A plataforma de comunicação Zoom vivenciou o seu auge em 2020. Com uma pandemia em andamento, exigindo que as pessoas se relacionassem por meio de telas, poder reunir até 100 pessoas – ainda que por apenas 40 minutos – foi a tábua de salvação durante o isolamento social.
Do home office à escola, passando pelas festas de aniversário e confraternizações de fim de ano, boa grande das relações foram mediadas pelo Zoom em 2020.
Os resultados nas bolsas de valores não poderiam ser diferentes do sucesso absoluto. No penúltimo trimestre do ano, período que considera os meses de julho, agosto e setembro, a companhia bateu recordes. Sua receita total chegou a US$ 777,2 bilhões, representando aumento de 367% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido da empresa ficou em US$ 198,4 milhões, ou US$ 0,66 por ação negociada na bolsa.
Embora os resultados do quarto trimestre ainda não tenham sido divulgados, a expectativa é de que a receita total do Zoom fique entre US$ 806 a 811 milhões. Os números são bons, mas analistas avaliam com cautela.
Vacina é ponto de atenção
Embora as projeções sejam positivas, os resultados da companhia não animaram os investidores e os papeis chegaram a registrar queda de 14% logo após a divulgação do balanço trimestral. Isso porque os dados mostram ligeira desaceleração no crescimento da receita no fechamento do ano fiscal.
A responsabilidade para a queda no ritmo de crescimento pode ter sido a descoberta da vacina contra a covid-19. O início da imunização em diversos países deve mudar o cenário mundial da crise sanitária ainda no primeiro semestre de 2021. A vacinação pode comprometer consideravelmente a popularidade da plataforma de comunicação virtual.
No ramo empresarial, ainda que muitas empresas tenham abraçado o trabalho remoto, há aquelas que o vê como uma limitação à produtividade da equipe. Sendo assim, tão logo seja possível, os times estarão no mesmo espaço físico, tornando as chamadas de vídeo desnecessárias.
A estratégia da Zoom para o pós-pandemia
A vacina representa uma ameaça para o Zoom, mas mesmo após a imunização em massa da população, a mudança não será imediata. Há quem acredite que os escritórios nunca mais serão os mesmos. A previsão é de que seja implementado um sistema de trabalho híbrido – pontual ou permanentemente – adiando, consideravelmente, o ostracismo da Zoom.
De toda forma, os responsáveis pela empresa não estão de braços cruzados. De olho nessa possível reviravolta, a companhia já está trabalhando em inovações e melhorias para garantir o espaço conquistado até aqui quando o panorama mundial mudar.
Além ter melhorado seu sistema de segurança que foi alvo de ataques logo no começo da pandemia, fazendo uso de criptografia, a companhia quer ir além. Quando as videochamadas já não forem mais tão necessárias como são neste momento, a ideia é ampliar as possibilidades da plataforma.
Está em fase de testes nos Estados Unidos o OnZoom, que permite hospedar eventos virtuais de todos os tipos. De seminários a cursos de culinária e workshops de meditação. Se der certo, a ideia é ampliar esse recurso para o mundo todo.
Além disso, estão sendo adicionados meios para que aplicativos de terceiros, como o Dropbox, possam ser plugados na plataforma de chat. A Zoom lançou o seu próprio kit de software que permite a implementação de suas funções em aplicativos criados por desenvolvedores externos.
A divulgação dos resultados do último trimestre de 2020 para o Zoom vai indicar como o mercado tende a reagir a essas previsões pós-pandêmicas.
Fonte: Blog de Jamildo.
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