JOSÉ MATHEUS SANTOS, MATHEUS DE MOURA, MARIANA ZYLBERKAN, PAULO EDUARDO DIAS, JOÃO PEDRO PITOMBO E LEONARDO AUGUSTO
RECIFE, PE, RIO DE JANEIRO, RJ, SÃO PAULO, SP, SALVADOR, BA, E BELO HORIZONTE, MG
O Brasil se reencontrou oficialmente com sua festa mais popular. Multidões tomaram capitais do país desde a noite de sexta (17) e atravessaram o sábado (18) festejando a volta dos principais cortejos de blocos de Carnaval, finalmente liberados para ir às ruas após a pausa forçada pela pandemia de Covid-19.
Gigantes da folia retornaram em sua plenitude. Entre eles, o Galo da Madrugada reinou em Recife para fazer valer a fama de maior do mundo.
Trinta trios elétricos fizeram ecoar as vozes de artistas de diferentes gerações durante nove horas e por um percurso de quase sete quilômetros. Pabllo Vittar, Maria Gadu, Fafá de Belém e Juliette estavam entre as atrações.
“Agora estamos sentindo a realidade e vendo o povo na rua. A força do povo faz o Galo da Madrugada se fortalecer”, afirmou Rômulo Meneses, presidente do Galo da Madrugada. “A ficha caiu”, disse.
Segundo a organização, o público ultrapassou 2,5 milhões de foliões na edição de 2023, com cerca de 30 mil pessoas trabalhando direta e indiretamente no evento.
No Rio de Janeiro, o centenário Cordão da Bola Preta foi o responsável pela abertura oficial do Carnaval carioca.
Patrimônio cultural do município desde 2007, o megabloco carregou uma massa de foliões com suas marchinhas e sambas-enredos históricos pelo centro da capital fluminense.
O desfile, com o público em preto e branco, e o encerramento com a famosa “Cidade Maravilhosa” entoada pelos foliões é uma das tradições da largada da festa carioca.
Ao todo, a cidade do Rio terá mais de 450 desfiles, considerando também os blocos que fizeram o pré-Carnaval.
Ainda era tarde de sábado quando Ivete Sangalo retomou o seu posto de estrela do Carnaval baiano para comandar o bloco Coruja, no circuito Barra-Ondina, em Salvador.
Amontoados no entorno dos trios elétricos parados na altura do Farol da Barra, foliões tentavam chegar mais perto da cantora, que decidiu baixar a pressão para evitar acidentes devido ao aperto na avenida estreita demais para tanta gente.
Músicas mais lentas para desestimular o empurra-empurra. Ivete emendou canções como “Flores” e a mais nova “Só Love na Cabeça”.
No bloco, parte dos foliões usava tiaras com a expressão “Cria da Ivete”, principal aposta da cantora baiana para o Carnaval. A música de trabalho foi cantada quando o bloco inteiro já havia ganhado a avenida Oceânica.
Milhares de foliões se aglomeraram também fora das cordas que demarcavam o espaço do trio elétrico.
“Hoje a gente tá na esbórnia, a gente vai brincar muito”, gritou Ivete.
No mar, dezenas de lanchas repletas de foliões acompanhavam o desfile na praia da Barra.
O circuito ainda contou com outras atrações aguardadas, como o cantor Bell Marques, que surpreendeu com um improvável dueto com a sertaneja Paula Fernandes.
Cantaram uma versão axé de “Evidências”, consagrada por Chitãozinho e Xororó. “Estou toda arrepiada”, disse a cantora, após a participação em cima do trio elétrico.
Ainda no início do desfile, um dos cordeiros do bloco desmaiou e precisou ser socorrido.
Depois de um pré-Carnaval que transformou ruas em um mar de gente, a cidade de São Paulo teve um sábado carnavalesco esfriado pela chuva e um com um tropeço de um dos seus blocos mais populares.
O Tarado Ni Você voltou a ocupar a esquina das avenidas Ipiranga com São João, no centro paulistano, após quase ficar de fora do Carnaval por ter perdido o prazo de inscrição.
Foliões se mobilizaram nas redes sociais e a Secretaria Municipal de Cultura voltou atrás na decisão e incluiu o bloco na programação oficial.
Na esquina histórica e com repertório inspirado nas músicas de Caetano Veloso, o cortejo recebeu um número de foliões abaixo do esperado.
Se faltou gente no centro, sobrou na Faria Lima, na zona oeste da capital. Na avenida que é sinônimo do mercado financeiro do país, o Bloco das Gloriosas, comandado pela cantora Gloria Groove, precisou ser encerrado antes da hora por causa de superlotação. O pedido para o megabloco desligar o volume mais cedo partiu da prefeitura.
Belo Horizonte também mostrou que tem tudo para fazer o povo dançar na rua. Logo na abertura da festa, neste sábado (19), O Então, Brilha, primeiro bloco a desfilar, levou milhares de foliões à região central da capital mineira. Funks das antigas fizeram o público cantar: “Vou passar cerol na mão”.
Por FolhaPress]Fonte: Jornal de Brasília.
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