Sérgio Moro aterrissa no Recife, no próximo domingo, para lançar seu livro revelando bastidores da operação Lava Jato. Pernambuco foi o único Estado escolhido nesta primeira etapa de autógrafos da sua obra no Nordeste. “Uma deferência à história de um Estado que lutou bravamente pela independência do Brasil, vanguarda com suas revoluções”, diz ele. O lançamento será no auditório do shopping Riomar, a partir das 18 horas.
Na condição de pré-candidato do Podemos ao Palácio do Planalto, Moro falou, ontem, com exclusividade, à Rede Nordeste de Rádio. Numa entrevista de quase meia hora, a este colunista e âncora do Frente a Frente, tocou no ponto mais cruciante e polêmico da sua atuação na Lava Jato: a prisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
“Tenho o maior orgulho do meu trabalho como juiz na operação Lava Jato. A prisão de Lula não foi uma decisão isolada e unilateral de minha parte. Foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal em março de 2018 e quem ordenou foi o Tribunal de Apelação de Porto Alegre. Coube a mim apenas cumprir a decisão”, disse.
E acrescentou: “Nas investigações foi descoberto um modelo de corrupção do Governo petista, no qual Lula foi seu principal líder, instaurado na Petrobras, estatal rentável e que quase quebrou”. Moro fez a ressalva também de que nunca foi movido por nenhum sentimento de animosidade pessoal contra a figura de Lula. “Não agi por vingança, agi dentro do princípio de cumprimento da lei”, acrescentou.
Logo depois, numa entrevista à rádio Jovem Pan do Paraná, seu Estado de origem, Moro disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) comemorou ao saber que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi solto em 2019. Segundo ele, Bolsonaro não tentou reverter a decisão. Lula saiu da prisão depois de uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) determinar que uma pessoa só pode ser presa depois de esgotado os recursos.
Com isso, o petista, preso em 2ª instância, teve permissão para deixar a sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná. “O que a gente sabia é que o Planalto, o presidente comemorou quando o Lula foi solto em 2019 porque ele entendia que aquilo beneficiava ele literalmente. Então, ele não trabalhou para manter a execução em segunda instância”, disse.
Sabotagem – Tanto para Rede Nordeste de Rádio quanto para a Jovem Pan Paraná, Sérgio Moro sustentou a versão de que Bolsonaro sabotou o seu trabalho enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública. Ao sair do Ministério, o ex-juiz acusou o presidente de interferir na Polícia Federal. “Ele não fez nada disso. Ao contrário, começou a sabotar o que eu fazia. Até que chegou em um momento que eu simplesmente saio [do ministério]”, afirmou. Quanto ao Nordeste, Moro deixou a entender que a força-tarefa de combate à fome pode ser instrumentalizada pela Sudene, porque, conforme falou, não pretende criar nenhuma estrutura administrativa nova.
Nova Sudene – Em almoço, ontem, com este colunista, no qual esteve acompanhado do seu chefe de gabinete Marcos e do advogado Paulo Abou Hana, o novo superintendente da Sudene, general Carlos César Araújo Lima, atualmente morando em Natal (RN), disse que chega apenas para colaborar com a sua experiência na área pública. “Darei continuidade ao que já estava planejado. Como nordestino e como militar que sou, quero cumprir a missão institucional da Sudene, contribuindo para que possamos reduzir os desequilíbrios sociais, ajudando ao máximo a população de baixa renda para que ela possa ter acesso aos recursos disponibilizados pelo Estado por intermédio da Sudene”, afirmou.
Perfil 1 – Natural de Fortaleza, Carlos César Araújo Lima tem 64 anos. É pós-doutor em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e especialista em Logística Militar. Também possui bacharelado em Administração de Empresas pela Academia Militar das Agulhas Negras e MBA em Administração (Fundação Getúlio Vargas). Possui vasta experiência nacional e internacional como Oficial Intermediário, Oficial Superior e General do Exército Brasileiro. Foi assessor militar nas Secretarias de Assuntos Estratégicos e de Acompanhamento e Estudos Institucionais, ambas da Presidência da República.
Perfil 2 – Também exerceu a função de subchefe tanto na área de Integração Logística como de Assuntos Internacionais no Ministério da Defesa. Atuou como Subcomandante Logístico do Exército Brasileiro, sendo responsável, por dois anos, pela logística militar terrestre de toda a tropa nacional. Araújo Lima também foi comandante da 10ª Região Militar (Fortaleza / CE) entre 2013 e 2014, quando conduziu, entre outros projetos, a Operação Carro Pipa responsável pela distribuição de água para a população carente do interior dos Estados do Ceará e Piauí, e a perfuração de polos pelas unidades de engenharia sob seu comando. Assume a Sudene por escolha do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Sem rompimento – Ao contrário do que esta coluna informou, ontem, o ex-prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti, não deixou ainda o PTB nem também rompeu relações com o ex-senador Armando Monteiro Neto. Zeca também nunca se filiou ao PSDB para acompanhar Armando. Permanece na legenda trabalhista até pela sua condição de primeiro-suplente de deputado federal da coligação trabalhista. Quanto a 22, o que está certo, conforme reafirmou, é seu apoio ao candidato da União Brasil ao Governo do Estado, Miguel Coelho. “Que não tenho a menor dúvida será o futuro governador”, ressaltou.
CURTAS
SUSPENSÃO – A Câmara Municipal do Recife decidiu suspender a licitação com custo estimado de R$ 279.447,75 para contratar empresa especializada para fornecer kits executivos personalizados. A decisão se deu, ontem, após a repercussão da intenção de compra de itens como canetas, agendas, blocos de anotações, calendários de mesa e mochilas executivas de couro legítimo.
CONFRA – O jovem Raffiê Dellon, que disputou a Prefeitura de Caruaru nas eleições passadas e agora vai tentar um mandato na Assembleia Legislativa, faz confraternização com jornalistas, hoje, na terra de Vitalino. Será a partir das 19 horas na Alquimia da Fazenda, excelente cafeteria regional localizada no bairro Divinópolis.
Perguntar não ofende: Quantas licitações deixadas por Geraldo Júlio já foram canceladas pelo prefeito João Campos?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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