Por Houldine Nascimento, repórter do Blog
O Comitê Científico do Consórcio Nordeste (C4NE) emitiu um boletim, ontem, recomendando que os nove estados nordestinos cancelem as festividades de fim de ano e do Carnaval devido à ômicron, nova variante da Covid-19. Em uma lista com seis tópicos, o órgão consultivo sinaliza que as festas geradoras de aglomeração “intensificariam a transmissão do vírus e resultariam em nova onda da pandemia”.
Além disso, o Comitê alerta para a necessidade de “intensificar a vacinação”, “manter o uso de obrigatório de máscaras faciais e outras medidas de proteção individual e coletiva, como a exigência do passaporte de vacina para entrada em cinemas, teatros, estádios de futebol, etc”, e “identificar todas as possíveis barreiras que vêm dificultando a expansão da cobertura vacinal na população”.
O documento também explicita a importância de fazer a “utilização volante de viaturas como o carro da vacina” e “ampla divulgação nas mídias em campanhas para convocar a população sobre a necessidade de completar a vacinação com duas doses e sobre a dose de reforço para a população idosa”. O boletim também atenta para que os governadores utilizem o capital político para ampliar a vacinação em uma escala global, “em especial nos países africanos”.
Especificamente sobre Pernambuco, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste diz que o Estado “apresenta indicadores de riscos pandêmico e epidêmico de moderado a alto". "Curvaturas de Ricci indicam alto risco” e embora destaque que 80% da população está com a vacinação em dia, ainda não há “argumentos com base científica para quaisquer atividades que gerem aglomerações”.
O C4NE também sublinha que a “Academia Pernambucana de Ciências, a Academia Pernambucana de Medicina e o Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco se posicionaram oficialmente contra a realização de festas de final de ano e, principalmente, do Carnaval”. Até o momento, há seis casos da variante ômicron confirmados no Brasil.
O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, afirmou que o Governo do Estado só chegará a uma definição sobre a realização ou o cancelamento do Carnaval na segunda quinzena de janeiro.
Novo inquérito – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito para apurar declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma live no dia 21 de outubro. Na ocasião, O presidente difundiu uma falsa informação ao associar a vacinação contra a Covid-19 a um risco maior de desenvolver a Aids. A decisão de Moraes contempla um pedido da CPI da Pandemia. O magistrado também critica a Procuradoria-Geral da República por abrir somente uma apuração preliminar e recomendar o arquivamento. Facebook, Instagram e YouTube chegaram a retirar a transmissão do ar.
“Falta de caráter” – O presidente Bolsonaro rebateu uma afirmação do ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) de que o chefe do Executivo “comemorou” a saída do ex-presidente Lula (PT) da prisão. “Ele (Moro) chega aqui, quer ser candidato, é um direito dele, tá certo? Agora, atacando aí, dizendo que no dia 8 de novembro de 2019 – ele era ministro –, eu comemorei Lula livre. Pelo amor de Deus. Falta de caráter. Saiu do governo pela porta dos fundos, traindo a gente e querendo trocar o chefe da Polícia Federal, o diretor-geral da Polícia Federal, com a sua indicação para o Supremo”, disparou.
Vaza Jato – Bolsonaro também criticou Moro sobre diálogos entre o então juiz e o procurador da República Deltan Dallagnol na época da operação Lava Jato, que vazaram por meio da imprensa. As mensagens foram classificadas pelo presidente como “vergonhosas trocas de informações”: “Quando estourou a Vaza Jato, para fortalecê-lo, porque ele estava abatido, e reclamou aqui: ‘Dallagnol não apagava as mensagens, eu apagava’. Fui com ele no evento da Marinha para dar moral para ele, prestigiando o Moro porque ele estava muito abatido”.
Flagra – Imagens do deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA) manuseando um grande volume de dinheiro vieram à tona ontem. De acordo com a Polícia Federal, as filmagens aconteceram em outubro do ano passado, por meio de autorização do STF, e inseridas na operação Descalabro, que investiga um esquema de desvio de dinheiro público direcionado pelo parlamentar a municípios maranhenses através de emendas. A estimativa é de que a ação ocorreu entre abril e dezembro de 2022 e pode ter gerado prejuízo de R$ 15 milhões.
Sem bloqueio – Em nota enviada com exclusividade ao Blog, a 2ª Promotoria de Justiça Cível de Camaragibe ratifica que solicitou, na ação civil pública nº 0005525-95.2021.8.17.2420, “a indisponibilidade de bens de Silvano Jackson Queiroz Brito Filho (ex-secretário municipal de Serviços Públicos), Clayton Rezende Nunes (ex-diretor de Limpeza Urbana) e da empresa Camará Ambiental. Dessa forma, a tutela antecipada concedida pelo Poder Judiciário contemplou todos os pedidos do MPPE”. Assim, o Ministério Público reforça a informação dada pelo Blog no último sábado (27) que não requereu o bloqueio de bens da prefeita Nadegi Queiroz (Republicanos) e do ex-prefeito Demóstenes Meira.
CURTAS
“Para tomar cachaça” – O deputado federal Aécio Neves (MG) tachou de “contraditória” a possibilidade de o ex-governador Geraldo Alckmin deixar o PSDB para ser vice de Lula. Em entrevista ao Estadão, o parlamentar lembrou que a sigla sempre rivalizou com o PT e completou: “Lula é uma grande figura, um cara bacana para sentar e tomar cachaça. Tive uma ótima relação com ele durante oito anos, mas o PT fez muito mal ao Brasil.”
Paulista sem Carnaval – A Prefeitura de Paulista, no Grande Recife, cancelou a festa de Réveillon e o Carnaval de 2022. O motivo alegado pelo município é a preocupação com a ômicron. Em contrapartida, a gestão promete fazer lives com alguns artistas nessas datas.
Perguntar não ofende: Pernambuco vai contrariar o Comitê Científico do Nordeste e bancar o Carnaval?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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