A não ser que ocorra uma reviravolta ao longo desta última e decisiva semana que antecede a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, o deputado Álvaro Porto (PSDB) está eleito presidente da Casa. Por baixo, se a votação fosse hoje, o tucano teria 35 votos, dez a mais do mínimo exigido pelo regimento interno.
Porto é do mesmo partido da governadora Raquel Lyra, mas isso não tem relação com a sua provável vitória. Até o momento, a gestora tucana não interferiu no processo interno da Casa, conforme prometeu. E, na opinião dos que conhecem o estilo e a forma dela de fazer política, também não vai meter a sua colher na reta final.
Nunca se viu uma eleição tão atípica na Assembleia. Entre os dois candidatos à Presidência, Álvaro Porto e Antônio Moraes (PP), se observa um silêncio sepulcral. Parece até que não medirão forças daqui a uma semana, exatamente no próximo dia 1, quando os novos deputados estaduais tomarão posse para o mandato de quatro anos.
O que se ouve nos bastidores do poder Legislativo e na sua rádio-corredor é que Porto será eleito não apenas pelos seus méritos e ter bom trânsito na Casa, mas, sobretudo, porque está em busca do voto desde que decidiu entrar no páreo, enquanto Moraes aguarda os votos caírem do Céu, ou, como se comenta também, que a governadora assuma para si a sua candidatura.
As chances disso se concretizar são próximas a zero, conforme atesta um disciplinado parlamentar que conhece o estilo de Raquel. Sendo assim, a esta altura, Moraes está rifado e assistirá, sem esboçar reação, a Porto ser eleito presidente com a ampla maioria dos 49 integrantes da Casa.
Votos até no PP – O que a rádio-corredor propaga, também, é que Antônio Moraes, sem pedir votos, como faz o seu adversário, não terá o apoio sequer da bancada do PP, seu partido, formada por oito deputados. Porto saiu na frente, aliás, e conta com a promessa de voto da maioria dos progressistas. Já na bancada do PSB, a maior da Assembleia, Porto conta com a maioria dos socialistas, o que o deixa na disputa numa posição bastante confortável. Como não deve surgir uma terceira candidatura de última hora, Porto já pode preparar a beca da posse, segundo os mais antigos da Casa.
PSB atrapalha Victor – Se na disputa pela Presidência da Alepe Álvaro Porto é o favorito, na briga pela Primeira-Secretaria, segundo cargo mais importante da Mesa, o cenário é de indefinição. Há quem diga que Aglailson Victor, da bancada do PSB, leve uma discreta vantagem em relação a Gustavo Gouveia, do SD, partido da deputada Marília Arraes, que foi ao segundo turno e perdeu a eleição para Raquel. O que estaria atrapalhando Victor seria seu próprio partido, em razão dele não ter apoiado a candidatura de Danilo Cabral (PSB) a governador.
Novaes é o preferido – O presidente do PSB, Sileno Guedes, nega que o fato de Aglaíson Victor não ter apoiado Danilo para governador no primeiro turno tenha relação com a eleição para a Primeira-Secretaria. “O que existe, na verdade, são três candidatutas postas pelo PSB em comum acordo em apoio a Álvaro Porto para presidente – as de Danilo Godoy e Aglaíson Victor. A que detém maior simpatia e mais apoios no partido é a de Rodrigo Novaes”, afirmou.
O rejeitado – Quarto deputado mais votado nas eleições passadas, Rodrigo Novaes, do PSB, também chegou a ensaiar sua candidatura a primeiro-secretário, mas não prosperou porque não tem bom trânsito na Casa. Os veteranos, inclusive do seu próprio partido, reclamam que quando esteve na Secretaria de Turismo na gestão Paulo Câmara, Novaes não dava andamento aos pleitos dos colegas, governando do seu umbigo para baixo. Além disso, nas outras bancadas não teria conseguido atrair também a simpatia dos parlamentares.
Veras e Silvio brigam pela Codevasf – O PT pernambucano quer assumir o controle da Codevasf, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba, no caso a Superintendência, em Petrolina, hoje nas mãos de um aliado do senador Fernando Bezerra Coelho. O nome em análise é o de Edilázio Wanderley, administrador de empresas, ligado ao grupo do deputado federal Carlos Veras. O deputado federal Sílvio Costa Filho (Republicanos) também está de olho no mesmo espaço. A briga promete!
CURTAS
CARGOS NA MESA – A bancada do PT pernambucano apresentou suas demandas ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, na quarta-feira passada. Além de Padilha, têm influência sobre a distribuição de cargos o ministro Rui Costa (Casa Civil) e a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, com a palavra final do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
MARÍLIA NA SUDENE – Já a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, Sudene, está a um passo de ser entregue ao Solidariedade, que ficou sem Ministério. O nome mais cotado é o da deputada Marília Arraes, que conta também com o apoio e a torcida do PT nacional.
Perguntar não ofende: Por que Antônio Moraes faz campanha para presidente da Alepe sem pedir votos?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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