Raquel mais próxima de Bolsonaro
Na campanha, a governadora Raquel Lyra (PSDB) não assumiu nenhum dos lados na disputa presidencial, para não perder, evidentemente, votos, nem dos eleitores de Lula nem tampouco de Bolsonaro. Mas optou em governar com o PL, de Bolsonaro, abrindo espaço, inicialmente, para Anderson Ferreira, no Detran, segunda maior fonte de arrecadação da máquina tributária.
No último fim de semana, a tucana deu mais uma demonstração do seu apreço pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Entregou o ProRural, um dos braços da Secretaria de Agricultura, ao grupo do deputado federal Coronel Meira (PL), que virou um defensor ardoroso do Governo Raquel em Brasília, especialmente na bancada, entre os 25 deputados federais.
Pelas redes sociais, a repercussão foi imediata, mas com um detalhe: ninguém se surpreendeu, achando que Raquel é bolsonarista, votou no ex-presidente, mas não assumiu suas bandeiras para não perder votos. Uma postura, aliás, extremamente oportunista, diante de uma adversária, a ex-deputada federal Marília Arraes, que só tinha um lado, o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para conduzir o Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural, o ProRural, Coronel Meira emplacou o engenheiro Michel Gomes Ferraz, que já havia prestado serviços ao Governo Bolsonaro como supervisor da Embratur na época em que o pernambucano Gilson Machado Neto, político e amigo pessoal do ex-presidente, assumiu o Ministério do Turismo.
Fora Lula – Na Câmara dos Deputados, o Coronel Meira, em seu primeiro mandato, se mantém firme e coerente na defesa das teses bolsonaristas, sendo oposição radical ao presidente Lula. Foi um dos primeiros a defender a instalação da CPI de 8 de janeiro, deve integrar a CPI do MST e lidera também o movimento “Fora Lula”, que pede o impeachment do petista.
Rodrigo é o favorito – Candidato formal do presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), à vaga de Teresa Dueire no Tribunal de Contas do Estado, o deputado Rodrigo Novaes (PSB) deve ser eleito com folga. Pelos números que vazaram ontem na contabilidade feita por aliados mais próximos, teria, hoje, um mínimo de 32 e um máximo de 36 dos 49 votos do colégio eleitoral, exclusivo de parlamentares. A eleição está marcada para a próxima terça-feira (23).
Cristianizado – A desistência dos candidatos Francismar Pontes e Uchoa Júnior, do PSB, e de Kaio Maniçoba, do PP, favorece ainda mais a candidatura de Rodrigo Novaes. Adversário de Novaes, o deputado Joaquim Lira (PV) passou a ser cristianizado depois que sua candidatura começou a ser apoiada pela governadora Raquel Lyra. Cristianização, na política brasileira, é a situação em que um candidato em uma eleição perde o apoio do seu partido político, que passa a apoiar outra candidatura com mais chances de vitória.
Lavagem de dinheiro – A Polícia Federal (PF) não desistiu totalmente de ter acesso ao celular de Michelle Bolsonaro. Isso porque, após o STF negar o pedido para apreender o aparelho, novos elementos surgiram na investigação. As movimentações financeiras escrutinadas pelos investigadores, segundo fontes, poderão ensejar novo pedido ao ministro Alexandre de Moraes. Até o momento, somente o ex-presidente Jair Bolsonaro teve o celular apreendido. A suspeita é que Michelle tenha se envolvido num esquema de lavagem de dinheiro.
Vice ao dobro – Em Paulista, o prefeito Yves Ribeiro (MDB) nunca imaginou que iria se deparar num cenário de tentativa de reeleição, no próximo ano, enfrentando dois ex-vices, que já se lançaram: Duffles Pires (Podemos), o primeiro na gestão anterior, que já se lançou com o apoio do grupo Gouveia, e Dido Vieira (sem partido), atual. Ambos são irreconciliáveis e estão buscando apoios para derrotar o agora inimigo número um. A política é uma nuvem, já disse Magalhães Pinto, ex-governador de Minas.
CURTAS
NA DEGOLA – A deputada Clarissa Tércio, da bancada do PP na Câmara dos Deputados, anda com os nervos à flor da pele depois da cassação de Deltan Dallagnol. Como está na lista dos que instigaram à invasão aos prédios do Congresso, Supremo e Palácio do Planalto, seu processo pode andar mais rápido do que imagina.
FAUSTÃO QUER PARAR – Do apresentador Faustão, ontem, no Estadão: “Estou na hora de dar uma descansada, uma parada, principalmente curtir os amigos, curtir a família. Estava num ritmo muito acelerado. Esse negócio de [programa] todo dia, todo dia, embora grave só três vezes por semana, na verdade você fica envolvido a semana inteira”.
Perguntar não ofende: A governadora Raquel Lyra reverte os votos na Alepe para fazer Joaquim Lira conselheiro do TCE?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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