A incerteza avançou sobre diversos setores da economia, desde o fim das eleições presidenciais, em 30 de outubro. É isso o que apontam dados da Economática, empresa que desenvolve sistemas de análise para investimentos. Calculados diariamente a partir de dezenas de variáveis, esses indicadores aferem a incerteza em quatro frentes: entre os agentes econômicos, no geral da economia, no varejo e na indústria.
Desde o início da transição de governo, todos cresceram. Os avanços foram, respectivamente, de 25,8%, 15,1%, 24,8% e 26,45%. De acordo o site Metrópoles, Felipe Pontes, diretor operacional da Economatica, avalia que os mesmos números vinham caindo no mês que antecedeu ao pleito. Eles haviam decrescido, ainda seguindo a mesma ordem, 12%, 19%, 12% e 16%.
Logo após a eleição, o Índice Incerteza Geral da Economia, por exemplo, chegou ao menor patamar registrado desde setembro de 2019. Em queda desde julho de 2022, quando fechou em 152,09 pontos, ficou em 98,32 pontos no fim de outubro. Na avaliação de Pontes, a reversão conjunta dos índices foi provocada por pelo menos duas fontes de ruídos entre o mercado e o governo eleito do PT. Uma delas diz respeito às discussões em torno da PEC da Transição.
A proposta, apresentada na última quarta-feira, pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, ao Congresso Nacional, prevê um rombo de R $195 bilhões no teto de gastos. Valor que, segundo economistas, colocaria a dívida pública brasileira numa trajetória explosiva.
Pisada de bola de Lula – Outra fonte de turbulências, acrescenta Pontes, foram as declarações do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, na semana passada, contrapondo o social ao fiscal. Especificamente, nota o especialista, trata-se do momento em que Lula criticou a “tal da estabilidade fiscal”, à medida que ela possa barrar o aumento de despesas com programas sociais.
Cabral será diplomado – Dificilmente o pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) irá contrariar o voto monocrático do ministro Ricardo Lewandowski pela diplomação do ex-prefeito do Cabo, Lula Cabral (Solidariedade), como deputado estadual, segundo o advogado eleitoral Emílio Duarte. “A tendência é que os demais ministros sigam o voto de Lewandowski”, disse Duarte, adiantando que Lula terá sua votação válida e, portanto, diplomado, porque o recurso da parte prejudicada, no caso o deputado Diogo Moraes (PSB), que perde o mandato, dificilmente será julgado este ano.
Tensão na transição – A vice-governadora eleita Priscila Krause criou o primeiro atrito no processo de transição. Bateu de frente com o secretário de Desenvolvimento, Geraldo Julio, ao questionar a criação de um grupo de trabalho envolvendo o andamento de projetos estruturadores no Estado ainda a serem tocados pela atual gestão. Priscila foi a público dizer que o Governo Raquel poderia ser prejudicado. Geraldo acabou tornando sem efeito a portaria que havia assinado.
Fim do imbróglio – Após anos de briga na Justiça, os irmãos Léo e Clarice Steinbruch, primos de Benjamin Steinbruch, terão participação direta na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A decisão encerra um imbróglio judicial de cerca de cinco anos na Justiça, que ocorria no coração da Vicunha, que controla a CSN e outros negócios da família Steinbruch. Os irmãos Benjamin, Ricardo e Elisabeth Steinbruch – representados pela holding Rio Purus – estavam em rota de colisão com os primos, da CFL Participações, ao menos desde 2018.
Queda nas redes – Recluso desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) está afastado, também, de um dos seus principais campos de atuação: as redes sociais. Conforme levantamento feito pela MAP – Mapeamento, Análise e Perspectiva, a presença de Bolsonaro nas redes entre os dias 10 e 16 de novembro foi de apenas 6,4%, o equivalente a 294,8 mil publicações. Em uma comparação com o mês de outubro, durante a campanha eleitoral, o presidente somou mais de 41,9 milhões de postagens – mais de 10 milhões por semana. A análise é feita com base em citações, menções envolvendo o atual presidente da República.
CURTAS
DE VOLTA – O atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, está a um passo de assumir a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), pasta que chefiou entre 2019 e 2021, durante o primeiro mandato do governador Ibaneis Rocha (MDB), reeleito em primeiro turno nas eleições de 2022.
O CASO JORGE – Seu Jorge voltou a falar sobre o caso de racismo que sofreu em outubro, durante show em Porto Alegre. Em entrevista ao programa Roda Viva, o cantor negou que tenha citado o nome de um político durante a apresentação. O músico alegou que apenas ressaltou a importância do dia das eleições e elogiou a pessoa da plateia que fez a denúncia.
Perguntar não ofende: Quais os números que a equipe de transição de Raquel já levantou sobre a situação financeira do Estado?
Fonte:Blog do Magno Martins.
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