segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Municípios estão sobrecarregados, diz presidente da CNM sobre a Saúde Pública

Valter Campanato/ABrValter Campanato/ABr
Em reportagem, o jornal Folha de S. Paulodestacou o desafio dos Municípios em manter a Saúde Pública mesmo com o recém lançado Programa Mais Médicos. O periódico promoveu uma pesquisa que comprova: a média de gastos no setor deve ser de 15%, mas ela chega a 20% e até 40%, em alguns casos.

O presidente de Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, foi ouvido pela reportagem. Entre as declarações, o dirigente explicou que orienta os prefeitos a reduzirem os investimentos para 15%, como manda a constituição, porque as outras áreas da administração não podem ficar para trás.
Ele alertou que os Municípios estão "sobrecarregados". E destacou: "se o médico prescreve um medicamento e o cidadão não é atendido, o promotor de Justiça vai acionar o prefeito. É o mais próximo. Isso explode no orçamento". A intenção é mostrar que o Programa sozinho não é a solução para o setor.
Alívio e mais demandas
A matéria toca num detalhe importante. “Para prefeitos e secretários de saúde ouvidos pela Folha, o Mais Médicos representa um "alívio" aos cofres municipais, já que ataca o problema da mão de obra e banca o salário dos profissionais. Por outro lado, vai desencadear uma série de demandas, como exames e medicamentos, com que os prefeitos podem não ter condições de arcar”, diz a reportagem.

O exemplo dado é o Bocaina (PI). "Se der casa, comida e transporte, vou gastar de R$ 5.000 a R$ 10 mil por mês. O salário de um médico aqui é R$ 1.200", diz o prefeito José Luiz de Barros.
Agência LARAgência LAR
Mais participação da União
Para melhorar os serviços de Saúde no Brasil, os gestores apostam na maior participação da União. Entre os governos, o federal é o que menos gasta com o setor. Apenas 7% das receitas, segundo o Conselho Nacional de Saúde. Algumas entidades, principalmente a CNM, lutam há anos para que esse total passe para 10% da receitas.

Era isso que pedia o projeto que regulamentava a Emenda 29 da Saúde, uma das principais bandeiras da Confederação nos últimos anos. Mas, quando foi votada no Congresso, em 2011, os parlamentares retiraram o porcentual da União e apenas Estados e Municípios tiveram os valores mínimos fixados.
Como informa a Folha de S. Paulo, desde agosto tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei de iniciativa popular que obriga o governo federal a aplicar 10% em Saúde. É uma nova tentativa. No entanto, por meio de ministros de várias pastas, o governo sinaliza as dificuldades de isso se tornar realidade.
Fonte CNM.

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