Prestes a entrar no último ano de seu segundo mandato, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, tem de cor os obstáculos que encontrou: crise na economia, impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, de cujo governo já não era aliado, oposição ao governo Michel Temer, derramamento de óleo, greve de caminhoneiros, enfrentamentos com o presidente Jair Bolsonaro, Covid-19...
Após conseguir administrar a situação da pandemia no Estado, o socialista passou a focar no Plano Retomada e nas boas perspectivas para 2022. "Será o melhor ano de investimentos públicos de Pernambuco da história", destaca, se referindo à "disponibilidade de caixa", o que ele define como "nova feição".
O governador fez tais considerações em entrevista de balanço do ano à Folha de Pernambuco. Esbarrando em dificuldades financeiras em 2017 e em 2018, passando por ajuste em 2019, o resultado, agora, é uma "liquidez superavitária".
Para efeito de comparação, cita a média de investimentos de sua gestão, que chegou, em 2017, a R$ 1,477 bilhão. "Vamos ter, em 2022, o melhor ano da história com R$ 3,7 bilhões", calcula. E emenda: "Vamos investir, na verdade, em 2021 e 2022, mais de R$ 5 bilhões, que é o que está previsto no Plano Retomada".
O detalhe é que a referida ação é da pasta de Desenvolvimento Econômico, comandada por Geraldo Julio, que era, até pouco tempo, o candidato natural do PSB à sucessão do governador. Já sem minimizar que o ex-prefeito tem externado "reiteradamente" não ter interesse em concorrer, Paulo Câmara, indagado sobre a causa da mudança de planos, pondera: "Ele teve missão concluída como prefeito e ele está refletindo.
E a gente tem que respeitar isso”. Então, desabafa: “Como eu também espero que respeitem, mais na frente, quando eu precisar definir o meu futuro". E vai definir o que? "Eu tenho um pouquinho mais de tempo", devolve, se referindo ao prazo de abril para se desincompatibilizar, caso vá disputar.
"Vamos esperar esse prazo. Mas meu desejo efetivo é de terminar, porque isso aí que a gente está construindo não foi fácil e, agora, a gente tem condição de fechar de uma forma que eu sempre pensei, que é entregar Pernambuco com muitos avanços e, em várias áreas, melhor do que a forma que eu recebi".
Indagado se a escolha de um nome técnico para encabeçar a chapa lhe renderia uma exigência de permanecer na cadeira, ele pondera que Luciana Santos, sua vice, "é totalmente comprometida com esse projeto". Mas insiste: "Agora, como falei, a gente tem um desejo de finalizar um ciclo. Então, é bem possível que eu participe como governador da minha sucessão".
Fonte: Por Renata Bezerra de Melo
Folha de PE.
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