segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Partidos encaixam peças no xadrez político faltando pouco menos de um ano para eleições no Recife

João Campos é o atual prefeito do Recife (Marcos Pastich/PCR)
João Campos é o atual prefeito do Recife (Marcos Pastich/PCR)
As próximas eleições municipais já tem data marcada há algum tempo. O primeiro turno está previsto para acontecer no dia 6 de outubro de 2024.

Embora pareça pouco tempo, na política prevalece a ideia de que um mês muda muito e um ano muda tudo.
 
O PSB do atual prefeito do Recife, João Campos, já aposta alto no futuro político do gestor e começa a articular com outros partidos em bastidor para a reeleição, que já é dada como “certa” para alguns interlocutores. 

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A alta aprovação e boa equipe de marketing contribuíram para a criação de um “animal político” e desbancá-lo deve ser um grande desafio para a oposição.
 
Os articuladores antagonistas a João Campos esperam, já que um passo em falso pode custar caríssimo nas urnas.
 
Ainda assim, já é possível traçar um pequeno panorama de como estão os principais partidos, que devem participar de alguma maneira do embate. 

PDT e a vice

Embora o partido tenha a atual vice-prefeita Isabella de Roldão e alguma participação em cargos da gestão, a parceria deve ser continuada de outra maneira. O ponto é que o PDT se apequenou nas eleições de 2022, em todos os cenários.

A máquina política do PT de Lula e a renovação da aliança com o atual prefeito corroboram o interesse em ficar com a vice-prefeitura da capital.
 
Restam ao PDT duas saídas: continuar na base do governo e se contentar com outros cargos do primeiro e segundo escalão ou aliar-se a algum nome forte da oposição. Até o momento prevalece a primeira opção. 

Federação

Especula-se que federação PT/PV/PCdoB tem o plano de utilizar 2024 como termômetro para 2026. O conjunto de partidos tem a seu favor o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vão articular ao máximo para eleger vereadores e prefeitos em peso.

No Recife, a conjuntura com João Campos favorece uma vice-candidatura petista. Alguns interlocutores do partido interpretam o gesto como necessário para ganhar politicamente em 2026.
 
Uma ala do Partido dos Trabalhadores, no entanto, ainda enxerga potencial em uma candidatura majoritária. Tudo deve ser decidido com muito debate (como sempre é), entre os filiados. PV e PCdoB devem seguir a cartilha petista, escolhendo um cabeça de chapa de cada partido para pleitear a vereança na capital pernambucana. 

PSDB/Cidadania

A federação que abriga a governadora Raquel Lyra (PSDB) e a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) não deve abrir mão de encabeçar a oposição. É natural que a rivalidade política entre os Executivos Estadual e Municipal gere dissidências.
 
Nesse sentido, se especula que a própria Priscila Krause ou o secretário estadual do Turismo e Lazer, Daniel Coelho (Cidadania), sejam lançados à disputa.

O trio está alinhado desde a pré-campanha e Daniel e Priscila são dois nomes com força na Região Metropolitana, com histórico de boa votação e aprovação em pleitos anteriores. Há ainda a possibilidade de costura com o PSD de Gilberto Kassab para uma migração partidária do futuro candidato, estratégia plausível para bater de frente com o atual prefeito, já que a legenda tem à disposição mais recursos e tempo de TV do que os federados PSDB e Cidadania. 

O PP também deve abrir diversas frentes com a governadora Raquel Lyra em diversos municípios pernambucanos.
 
No Recife, não deve ser diferente. Seja com uma candidatura de suporte ao atual governo ou com um nome forte, o caminho natural é a aliança entre os grupos políticos da governadora e de Eduardo da Fonte. 

União Brasil

Mesmo com o recente “acerto de contas” entre o grupo de Fernando Bezerra Coelho e o prefeito João Campos, que culminou na nomeação de Antonio Coelho para a Secretaria do Turismo, uma parte do partido defende que essa costura é “exclusiva dos Coelhos e nada tem a ver com o diretório municipal”. A aliança deve ter algum peso na decisão final, mas o partido ainda não tem posição concreta para a próxima disputa na capital. 

MDB

Outro partido que vive um impasse, o MDB faz parte da tradicional Frente Popular há muitos anos, mas o recente desempenho e ciclo de reformulação interna faz uma parte dos diretórios estadual e municipal sonharem com uma candidatura própria, que deve ser discutida (ou não) no começo do próximo ano. 

PL 

O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro já dá como certa a candidatura do ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto. A “aposta” ainda terá que ser testada, já que Gilson é um nome com mais popularidade no Agreste. Ainda assim, a candidatura servirá para “reacender” o discurso polarizado de Lula X Bolsonaro a nível municipal. 

PSol/Rede

Outra federação que encontra dificuldades em achar um caminho das pedras, enquanto de um lado diversos nomes como Dani Portela (PSol), Ivan Moraes (PSol) e João Arnaldo (PSol) disputam o nome para a disputa majoritária internamente, do outro, a Rede sequer decidiu se dará o aval, ou se também pretende entrar na briga por um nome de dentro do partido.
 
Túlio Gadelha, por exemplo, já manifestou interesse publicamente na prefeitura como um nome de apoio à governadora, o que é um contrassenso dentro da federação. 

Fonte: Diário de PE.

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