Relembrando as manifestações de junho motivadas principalmente pelo aumento nas passagens de ônibus, reportagem publicada no Valor Econômico nesta segunda-feira, 20 de janeiro, mostra que, este ano, o número de Municípios que reajustaram os preços caiu pela metade em relação a 2013. A matéria traz, por outro lado, alerta de prefeitos e empresários sobre a consequente piora na qualidade do serviço, já bastante criticado pela população.
Acerca dessa situação, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, advertiu sobre o baixo orçamento e a capacidade de investimentos comprometida. “Não tem saída. As cidades não têm dinheiro e as empresas já tiveram que arcar com a redução no ano passado. Ou o governo federal dá subsídio, ou os prefeitos não vão ter como fugir do aumento”, afirmou.
Para Ziulkoski, as empresas de ônibus são as mais prejudicadas pelo congelamento das tarifas, em função dos contratos precários. À reportagem, ele alertou que não há como manter esse cenário por muito tempo. “Essa situação preocupa os prefeitos há anos. Os empresários têm custos crescentes e não há como segurar o reajuste por muito tempo”, disse.
O presidente da Confederação destacou, ainda, que essa realidade é demonstrada inclusive por entidades aliadas ao governo federal, como a Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Em informativo produzido pela entidade, a Frente destaca que o aumento das passagens é “uma necessidade”. De acordo com a matéria, a publicação defende que a “situação da mobilidade urbana no país precisa ser tratada por todas as esferas de governo e não apenas pelos Municípios, como se o problema fosse apenas local”.
Subsídio federal
Segundo a reportagem, o governo federal não demonstra estar disposto a ajudar os Municípios. A presidência da República chegou a estimular a aprovação do Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros (Reitup), que prevê desonerações para o setor, mas resolveu retirar o apoio.
Para Ziulkoski, entretanto, nem a medida seria suficiente para solucionar o problema, na medida em que se trata de uma solução passageira. “É como dar esmola para mendigo. Você resolve o problema hoje, mas amanhã ele vai precisar de mais dinheiro para almoçar”, defendeu.
Fonte :CNM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário