quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Raquel e os entraves iniciais do governo

 

A governadora Raquel Lyra (PSDB) tomou uma decisão no seu terceiro dia como chefe do executivo que caiu como uma bomba entre os comissionados que até então pensaram que a exoneração nunca chegaria depois de dezesseis anos de governo. Todos sabem que a maioria em peso dos cargos comissionados são de indicação política (se não todos) e que dificilmente seriam mantidos pela governadora que foi eleita com apoio de um grupo que via de regra do jogo requer esses espaços.

A nomeação em cargo de comissão é livre. Tanto para nomear, quanto para demitir. Quem quer estabilidade no serviço público precisa passar por concurso público e aí sim,  terá todo o direito e garantia da Lei, e a estabilidade é apenas um dele. Seria ingenuidade demais achar que porque passou pelos quatro governos do PSB como comissionado ficaria de boa em uma gestão que não ajudou a eleger. Não é nada de novidade e nem coisa de outro mundo, basta olhar o que o presidente Lula fez e em uma canetada colocou um monte de gente pra fora.

Com a exoneração de cargos comissionados, Raquel agora ficará livre para formatar o governo que ela quer, do seu jeito e com as pessoas que lutaram com ela. O jogo é este. O que acredito que tenha sido pesado na mão do decreto governamental é com relação às licenças (prêmios) e cessões, por se tratar de direito adquirido. Sem contar que muitos servidores já tiveram este direito negado durante a gestão de Paulo Câmara. Creio ainda que a governadora deverá estar observando caso a caso principalmente nos órgãos onde não existe ônus para o estado (ou seja quem pede o servidor é quem paga). 

Embora discordando em parte do decreto, ele é sim necessário para que a tucana conheça de fato a máquina estadual e o seu tamanho. Quanto ao tumulto e o alvoroço do início do governo é algo normal, afinal de contas o partido que saiu estava a dezesseis anos e não dezesseis dias. Muita gente, incluindo os comissionados, "se acostumou por lá como se efetivo fosse".

Exagerou - A candidata derrotada ao governo, Marília Arraes (SD), usou suas redes sociais para criticar o decreto de Raquel Lyra (PSDB) e exagerou e muita na dosagem ao citar o bolsonarismo e dizer que a atitude mostra que o "ovo da serpente está sendo gestado". A crítica da deputada que já se colocou como liderança da oposição foi numa dose bastante exagerada ou surfando na onda da torcida do contra.

Espaço - Os cargos comissionados que foram exonerados em sua maioria são frutos de indicações políticas que lideranças que apoiaram Marília no segundo turno e muitos chegaram a exigir que continuassem com o mesmo espaço, algo que foi acatado por ela. Já no silêncio, alguns políticos que nunca tiveram vez na gestão do PSB comemoraram e viram como sendo uma oportunidade de poder indicar aliados nos municípios. E assim, segue o jogo.

Reorganização - O Governo do Estado emitiu nota explicando que o decreto tanta de uma reorganização da máquina estadual. "Com o objetivo de reorganizar a máquina pública estadual e possibilitar maior eficiência na entrega dos serviços públicos à população, a governadora Raquel Lyra determinou, no segundo decreto após a sua posse (decreto estadual 54.393), a exoneração de todos os servidores comissionados da administração direta, autarquias e fundações e também, no caso dos servidores efetivos, a dispensa do exercício de funções gratificadas de supervisão, apoio e assessoramento".

Agenda - A governadora Raquel Lyra se reúne nesta quarta-feira (04), às 10 da manhã com os novos secretários e secretárias do Governo de Pernambuco no Palácio. Uma das pautas deve ser justamente a reorganização administrativa.

Silvinho Silva, editor do Blog
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Fonte: Blog do Silvinho.

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