Com 2022 no radar, DEM, PSDB e PDT já vinham se debruçando, nos bastidores, sobre conversas no sentido de construírem uma terceira via para a corrida presidencial. Há 15 dias, essas legendas e outras de centro, como Cidadania, PV, Podemos, MDB e Solidariedade, protagonizaram um almoço, em Brasília, em sinalização de que estão empenhadas em oferecer alternativas à população. Ontem, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, responsável pela articulação do referido almoço, ao lado de Ciro Gomes e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, protagonizaram o 1º Debate dos Presidenciáveis do Centro Democrático, promovido pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com o Estadão. Com seus nomes cotados para a corrida pelo Planalto, os três abordaram a necessidade de buscar convergências a despeito do enfrentamento de ideias. Em comum, deixaram claro que rechaçam tanto as práticas do governo Bolsonaro como o modus operandi dos governos petistas. Focando em propostas, deram esse recado de forma sutil. Ciro, em sua conclusão, disse que o Brasil está na "pior crise em toda a história", apontou: "acúmulo desse genocídio, o desastre social, econômico e moral". Então, advertiu: "Se nós repetimos os mesmos remédios, os mesmos personagens, não há nenhuma razão para supor que vamos sair desse desastre".
Mandetta chamou a atenção para a necessidade de "diálogo", falou em "civilidade", recordou os 13 milhões de desempregados, se referindo ao governo Dilma Rousseff, e seguiu mencionando "escândalo de roubalheira sem fim" da época. Antes, já havia criticado a ação de "negociar em cima de vacina", definindo isso como "crime principal" do atual governo. Fez menção a 2018, quando Bolsonaro foi eleito, e a "bandeiras que pareciam claras, como combater corrupção e crime organizado", e prosseguiu: "Recebemos frustração". Ao final, pregou "união, inclusive união política". Eduardo Leite encerrou jogando luz sobre o tema meio ambiente e pediu "respeito à diversidade", motes sobre os quais o governo Bolsonaro tem sido instado a se explicar. O tucano, então, defendeu que é preciso "retomar o debate no centro", "um centro avante". Pregou eficiência e modernização da máquina pública, aliado a ações de proteção social. Com argumentos distintos, os três passaram a mensagem de que não farão opção nem pelo presidente Jair Bolsonaro, nem pelo ex-presidente Lula no ano que vem, consenso que fora anunciado após o almoço do último dia 16.
Depoimento de Barros adiado
Ainda não há data nova para ausculta do líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros, na CPI da Pandemia. Como a coluna antecipou ontem, o depoimento dele que, inicialmente, seria na próxima quinta-feira, acabou adiado após movimento de senadores de Oposição e independentes que defendem a necessidade de juntarem mais munição antes de ouvi-lo.
Apelo > Ontem, em seu Twitter, Ricardo Barros lamentou: "Quero falar à CPI e ao Brasil o quanto antes. Lamento o adiamento, sem motivo, da minha participação que seria na próxima quinta. Peço aos membros da CPI que me ouçam o quanto antes para que eu esclareça todos os fatos e prove a minha boa conduta".
Coxias > Senadores do G7 avaliaram que o presidente Omar Aziz "caiu na conversa do governo" ao marcar logo ida de Barros.
Cronograma > Na próxima terça, a CPI vai ouvir Regina Célia, a servidora do Ministério da Saúde. Na quarta, será ouvido o ex-diretor do ministério, Roberto Dias. Na quinta, fala a diretora de Integridade, Carolina Palhares. Na sexta, os senadores vão até o Rio de Janeiro ouvir Wilson Witzel, se ele confirmar.
Fonte
:Folha de PE.
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