Em entrevista à Folha de Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) reforça aliança com o PT, critica a falta de diálogo com o Governo Bolsonaro e reforça convite a Alckmin
Ajuda do Congresso
O Congresso Nacional foi quem pressionou o governo brasileiro, que fez uma série de ações obrigado, para compensar as perdas que estados e municípios tiveram, e foram todos os estados e todos os municípios. Pernambuco não teve privilégio nenhum em relação a isso, agora nós fizemos mais coisas que a grande parte dos estados brasileiros, isso está claro. Nós não quebramos nem nos momentos mais difíceis que o Brasil passou, e agora estamos andando muito mais rápido que muitos estados. O governo Bolsonaro não fez concessão a nenhum estado, ele odeia os estados e municípios, ele vem aos estados e não dá um telefonema ao governador, então ele não gosta da federação, não gosta dessa forma harmônica que precisa atuar, ele não ajuda ninguém. Agora o Congresso nos ajudou realmente a enfrentar a pandemia, essa é a verdade.
Geraldo Julio
Geraldo está nos ajudando, ele é um dos criadores do Plano Retomada, na concepção, trabalhou muito quando a gente estava muito focado na pandemia, ele estava focado no pós-pandemia, tem dado uma contribuição significativa na tarefa que ele está executando hoje, como secretário de Desenvolvimento Econômico. A questão de ser candidato ou não é uma questão dele, a gente não pode forçar ninguém a ser candidato. Mas 2022 está chegando. Temos que definir, gostaria muito que janeiro fosse um prazo importante para gente fazer definições, não é só eu, temos um conjunto de partidos que nos apoiam, companheiros leais que querem o bem de Pernambuco, querem nos ajudar. Temos que ouvir, internamente, o PSB, que é um partido que governa Pernambuco há quinze anos e tem colaborado, nos ajudando muito, temos que fazer essas conversas. Há um desejo coletivo de todos, não só o PSB, que Geraldo fosse candidato. Geraldo tem demonstrado reiteradamente que não tem o desejo de ser candidato a governador e a gente tem que respeitar isso, como também espero mais na frente que me respeitem quando eu definir meu futuro.
Futuro
Ser candidato em 2022 é uma hipótese, mas eu tenho muito desejo de terminar meu mandato porque tenho a maior honra de ser o governador desse Estado. Acho que a gente tem muito ainda o que fazer e pode fazer muita coisa em 2022. Não foi fácil, foi muito difícil, e agora a gente tem condição de fechar de uma forma que eu sempre pensei em fechar, entregar Pernambuco com muitos avanços, em várias áreas da gestão e melhor do que quando eu recebi. Eu sempre tive consciência do que a gente precisava fazer, mas muitas vezes não conseguia fazer por falta de recursos ou limitações que as coisas impõem.
Sucessor
Acho que o candidato ou candidata à sucessão do Governo do Estado será alguém que tenha condições de representar uma frente. A partir do momento que você tem condições de representar uma frente você tem condições de desenvolver o trabalho independentemente de quem está ou não na cadeira. Mas, como falei, tenho o desejo de finalizar um ciclo, então é bem possível que eu participe como governador da minha sucessão.
Aliança com o PT
Eu trabalho dentro do meu partido para apoiar o candidato Lula para presidente, ou seja, apoiar o PT para comandar o Brasil. Estamos conscientes também que aqui em Pernambuco a nossa Frente pode continuar ajudando Pernambuco, e eu tenho o desejo do PT compor a frente, estamos conversando muito pra isso. Não acredito que o PT seja obstáculo da gente ter um processo de pactuação, onde haja convergência do projeto nacional e do projeto de Pernambuco. Em sete anos de convivência com essas discussões políticas, nunca tivemos discussões tão claras e positivas quanto as que temos agora. Nossa meta é o bem maior do Brasil. Temos questões para resolver, mas nossos objetivos comuns são maiores que quaisquer outras discussões. Nem o PT vai brigar com a gente, nem a gente vai brigar com o PT, a gente sabe que tem que ajudar o Brasil, temos que estar juntos. Vamos ter capacidade também de resolver questões locais (São Paulo, Pernambuco), não é a questão fundamental, mas é necessário também. Talvez não seja em janeiro, mas vai haver um momento que vai se chegar a uma solução. Se puder amarrar os resultados, ótimo, se tiver que mais na frente ter dois candidatos, vamos trabalhar, mas não vejo o PT nem o PSB, nenhum dos dois, querendo briga, querem achar um acordo. Se o PT acha que o candidato Humberto pode se apresentar para as discussões, acho legítimo. Vamos discutir candidaturas com todos os partidos.
Alckmin
(O ex-governador de São Paulo) Geraldo Alckmin já foi convidado, agora cabe a ele. Sempre colocamos nas discussões com o PT que o PSB não vai pleitear vice. Se o PT entender que quer ter um nome do PSB na vice, vamos ceder nossos quadros, mas será decisão do presidente. Convidamos Alckmin, se mais na frente ele decidir se filiar ao PSB, o PSB será representado por Geraldo Alckmin.
Fonte :Blog daFolha de PE.
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