quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Parlamentares estão preocupados com chapas proporcionais

 

Foto: Divulgação 

No anúncio oficial de Danilo Cabral como pré-candidato a governador pela Frente Popular na última segunda-feira, alguns parlamentares estavam com um semblante de insatisfação, dando a entender algum desconforto com o anúncio do nome, porém não há nenhum problema com a escolha de Danilo, muito pelo contrário, foi unanimidade o reconhecimento ao discurso e o preparo do pré-candidato, o que de fato está preocupando alguns parlamentares presidentes de partido é que na próxima semana abre a janela partidária para a filiação e eles se encontram numa dicotomia, que é ter que decidir pela reeleição ou manter a presidência do partido.

Nos últimos anos, a presidência de partido nos estados conferiu ao parlamentar prestígio em Brasília e um ativo tanto nas eleições estaduais quanto municipais na hora da formação de coligações. Sendo dirigente partidário, o deputado federal sentava à mesa nas negociações de coligação com significativa força e elevado poder de negociação.

Ocorre que a nova legislação, vale salientar, aprovada por estes mesmos parlamentares, barrou a coligação proporcional e mesmo abrindo a possibilidade de federação, o instrumento é bastante rígido e pode significar a perda de autonomia do mandato parlamentar, uma vez que os eleitos pela federação terão que seguir as orientações do bloco sob pena de sanções totalmente prejudiciais ao mandato.

Na Frente Popular, apenas quatro partidos surgem com condições efetivas de montagem de chapas para deputado federal, o PSB, o PT, o PP e o Republicanos, as demais legendas, salvo as que poderão ingressar na federação, ficarão com sérias dificuldades de eleger seus parlamentares, inclusive os representativos PSD e MDB, que a preço de hoje não atingiriam o quociente eleitoral e não reelegeriam André de Paula e Raul Henry, respectivamente. Por isso, a expectativa de alguns parlamentares é a de que exaurida a escolha de Danilo Cabral, tanto o pré-candidato quanto o governador Paulo Câmara e o prefeito João Campos se debrucem na formação de uma chapa alternativa para deputado federal.

Credenciais – Na Frente Popular, o nome do deputado federal André de Paula (PSD) é tido como a melhor opção para ser o senador na chapa encabeçada por Danilo Cabral. Apesar de aliados reconhecerem a representatividade do PT, sua indicação para a vice seria melhor recebida pelo conjunto de forças da Frente Popular, e a presença de André no Senado seria um aceno ao eleitor de centro que o PSB sempre realizou em eleições para governador, quando indicou nomes mais ao centro para a composição majoritária, vide Antônio Farias (1986), Armando Monteiro Filho (1994), Armando Monteiro Neto (2010), Fernando Bezerra Coelho (2014) e Jarbas Vasconcelos (2018).

Coligação – Dirigentes do MDB, PSDB e União Brasil estiveram em nova reunião para avaliar a possibilidade de uma ampla coligação, ainda que não tenha uma federação que una as três legendas. Os partidos estão preocupados com o desempenho de Lula e Bolsonaro e chegaram à conclusão óbvia que não há espaço para a terceira via se não houver unidade.

Inocente quer saber – A união da terceira via pode evitar um segundo turno entre Lula e Jair Bolsonaro?

Fonte: Blog do Edmar Lyra.

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