Em dez anos, muitas mudanças acontecem nos Municípios: seja de estrutura, quantidade populacional ou condições de moradia. O Censo acontece para entender e acompanhar essas e outras modificações que influenciam diretamente na gestão municipal. Para orientar os gestores municipais sobre o tema, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) promoveu nesta quinta-feira, 17 de fevereiro, a primeira edição dos Seminários Técnicos em 2022.
Na oportunidade, o economista da CNM Hilton Silva ressaltou que a entidade trabalha fortemente para que o Censo aconteça. “O Censo é a única maneira de saber quem somos, não só no país como todo, mas em cada localidade. Além de contar as pessoas, traz informações sobre as características das famílias, migrações, religião, saúde, características étnicas e raciais, deficiências físicas, natalidade, renda, trabalho, condições de moradia e deslocamento das pessoas para estudar ou trabalhar. Com os dados coletados, podemos melhorar significativamente algumas áreas como assistência social, saúde e educação”, disse.
Os dados coletados pelo Censo interferem, também, no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), já que o coeficiente é calculado com base na população. “Nós não conseguimos planejar o futuro se não tivermos o raio-x do momento, do agora. E isso é feito através do Censo. Com o Censo bem feito vamos poder auxiliar bastante nos dados. Por isso, pedimos que os gestores municipais incentivem os moradores da sua cidade a receberem o recenseador”, lembra.
Para a realização e coleta dos dados do Censo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utiliza de tecnologia que possibilita a coleta imediata das informações, atualizando os dados em tempo real, conforme ressalta o analista da Coordenação Operacional dos Censos do IBGE, David Monteiro. “A tecnologia que o recenseador utiliza registra o questionário e assim que faz a visita, transmite via internet e aparece no mapa um alfinete amarelo indicando que aquele domicílio já foi ou não visitado ou o que aconteceu. Essa oportunidade da prefeitura acompanhar este trabalho é uma oportunidade ímpar, já que a gente consegue ver quantos questionários foram aplicados na região e acompanhar o trabalho do recenseador”, ressalta.
Reuniões de planejamento
Para orientar os gestores sobre como auxiliar na coleta dos dados, o IBGE promove três reuniões de acompanhamento nas localidades. A primeira acontece antes da aplicação do questionário e tem como objetivo discutir a base territorial, oportunidade em que se é apresentado o mapa do Município e as divisões intramunicipais feitas pelo IBGE. A segunda rodada acontece durante o período de coleta para que se tenha um acompanhamento da coleta. Já a última acontece após a coleta dos dados, para marcar o encerramento e fazer uma divulgação preliminar dos dados. “Quem não teve oportunidade de ter esse contato com o IBGE, fique atento, porque fazemos o convite formal aos gabinetes dos prefeitos. A participação municipal é primordial”, comenta.
Padrão de Registro de Endereços
Para o trabalho do Censo, o IBGE destaca a importância da padronização dos endereços no país. Para tanto, existe o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE). Ele é um repositório de endereços de abrangência nacional criado, em 2005, a partir da sistematização dos dados coletados pelo Censo Demográfico 2000. Esse Cadastro contempla informações sobre domicílios e estabelecimentos de todo o País. A cada Censo Demográfico ele é totalmente atualizado e, além disso, passa por um processo contínuo de atualizações pontuais de acordo com a demanda das demais pesquisas.
O CNEFE é atualizado segundo a rotina e programação mensais para atender às pesquisas amostrais do IBGE, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), por exemplo. Atualmente, ele contém mais de 79 milhões de endereços registrados, dos quais cerca de 27% foram atualizados após 2010, o que representa mais de 21 milhões de endereços, enquanto os demais são oriundos dos registros do Censo Demográfico 2010.
“Nós precisamos tentar uniformizar o cadastro dentro das prefeituras do Brasil. E para isso, temos que ter um formato padronizado para ajudar na manipulação dos dados, para ajudar o recenseador no momento de fazer o trabalho. Além disso, é a partir do CNEFE que o IBGE consegue oferecer dados para auxiliar o gestor municipal na construção de políticas públicas”, destaca Monteiro.
A padronização do registro de endereços também facilita o intercâmbio e a integração de dados administrativos no próprio IBGE e entre instituições de modo geral. Por meio de parcerias e acordos de cooperação, as instituições envolvidas terão como principal ganho o acesso a dados, com a possibilidade de compatibilizar seus registros, como por exemplo o de localidades e logradouros. O padrão propõe também a ampliação do uso de coordenadas geográficas para aprimorar a localização de endereços, para além do registro textual, por meio de nomenclaturas conhecidas. O uso de dados georreferenciados e de sistemas de informações geográficas contribui para a realização de novas análises e para o fortalecimento de políticas de gestão do território.
“O intercâmbio de informações possibilita a atualização de registros, permitindo não só a realização de comparações, como também eventuais correções e possíveis incorporações de dados de outras fontes. A padronização do registro de endereços é fundamental para que as parcerias alcancem sucesso. A partir dela será possível dispor de dados mais consistentes para fundamentar a tomada de decisões e a implementação de políticas públicas com maior eficiência”, finaliza o analista da Coordenação Operacional dos Censos do IBGE.
Próxima edição
A próxima edição do Seminários Técnicos será na próxima terça-feira, 22 de fevereiro, com o tema: A política de assistência social – gestão municipal e auxílio brasil. As inscrições estão abertas clicando aqui e são gratuitas para Municípios filiados à CNM.
Fonte: Da Agência CNM de Notícias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário