Lula é a vanguarda do atraso, como diria o ex-ministro Fernando Lyra, um dos melhores frasistas que o País conheceu. Não tem proposta para o País, seu discurso é uma cantilena de 89, quando disputou pela primeira vez e perdeu para Collor. Tem hora que fala para agradar ao centro e a direita, outra exagera na dosagem para atender aos radicais de esquerda e aos petistas raízes.
Está mais perdido do que cego em tiroteio. Sua mais recente pérola foi a regulação da mídia, caso venha a ser eleito, tremenda derrapada na tentativa de se apresentar como centro. Regular o quê? Lula ainda raciocina no tempo em que a Imprensa era monopólio de grupos que detinham a informação no Brasil, da Rede Globo aos então chamados jornalões – Estadão, Folha, JB e Globo.
Globalizado, o mundo da comunicação, hoje, é da internet, das redes sociais, dos grupos de Whatsapp, de gente que dá pitaco e forma opinião com liberdade em variadas plataformas, sem precisar recorrer aos então donos da informação. A regulação dos meios de comunicação, somada à defesa do regime cubano e da Venezuela e à ideia de reestatizar a Eletrobras e de revogar a reforma trabalhista, mostra que Lula só caminha para o centro da boca para fora, ou seja, na “narrativa”.
Na tentativa de deletar a derrapada do ex-presidiário, que tenta calar a mídia certamente ainda magoado com os tempos de prisão pelo maior assalto aos cofres públicos da história republicana, a operação Lava Jato, que resultou numa gatunagem de mais de R$ 40 bilhões, interlocutores andaram soprando que não passa pela cabeça de Lula censurar veículos de comunicação e que, na verdade, ele defende um modelo regulatório “democrático”, como acontece na Inglaterra.
O que os petistas classificam de modelo é uma aberração. Os ingleses criaram o Press Recognition Panel, painel que supervisiona um órgão de autorregulação e tem poder de aplicar multas de até um milhão de libras (R$ 4 milhões) às publicações, além de impor direito de resposta e correções a jornais, revistas e site noticiosos.
A filiação dos veículos ao sistema não é obrigatória, mas há diversos “incentivos” para que façam parte. O veículo que não integrar o órgão, é bom lembrar, precisa pagar as custas judiciais dos processos de acusação, mesmo se sair vencedor. Este é o modelo que os petistas raízes julgam democrático, mas não é ele, na verdade, o que Lula deseja. Se for eleito, Lula vai copiar o modelo chavista ou cubano de Fidel, ou seja, com ele, liberdade de expressão já era.
Bandeira petista – A regulação da mídia é uma bandeira histórica do PT. Já na campanha de Dilma à Presidência, o partido pressionou para que encampasse a discussão em um eventual segundo mandato. Após sua reeleição, a petista deu algumas declarações defendendo a regulação econômica da mídia. Ela negou repetidamente a intenção de regular conteúdo. Dilma chegou a defender a regulamentação de alguns artigos da Constituição que falam do setor pelo Congresso. Eles proíbem monopólios e oligopólios, estabelecem que a programação deve atender a critérios regionais e determinam regras para publicidade.
A primeira tentativa – Então presidente do PT, ligado ao grupo de Lula, Rui Falcão (foto) chegou a defender, abertamente, a censura e a regulação da mídia. “A democracia se aprofunda em ambientes onde há mais diálogo, onde a diversidade de ideias, as diferenças regionais, têm espaço equilibrado na mídia em geral. O que nós queremos, em resumo, é mais democracia. E o caminho é a criação de um marco regulatório moderno", disse. Em 2010, o então ministro Franklin Martins, hoje um dos principais assessores de Lula, chegou a apresentar um projeto de regulação da mídia. Diante da reação da sociedade, Dilma engavetou.
No muro – O grupamento tucano em Pernambuco continua seguindo fielmente o preceito básico do partido de viver em cima do muro. Com a vinda de João Doria Calcinha Apertada, sábado passado, já é o segundo presidencial que a turma bate palminhas e paparica no Estado, mas não se decide. Teve o mesmo comportamento em relação ao governador Eduardo Leite, o fora do armário do Rio Grande do Sul. Traduzindo, ninguém ainda decidiu em quem votar nas prévias do partido que escolherão o candidato ao Planalto, marcadas para novembro.
Aliança engole? – Ainda não se sabe o futuro do governador Paulo Câmara. Em nota, a revista Veja informa que está inclinado a disputar o Senado, mas ninguém no PSB confirma. É improvável, entretanto, que, diante de uma aliança tão ampla, com uma multiplicidade de partidos, já estando na chapa com o candidato a governador, a legenda socialista venha bater o pé e emplacar também o candidato a senador. MDB, PT, PCdoB, PSD e, principalmente, PP, que tem a maior bancada na Alepe, vão engolir governador e senador de um mesmo partido?
Enganador – Dizem que um cínico é um homem que olha o mundo com um monóculo na sua mente. Assim é João Doria, governador de São Paulo. Na maior cara de pau, o tucano disse em Caruaru, na visita de sábado passado, para apresentar sua plataforma presidencial, que a Transnordestina seria uma das suas prioridades, caso viesse a ser eleito. Ora, “Calcinha apertada”, como o apelidou Bolsonaro, não sabe nem de onde parte o projeto. De tamanho conhecimento da realidade nordestina, confunde alhos com bugalhos, ou seja, não sabe distinguir um bode de um carneiro.
CURTAS
Entrevista – Por falar em Transnordestina, esta será uma das pautas da entrevista que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, concederá à Rede Nordeste de Rádio, com transmissão automática pelas redes sociais, na próxima quinta-feira. Depois do presidente Bolsonaro, entrevistei o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Com Freitas, o modelo será o mesmo: ao vivo, direto do seu gabinete, em Brasília.
In loco – Diferente do governador João Doria, o ex-prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), incluiu a conclusão da ferrovia Transnordestina entre as suas bandeiras de luta, caso seja eleito deputado estadual, mas foi lá mostrar num vídeo, pelas redes sociais, o trecho paralisado, destacando a sua importância para a economia do Estado.
Perguntar não ofende: Por que Lula quer calar a mídia brasileira?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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