sexta-feira, 25 de novembro de 2022

A incerta cota do PSB

 

Sem o controle do Governo de Pernambuco, que teve ao longo dos últimos 16 anos, o PSB aguarda com ansiedade o espaço que terá no futuro Governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Recolhido em sua casa na capital paulista em repouso após se submeter a uma cirurgia na laringe, Lula adiou sua passagem por Brasília esta semana.

Na capital federal, daria prosseguimento às articulações para montagem do seu Ministério. O PSB, que indicou o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para vice de Lula, tem três nomes ministeriáveis: o ex-governador de São Paulo, Márcio França, derrotado na disputa pelo Senado nas eleições deste ano, o senador eleito Flávio Dino, ex-governador do Maranhão, e o governador Paulo Câmara.

A pasta oferecida ao PSB seria a de Ciência e Tecnologia, ocupada pelo ex-governador Eduardo Campos. O que se diz em Brasília é que Lula quer vê-la sendo tocada por Márcio França, e não Paulo Câmara, que deve ser nomeado para uma estatal ou uma diretoria no BNDES. Já Flávio Dino também estaria despachando na Esplanada do Ministério a partir de janeiro, mas por uma escolha da cota pessoal de Lula.

Difícil, entretanto, o PSB ganhar um assento na Esplanada com capilaridade política, mas há quem diga que o deputado federal Danilo Cabral, que disputou o Governo de Pernambuco sem chegar ao segundo turno, seria aproveitado também num órgão de segundo escalão, da mesma forma que o deputado federal não reeleito Milton Coelho. Ambos estão integrando a comissão de transição do futuro Governo petista.

Novo líder – No PSB, o nome do deputado Felipe Carreras também chegou a ser ventilado para o Ministério do Turismo, mas está fora de cogitação depois que foi escolhido novo líder da bancada na Câmara dos Deputados. Carreras atua há muito tempo no setor de eventos, com destaque nas comissões temáticas da Casa, e teve seu nome lembrado em função de um movimento que extrapolou o território socialista de Pernambuco.

Zema culpa Bolsonaro – O governador reeleito de Minas Gerais e coordenador da campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) no Estado, Romeu Zema (Novo), disse, ontem, ao portal Poder360, que o presidente foi “seu próprio adversário” nas eleições deste ano. Segundo ele, a gestão Bolsonaro apresentou “bons números“, mas abafados pelos posicionamentos e falas do presidente da República “não muito felizes“. Zema citou como exemplos positivos do governo os lucros das estatais, a queda em índices de violência e a criação de empregos.

Dueire senador – O senador Jarbas Vasconcelos (MDB) se licenciou do cargo para realizar tratamento de saúde. A informação foi divulgada, ontem, pela assessoria do parlamentar. Assume a vaga o primeiro suplente Fernando Dueire, também do MDB. Não foi divulgada a causa do tratamento de saúde. De acordo com a nota, a posse de Dueire ainda não tem data definida e ocorre conforme regimento interno da Casa, que estipula a convocação pela presidência.

Guerra contra o Judiciário – Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) abriram duas frentes contra a cúpula do Judiciário. Senadores que apoiam o governo apresentaram um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. Na Câmara, foi proposta a criação de uma CPI para investigar supostos casos de abuso de autoridade cometidos por ministros do STF e do TSE, entre os quais Alexandre de Moraes.

Haddad na Fazenda – O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva testa as resistências ao nome de Fernando Haddad para o comando do Ministério da Fazenda com a possibilidade de fazer dupla com o economista Pérsio Arida na equipe econômica. O primeiro sinal já foi dado por Lula, ontem, ao escalar Haddad para representá-lo no almoço anual de dirigentes dos bancos na Febraban com a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O encontro será hoje em São Paulo. A aposta de Haddad cresceu depois que ele acompanhou Lula ao Egito, na COP-17.

CURTAS

CALOTE NOS PROFESSORES – O governador Paulo Câmara está prestes a encerrar o Governo sem cumprir com a obrigação de pagar o valor dos precatórios do Fundeb aos professores do Estado. A fatura tende a sobrar para a governadora eleita Raquel Lyra, embora o dinheiro esteja no caixa do Estado.

CPI DO ABUSO – O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo – RS) anunciou, ontem, que 181 parlamentares assinaram requerimento de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Abuso de Autoridade, na Câmara dos Deputados. Os parlamentares querem investigar ações do STF e do TSE consideradas abusivas, além da suposta prática de “censura”.

Perguntar não ofende: Por que Lula não anuncia logo o ministro da Fazenda?

Fonte:Blog do Magno Martins.

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