quinta-feira, 27 de abril de 2023

Audiência pública discutiu segurança nas escolas

 

Nesta quinta-feira (27), no plenarinho da Câmara Municipal, a vereadora Liana Cirne (PT) promoveu uma audiência pública para discutir sobre a segurança nas escolas do País. Participaram do evento representantes do governo, sindicatos, educadores, estudantes e pais.

Durante a audiência, Liana Cirne ressaltou a importância de tratar o tema e lamentou a violência dirigida aos educadores 

“Estamos falando de um espaço que de certa forma foi sacralizado por nós, que é a sala de aula, e que tem sido objeto de ações muito violentas. É a culminância de um processo de violência que a gente vem sentindo há muito tempo, que é o bullying, além de uma cobrança desmedida em relação ao desempenho escolar de crianças e adolescentes. E também de uma violência cruel contra as professoras e os professores que desde a famigerada Escola Sem Partido têm sido objeto de constrangimento com os próprios pais ensinando os filhos a desrespeitarem os professores”, afirmou a vereadora.

Diante da necessidade de ação do poder público, a senadora Teresa Leitão (PT) assegurou que as casas legislativas estão avaliando formas de combater novos ataques, reiterando que a situação não tem uma solução simples.

 “Estão sendo propostas ações como a colocação de catracas, reconhecimento facial, detector de metal e policial armado. Os Estados Unidos investiram milhões de dólares em ações semelhantes e nada teve solução”, defendeu a senadora. 

Jaqueline Dornelas, representante do Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (SIMPERE), citou a orientação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e sugeriu uma política comprometida com a democracia.

“A CNTE orientou as suas entidades filiadas para não sucumbirem a esses ataques nas redes sociais e não contribuírem para institucionalizar o pânico nas escolas. Porque isso é interesse dos grupos nazifascistas que estão utilizando as redes sociais para impor à sociedade brasileira a pauta social que foi derrotada nas últimas eleições. A gente deve cobrar dos governos estaduais e municipais uma política educacional comprometida com uma escola democrática, pública, que caiba dentro dela toda as populações expurgando todo o tipo de preconceito”.

A professora Ivete Caetano, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (SINTEPE), destacou uma série de medidas que devem ser retomadas com o objetivo de humanizar as unidades educacionais. 


A estudante Raíza Dias, representante dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco, reafirmou o valor de uma educação libertadora e citou a aplicação da Lei 13985/ 2019, a qual dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica.

“Uma educação livre dessas opressões que adoecem diariamente a nossa juventude e que coloca caminhos para o ódio. Há muito tempo se faz latente, dentro da nossa educação, o cumprimento da Lei 13985/2019 que assegura o acompanhamento serviço social e psicológico porque é algo que nós sentimos falta. A gente precisa criar uma rede de acompanhamento do adoecimento mental dos nossos jovens para que a gente não caia nas armadilhas que estão postas”.

Hamilton Bezerra, presidente do Sindicato dos Professores de Pernambuco (Sinpro), criticou a cultura da violência formada e acelerada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

 “O governo Bolsonaro trouxe a escola domiciliar, militar, venda de armas e estamos todos pagando os erros de 2018. E era uma ilusão achar que a violência não chegaria à escola. E ela chegou. Infelizmente, a sociedade é violenta, desigual, machista, homofóbica e individualista. Agora é torcer que o programa de desenvolvimento do governo do presidente Lula tome corpo, gere emprego, igualdade e investimentos em educação e saúde”.


Crescimento de ataques


Ao longo do último ano, a frequência de ataques a escolas cresceu no Brasil, com 5 ataques fatais registrados desde setembro de 2022 até abril de 2023. O ataque mais recente ocorreu no dia cinco de abril em uma creche em Santa Catarina. Quatro crianças ficaram feridas e outras quatro morreram. O massacre foi feito menos de um mês depois que um adolescente de 13 anos matou uma professora a facadas em uma escola estadual em São Paulo.

Fonte:Blog da Folha de PE.

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