Presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, de posse do mapa do eleitorado no País, chama atenção para alguns dados do ambiente mais macro. "O PSDB foi o partido mais digitado na urna eletrônica no pleito deste ano", ele sublinha à coluna e completa: "Em primeiro de janeiro, o PSDB governará cidades que totalizam 34 milhões de habitantes". Em outras palavras, Bruno faz uma análise de que, se caiu em número de prefeituras comandadas em relação a 2016 (de 799 para 520), essa queda se deu em cidades com população que vai de 0 a 10 mil habitantes. Por isso Bruno foca no volume do eleitorado que o partido vai governar para observar que quem figura com responsabilidade de comandar a segunda maior parcela do eleitorado é o MDB. E grifa: "Que vem distante". Bruno não hesita em cravar o seguinte: "Houve quem achasse que o PSDB tinha se inviabilizado em 2018. Mas foi só uma topada. Ele sai de 2020 reabilitado, como partido mais votado e que tem responsabilidade sobre maior volume de eleitores, considerando a dimensão dos municípios que governa".
O dirigente nacional faz a conta ainda de que o partido foi capaz de "preservar sua característica "de centro", "se distanciando muito dos extremos". Cita, então, Bruno Covas, prefeito eleito de São Paulo, como exemplo de "formação muito progressista". E analisa: "A eleição de Bruno é resultado do perfil do eleitor. Ele venceu o PSOL nunca tratando o adversário como inimigo. Nunca saiu da linha de tratar das propostas e do discurso para a cidade. A política pode ser feita com discussão saudável". De imediato, Bruno compara com o cenário do Recife: "O 2º turno do Recife foi a antipolítica". Refere-se ao enredo da campanha do PSB, focada no antipetismo, que acabou classificada por analistas como uma das mais agressivas do País, permeada por fake news, pauta conservadora e que acabou descambando para ataques mútuos. Bruno destaca que isso "foge completamente do conceito que Pernambuco tem sobre vida pública e política". Com base nisso, conclui que "São Paulo foi que demonstrou padrão que gera esperança na qualidade da discussão política, de um debate político que interessa à sociedade". Na análise dele, Marília Arraes perdeu porque "foi arrastada pela enxurrada que decapitou o PT".
UM F5 no PSDB x PT
Bruno Araújo tem uma conta de cor: "PSDB e PT polarizam eleições municipais de 1996 a 2016. Em 2020, enquanto o PSDB governa 34 milhões de eleitores, o PT passou para 6 milhões". Na condição em que o PT se encontra hoje, ainda são relevantes os dados dessa polarização? “Pelo momento político eleitoral, mais não”, devolve Bruno à coluna e endurece o tom: "Você polariza com quem disputa, não com quem não disputa".
Balança > Ainda em relação à situação de Pernambuco, Bruno Araújo diz que, na balança local, está contido "o anti-PSB e o cansaço" em relação às gestões socialistas, e o anti-PT, com a repugnância de parte expressiva do eleitorado ao partido.
Case > Bruno define como um case a ser compreendido o fato de o PSDB ir para 28, 30 anos de poder, quando a fadiga de material seria natural, mas, a despeito disso, ter obtido sua maior vitória política em São Paulo. Lá, o PSDB governa sozinho 50% do Estado.
Uma por vez > Integrantes da Frente Popular relatam que as andanças de Pedro, irmão de João Campos, vinham ocorrendo de forma mais intensa pelo interior. Mas o movimento começou a gerar ciumeira. Deu-se um freio para que a construção da candidatura dele à Câmara Federal não prejudicasse o projeto de João no Recife.
Fonte:Folha de PE.
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