade e seus hábitos. O ser humano não precisa nem sair de casa para saber os fatos de sua região ou mesmo de outros lugares do mundo. Basta ligar o rádio, a televisão, ler o jornal digital em seu celular. A Internet é o veículo de comunicação mais revolucionário.
Reúne várias formas (textos, vídeo e áudio), tudo ao mesmo tempo, com a finalidade de informar e atrair o internauta esteja ele onde estiver e a hora que quiser, pois o conteúdo fica disponível 24 horas por dia. Hoje, com os smartphones, é possível receber informações sobre qualquer lugar ou País, em diversas línguas e por inúmeros portais, aplicativos, podcasts, dentre outros formatos digitais.
Como resultado do avanço da divulgação de informação pela internet, jornais impressos já perderam espaço para grandes portais digitais. Acredita-se que somente no ano de 2019, os 10 maiores jornais impressos do Brasil tiveram uma redução de quase 36 mil exemplares.
Isso mostra o impacto de como a informação hoje é buscada e divulgada nos jornais impressos. Por fim, grandes agências de notícias e portais eletrônicos criaram sites que são alimentados a cada minuto com as notícias mais atuais, de diversos nichos de mercado.
Rádio vivo – Muitas pessoas achavam que o rádio teria seu fim decretado com o surgimento da televisão, uma vez que, na opinião de muitas pessoas, ninguém iria querer só escutar quando se podia ver, na tela, um programa. Com o advento da internet, o rádio não desapareceu, está presente com mais rapidez, eficiência e qualidade na maneira de atingir a população. Hoje, a própria televisão está tendo que se reinventar com o surgimento do entretenimento digital. Resistindo, o que não acredito, os jornais terão o desafio de se reinventar, talvez com um tom mais crítico e editorial, pois os portais de informação digital ocupam, cada vez mais, o papel central na divulgação de informação.
Quem é genocida? – Numa conversa, ontem, com este colunista, o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, disse que o Governo Bolsonaro já mandou mais de 36 milhões de doses de vacina para os Estados, mas os governadores, estranhamente, só usaram a metade. “Quem é o genocida no caso? O presidente ou essa leva de governadores?” Machado acha que, além de genocidas, os governadores são incompetentes e relapsos. “O Brasil poderia estar numa situação bem mais avançada se os governadores fossem mais comprometidos com a saúde do povo brasileiro”, desabafou.
Sem roubo – Quanto às críticas à reforma ministerial, Gilson disse que ela se deu no sentido de fazer uma arrumação no Governo. “É natural que a oposição fique buscando encontrar chifre em cabeça de cavalo”, ironizou, adiantando que todos os governos, quando comprometidos com o melhor para a sociedade, têm que operar mudanças, ajustar a máquina. “Bolsonaro faz um governo cuja maior marca é não roubar. Não há corrupção em seu governo e isso o País é testemunha”, afirmou.
Volta das missas – O advogado-geral da União, André Mendonça, pediu, ontem, ao Supremo Tribunal Federal a concessão urgente de medida cautelar para liberar a realização de atividades religiosas presenciais. A AGU solicita a derrubada de decretos, federais, estaduais e municipais, citando a importância das celebrações de Páscoa. A proximidade das celebrações da sexta-feira da Paixão e do Domingo de Páscoa foi a justifica utilizada por Mendonça para pedir a urgência da medida. O advogado-geral afirma que a proibição de atividades religiosas, incluindo atividades sem aglomeração, viola o direito de crença, com “excessivo impacto sobre o direito à liberdade de religião”.
Defesa do teto – O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saiu em defesa do teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas públicas à inflação) e falou na necessidade de mais cortes no Orçamento de 2021. Antes antagonista de Paulo Guedes, Maia defendeu a tese do ministro da Economia na disputa contra o Centrão – grupo de partidos sem coloração ideológica clara que adere aos mais diferentes governos. Guedes quer cortes por meio de vetos, ou, em último caso, a derrubada integral do texto. “O relator cortou R$ 10 bilhões do orçamento. Só que precisa cortar mais R$ 25 bilhões para cumprir o teto de gastos”.
CURTAS
VACINAS – O Estado recebeu, ontem, mais 394.650 doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 32.250 doses da AstraZeneca e 362.400 doses da Coronavac. Com as novas unidades, o Governo anunciou que vai começar a imunizar profissionais de segurança pública, já que esses trabalhadores foram incluídos nas prioridades do Plano Nacional de Imunização (PNI).
VERGONHA – No momento em que a rede pública de saúde do País registra falta de leitos e de medicamentos para atender pacientes da covid-19, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), elevou em 170% o limite de despesas médicas de deputados na rede privada. O valor que pode ser reembolsado com dinheiro público passou de R$ 50 mil para R$ 135,4 mil. Pelas regras internas, gastos acima disso também podem ser devolvidos ao parlamentar, mas apenas após aval da Mesa Diretora da Casa.
Perguntar não ofende: Qual o maior Judas brasileiro?
Fonte:
Blog do Magno Martins.
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