sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

PSB e PT: Foi bom enquanto durou

O PT resolveu sair de vez dos governos do PSB. Pouco antes da eleição, o partido já tinha entregue a Secretaria de Saneamento do Recife que era comandada por Oscar Barreto, e agora após a entrega do cargo da Secretaria de Desenvolvimento Agrário que vai para o comando do PP, o partido de Lula não fará mais parte do governo estadual e terá uma independência na Assembleia Legislativa onde tem três representantes.

O estopim, segundo a própria nota do presidente petista, Doriel Barros, foi a agressão do PSB para com o PT na disputa pela prefeitura em 2020. Segundo a nota, "o tratamento do PSB com o PT foi inaceitável, desrespeitoso e incompatível com o histórico de relacionamento de nível elevado entre nossas siglas".

A grande reflexão que se faz nesse momento é: Em quem o PSB está colocando sua confiança para 2022? Em 2013, o partido rompeu com o PT e lançou Eduardo Campos à presidência em um cenário que a rejeição de Dilma ia lá para às alturas. O ex-governador de Pernambuco vinha com uma candidatura ascendente, até que veio o trágico acidente que o vitimou. Mas dessa vez, o PSB não tem até o momento um nome sequer para enfrentar uma disputa presidencial que provavelmente se dará entre Bolsonaro e a esquerda que pode ser representada por Fernando Haddad que teria o apoio de Lula e Ciro Gomes, isso para ficar apenas no campo da esquerda. Outras candidaturas também aparecem como o ex-ministro Sérgio Moro, o apresentador Luciano Huck e o governador João Doria.

O caso é que o ano de 2022 ainda é uma enorme interrogação. Não se sabe se o presidente Bolsonaro virá forte para sua reeleição, e nem tampouco quem será o candidato que irá polarizar com ele. O histórico de polarização do PT, no entanto, é enorme. Desde 1989, o PT polarizou todas as disputas presidenciais com ou sem Lula. 

Uma coisa é uma eleição disputada pelo PSB e o PT no Recife, onde o antipetismo fala mais alto e outra coisa bem diferente é o interior do estado local no qual a lembrança da era Lula ainda é muito forte. Nem o PSB e nem o PT tem às respostas necessárias para os questionamentos de um futuro eleitoral, e como bem dizem algumas fontes que esse é apenas um momento e que lá na frente os dois estarão juntos novamente. 

Ou como uma velha raposa da política comentou ontem por ocasião de ter tomado conhecimento através deste Blog que o PT se afastou do Governo do PSB. "O PSB sabe bem que o PT é uma laranja que embora já tenha sido consumida, tem muito caldo ainda para dar". Aguardemos os próximos capítulos dessa novela.

Saldo Positivo - Na mesma nota em que anuncia a saída do governo, o Presidente Estadual da legenda, Doriel Barros, disse que a união do PSB e o PT foi ótima para ambos os partidos. O PT conseguiu eleger nomes para a Câmara Federal, ALEPE e para o senado. E o PSB, obteve a reeleição do Governador Paulo Câmara. Em 2014, quando o PT e o PSB se separaram, o Partido dos Trabalhadores não conseguiu eleger um nome sequer para representar Pernambuco na capital federal.

Construindo pontes - O senador Humberto Costa não disse nada até o momento sobre uma provável candidatura sua ao governo do estado. A deputada Marília Arraes chegou a lançar o próprio Humberto para disputar a prefeitura do Recife. A declaração foi dada em entrevista no ano de 2019. Logo após, Marília recuou e buscou ser e conseguiu, a candidata do partido na capital, contra a vontade do próprio Humberto.

Corpo Mole - O PSB e o PT estariam muito bem e sem nenhum atropelo se por um acaso o partido não tivesse entrado na disputa pela prefeitura e permanecesse na frente popular. A "ousadia" do PT em tentar tirar o PSB do comando da capital custou o espaço tanto que era da prefeitura quanto o que era do governo do estado. Nos bastidores a conversa é que o PSB não soube agraciar quem realmente deu a cara na campanha de João Campos. Segundo algumas fontes, figuras importantes do PP fizeram corpo mole justamente porque às pesquisas de intenção de votos não passavam uma certeza da vitória de João.

Sem divisão - Se no Recife várias candidaturas do campo de direita e de centro  beneficiariam o PSB e PT ao levá-los ao segundo turno, na disputa estadual o mais provável é que não haja uma polarização e que caso dispute o PSB e o PT e um nome do centro-direita, esta última candidatura será a maior beneficiada e carimba de vez o passaporte para o segundo turno onde deverá enfrentar alguém que venha dos dois partidos.

Unidade e divisão - Se não conseguem se unir na disputa pelo Recife, quando a disputa passa a ser de nível estadual, a oposição sabe se unir e sempre vem com apenas uma candidatura. Caso o PT entre na disputa pelo governo do estado a divisão será na própria Frente Popular e não na oposição. É o que dizem!

Um único nome - Se no campo da Frente Popular começa a haver um distanciamento de um partido importante como o PT, no campo do centro-direita pelo menos três nomes são sempre lembrados: Anderson Ferreira (Jaboatão), Miguel Coelho (Petrolina), Raquel Lyra (Caruaru). Esta última foi lembrada inclusive pela deputada Marília Arraes em recente entrevista a uma rádio da cidade. Desses três, provavelmente um único nome vai disputar o governo do estado.

Silvinho Silva, editor do Blog
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Fonte: Blog do Silvinho.


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