A pouco menos de 60 dias para o início da Copa, o professor de pesquisa eleitoral da ESPM, Victor Trujillo, alertou nesta sexta-feira (11), durante o I Seminário de Marketing Político e Legislação Eleitoral, promovido pela Expolab, na OAB/PE, que um eventual fracasso do Brasil no mundial poderá interferir nas eleições presidenciais deste ano. Segundo o especialista, que esteve no Recife para palestrar sobre o “monitoramento em campanhas políticas através de pesquisas qualitativas e quantitativas”, há hoje uma concordância entre o desempenho do Brasil na Copa e o resultado das eleições.
De acordo com Trujillo, a opinião pública é sujeita a forças externas e o desempenho do Brasil mexerá muito com a autoestima do brasileiro. “Se o Brasil for campeão os questionamentos sobre as construções dos estádios, que vêm gerando muita polêmica, por exemplo, serão amenizadas. Mas se ele for eliminado, há um agravante da percepção de que os estádios não serviram para nada”, avaliou o professor durante o 1º Seminário de marketing político e legislação eleitoral, realizado na sede da OAB, no bairro do Recife.
Trujillo considerou ainda que as recentes pesquisas de intenção de voto que apontam uma leve queda da presidente Dilma Rousseff (PT) e a ascensão do presidenciável Eduardo Campos (PSB), divulgada pelo DataFolha, reflete um cenário que diz pouco sobre as preferências do eleitorado brasileiro. “A preferência vamos ter quando começar as campanhas. Essas pesquisas são para medir a popularidade”, explicou ressaltando que elas são falíveis e estão passíveis de mudanças. “Às vezes você tem um cenário com 80% e 90% dos eleitores com um candidato. Mas mesmo assim a gente não pode assumir isso como irreversível. Cada eleição é uma eleição e as opiniões das pessoas mudam”.
O professor conclui também que o momento atual, marcado por críticas contundentes do PSB e do PSDB contra o PT, é natural por se tratar de um período de pré-campanha. No entanto, quando o debate eleitoral começar oficialmente, Trujillo prevê que as discussões sejam menos acirradas e mais propositivas. “O tom dos candidatos não devem ser pautados pela agressividade, porque os especialistas em marketing eleitoral sabem que os eleitores não gostam de baixaria”, frisou o especialista durante o evento que contou com a participação de váriospalestrantes, entre eles: o diretor de estratégia digital da VML Brazil, Beto Toledo.
Beto, que trabalhou na campanha de Mendonça Filho (DEM) nas eleições de 2006, palestrou ontem sobre “marketing político através das redes sociais”. Segundo ele, a ideia com a temática era apresentar as ferramentas da web 2.0 como elementos para potencializar uma campanha e desmitificar o mito no case Barack Obama. “Muita gente acabou dando peso da vitória do Obama, as redes sociais. Na verdade não foram exatamente as redes sociais que elegeu o Obama. foi toda uma estratégia e parte dela tinha rede social e foi um momento que isso estava surgindo, era novidade”.
Fonte:Por Anderson Bandeira
Da Folha de Pernambuco
Nenhum comentário:
Postar um comentário