quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Federações, uma aposta incerta

 

Em Brasília, mesmo os mais otimistas com a ideia, acreditam que as federações partidárias sairão do papel. Até agora, só uma avançou, até porque não envolve muitos abacaxis nos Estados – a do PSDB com o Cidadania. As mais esperadas, a de esquerda, formada pelo PT-PSB e PCdoB, e a mais recente, do MDB com o União Brasil, entraram para o universo das incertezas.

O grande desafio está na fidelidade entre as partes envolvidas, com a consequente necessidade da manutenção da aliança nos ambientes políticos. Federações partidárias, como “casamentos”, conseguirão sobreviver a quatro anos sob alguns períodos de crises e de tormentas? Difícil acreditar. A união das legendas se estabelece, originalmente, sem um prazo determinado – e cada partido mantém sua marca/nome, seu número, seus filiados e seu direito ao acesso aos fundos partidário e eleitoral.

Caso uma agremiação abandone a federação, ela não poderá entrar em outra, assim como ela não terá o direito a coligar nos dois pleitos posteriores, além de ter proibido o uso do fundo partidário até a data prevista para o fim da federação. A exceção emerge somente no cenário em que os partidos da federação se fundam ou se uma das legendas incorporar, de forma efetiva, as demais.

No caso das coligações, elas seguem permitidas apenas para as eleições majoritárias, em 2022: presidência da República e governos estaduais, em cargos executivos; e Senado Federal, em cargo legislativo. Mantém-se, portanto, a norma aprovada em 2019 e aplicada nas eleições municipais de 2020, com o fim das coligações para cargos proporcionais.

Pequenos sem escolha – Costurar uma federação não é fácil. A novidade interessa às legendas menores, ameaçadas pela cláusula de barreira, que limita acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV aos partidos que não atingirem um mínimo de votos nas eleições. Os pequenos não têm escolha: se não aderirem aos grandes correm o risco de desaparecer. Mas dentro da federação também vão se diluir diante da pressão dos poderosos. Enfim, os pequenos correm sério risco, dentro ou fora da federação.

Ciro livre – O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) anulou busca e apreensão realizada pela Polícia Federal contra o pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT). O pedetista foi alvo de operação batizada de Colosseum, que apura fraudes, exigências e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos envolvidos na licitação das obras no estádio Castelão, em Fortaleza (CE), entre 2010 e 2013.

Em Brasília – O governador Paulo Câmara embarcou, ontem, logo cedo, para Brasília, no mesmo voo que levou metade da bancada federal, além do pré-candidato do PSB ao Governo do Rio, Marcelo Freixo. A pauta incluía contatos administrativos e políticos, passando por mais uma rodada de negociações envolvendo a discussão da federação partidária com o PT e o PCdoB. O núcleo do PSB pernambucano, sob a liderança do prefeito João Campos, ainda resiste à montagem da federação.

Regulação de volta – Em entrevista, ontem, a uma emissora de rádio, Lula disse não saber como seria feita uma regulação das redes sociais e da internet. “Não pergunte para mim como seria [a regulação da mídia], porque eu não sei. O que eu acho é que nós temos que fazer um debate na sociedade brasileira para a gente saber se está correto ou não”. Segundo o petista, a internet é “uma coisa extraordinária” para o avanço da humanidade, para a mídia e a comunicação.

A tucanada do contra – De uma bancada 32 deputados e seis senadores, 16 parlamentares (12 na Câmara e quatro no Senado) se opõem a uma adesão a Lula ainda no primeiro turno. Outros 15 não quiseram se manifestar sobre a aproximação de tucanos com Lula e sete não retornaram o contato feito pela reportagem. Enquete feita pelo Estadão perguntou se os integrantes da bancada defendem a manutenção da candidatura Doria e 13 parlamentares disseram que sim. Mas a ideia não é consenso e a maioria (18) pediu para não se manifestar sobre o tema.

CURTAS

SEM CARNAVAL 1 – Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) aponta que pelo menos 1.011 cidades brasileiras cancelaram tanto as festas públicas como as privadas no Carnaval 2022 – e que 538 cancelaram as festas públicas, mas mantiveram as privadas.

SEM CARNAVAL 2 – Apenas 72 municípios mantiveram ambos os tipos de festa, segundo a pesquisa, que ouviu 2.193 cidades em todas as regiões do Brasil entre 14 e 17 de fevereiro. Desse total, 551 municípios, equivalente a 25% dos consultados, ainda não definiram as medidas que serão adotadas.

Perguntar não ofende: Quando a Frente Popular desenrola o nó do Senado?

Fonte: Blog do Magno Martins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário