Quanto mais se aproximam os prazos a serem cumpridos para as eleições de 22, que já bate à porta, mais dúvidas aparecem em relação à unidade das oposições e ao nome que despontará como alternativa para o conjunto dessas forças que se opõem ao PSB. Os três pré-candidatos – Miguel Coelho (MDB), Raquel Lyra (PSDB) e Anderson Ferreira (PL) – têm algo em comum: a perda do poder nos municípios que governam, Petrolina, Caruaru e Jaboatão, respectivamente, se vierem a renunciar.
Raquel, que criou ânimo nos últimos dias, não vai abrir mão de governar a capital do Agreste por mais dois anos e oito meses, se não tiver a certeza do apoio de Miguel e de Anderson. Isso se aplica também aos prefeitos de Petrolina e Jaboatão. Raquel recebeu Miguel na última quarta-feira em Caruaru. Jogaram confetes um no outro, mas não chegaram a lugar nenhum. Além das dificuldades de um abrir o projeto majoritário de 22 para o outro, há um passado de desconfiança na relação dos dois grupos políticos.
Lá atrás, quando Fernando Bezerra Coelho, pai de Miguel, disputou o Senado, posto por Eduardo Campos, João Lyra impôs dificuldades, negando-se a apoiar o representante do clã na chapa majoritária planejada e costurada com muita paciência por Eduardo. Nem Lyra confia nos Coelho nem os próprios Coelho põem a mão no fogo pelos Lyra. Isso até os mais neófitos em política não questionam.
Os caciques Fernando Bezerra e João Lyra não são capazes, hoje, de trocarem amenidades, porque não se toleram na relação quase inexistente, marcada pela desconfiança recíproca. Terceiro personagem do jogo sucessório no campo da oposição, Anderson Ferreira também não sai candidato a governador se não tiver a sólida convicção de que Miguel e Raquel estarão em seu palanque.
Há quem diga que Anderson aceitaria disputar o Senado, abrindo espaço para viabilizar Miguel ou Raquel para o Governo do Estado, mas se esses dois não se entenderem, numa unidade, o prefeito de Jaboatão joga a toalha para o Senado, porque também tem muito o que perder: a Prefeitura de Jaboatão.
Priscila, o nome – Se Miguel não abre para Raquel nem Anderson também e vice-versa, alguém teria que surgir como alternativa para se construir o palanque da oposição. Segundo o que se comenta nos bastidores, quem poderia ir para o sacrifício de botar a sua reeleição no arquivo de deputada estadual seria Priscila Krause, do DEM. "Priscila seria a Krause de saia de 94", interpreta um cientista político com amplo conhecimento do histórico político estadual. Mas há quem desconfie da disposição de Priscila de entrar nessa aventura, principalmente se o candidato do PSB vier a contar com o apoio do ex-presidente Lula.
No Sertão, mas em descanso – Pré-candidata ao Governo do Estado, a tucana Raquel Lyra aterrissou em Triunfo, ontem, mas para um fim de semana de relax. Quer curtir o frio da chamada Gramado nordestina, sem abrir espaço para agenda política. "Vou levar meus filhos para conhecer a cidade e seu friozinho gostoso", disse nos estúdios da rádio Cultura, em Caruaru, quinta-feira passada, ao final da mesa redonda do Frente a Frente com as colegas prefeitas de Bezerros, Lucielle Laurentino e Juliana de Chaparral, ambas do DEM, de Bezerros e Casinhas, respectivamente.
Pai sai estadual – Perguntei a Raquel Lyra, já fora do ar, se o seu marido Fernando sairá candidato a deputado estadual, conforme se especula. Não disse nem sim nem não. Informou que a gestão estava tomando muito o seu tempo e que não havia tratado do assunto com o primeiro-damo. Um amigo da família, entretanto, aposta que o estadual do grupo dela será o pai, o ex-governador João Lyra Neto, mas na hipótese de a tucana não disputar o Governo do Estado.
Festa de arromba – O presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, estará em Caruaru na próxima terça-feira para prestigiar a inauguração da nova sede da instituição na cidade, que ficou com uma bela estrutura moderna. Entre Caruaru e os municípios do Agreste há mais de três mil advogados filiados à regional da OAB. Além de Santa Cruz, estarão presentes a prefeita Raquel Lyra, o presidente estadual da OAB e prefeitos da região. A nova estrutura custou mais de R$ 1 milhão, segundo o presidente Fernando Júnior.
Olho na Câmara – Ex-senador por quase dois anos, tempo que substituiu Armando Monteiro quando este assumiu o Ministério do Desenvolvimento no Governo Dilma, o empresário Douglas Cintra já decidiu que disputará um mandato de deputado federal nas eleições do próximo ano. Como senador, Douglas teve uma boa presença no Congresso. Recentemente, assumiu a Sudene, mas por pouco tempo em razão de problemas derivados da briga de espaço entre partidos da base do Governo Bolsonaro.
CURTAS
NO PAJEÚ – Já no Sertão do Pajeú, depois de iniciar a semana por Brasília, onde entrevistei o presidente Bolsonaro com exclusividade para a Rede Nordeste de Rádio, promovo, na próxima segunda-feira, dos estúdios da rádio Pajeú, em Afogados da Ingazeira, uma mesa redonda com os prefeitos de Afogados da Ingazeira, Serra Talhada e Carnaíba. Na pauta, os seis meses de gestão.
NA REDE – Já na próxima terça-feira, quem concede entrevista ao Frente a Frente, com geração pela Rede Nordeste de Rádio, é o governador do Rio Grande do Sul, o tucano Eduardo Leite. Vou tratar com ele sobre sua possível candidatura ao Palácio do Planalto em 22 na condição da construção da chamada terceira via presidencial.
Perguntar não ofende: Dá para acreditar na quebra da polarização presidencial entre Bolsonaro e Lula?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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