quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Mais distante de palanque para Bolsonaro, Miguel vai à mesa com Raquel Lyra

 

Prefeito de Petrolina e pré-candidato ao Governo do Estado, Miguel Coelho tem evitado cravar em quem votará para presidência da República. Filiado ao DEM, que realizou fusão com o PSL, resultando no União Brasil, o gestor tem argumentado que seu partido ainda nem decidiu o caminho a ser adotado na corrida pelo Palácio do Planalto, o que lhe daria margem para tratar do tema sem ansiedade.

Indagado sobre a presença do ex-ministro Sergio Moro no páreo da corrida presidencial, Miguel, em café da manhã com a Imprensa ontem, ponderou ter apoio do Podemos, partido ao qual o ex-juiz se filiou, no cenário local sem vincular isso a uma possibilidade de apoiar Moro. "Aqui, nós temos apoio do Podemos no âmbito estadual. Eu nem sei qual presidente que o União vai apoiar ainda, porque o União não se definiu.

Então, não tenho como estar falando das candidaturas de outros se o nosso partido ainda está fazendo esse debate interno", assinala Miguel. O prefeito, então, foi questionado sobre eventual apoio ao presidente Jair Bolsonaro. "Não sei. O União vai apoiar quem?", devolveu.

A referida sigla será presidida nacionalmente por Luciano Bivar, presidente nacional do PSL e desafeto do chefe do Planalto. Bivar tem repisado a intenção de ter, na disputa, um nome capaz de quebrar a polarização Lula x Bolsonaro. Após o lançamento de Moro no páreo, a hipótese de Bivar vir a ser vice do ex-juiz também passou a ser cogitada.

A esse processo em curso, se somou nova variável recentemente: o senador Fernando Bezerra Coelho deixou a liderança do governo depois de concorrer, sem sucesso, a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Miguel assegura que isso em nada muda a construção de sua candidatura em Pernambuco, registra que seu grupo "não rompeu com o governo" Bolsonaro, mas admite que a entrega do cargo feita pelo pai o deixa com mais liberdade em relação a armar, ou não, um palanque para o presidente em Pernambuco. "Que deixa mais livre deixa.

Sem dúvida. Mas isso não evita novas construções no futuro, até porque o presidente tem partido agora, tem que lembrar desse detalhe", pontua Miguel, que foi à mesa, na última quinta-feira, com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, também cotada para concorrer ao Governo do Estado.

O prefeito de Petrolina não descarta uma composição dos dois numa chapa majoritária e realça que o candidato dela ao Planalto é João Doria, o que poderia vir a ser nova variável a afastá-lo, em caso de uma composição dessa vingar, de um palanque para Bolsonaro no Estado.

Mesa de negociação

O encontro de Miguel Coelho com Raquel Lyra marca uma retomada das conversas após um hiato nas costuras da Oposição. O prefeito não dá detalhes a respeito do encontro, mas, indagado sobre eventual prioridade para mulheres no páreo, vaticina: "A eleição de 2022 vai poder nos dar oportunidade". E explica: "Já teve a primeira vice-governadora, pode ter a primeira governadora, como pode ter a primeira senadora da história de Pernambuco. Isso é algo que está na mesa para poder ser construído".

Sinergia > Miguel Coelho, que não pode ser candidato ao Senado em função da idade, não descarta um palanque único da Oposição. "Pode ter. Tem total condição e sinergia para isso. Já está todo mundo num bloco de Oposição. Se a gente achar que a estratégia melhor é ter uma candidatura só, é natural. Mas, talvez a gente opte por duas para garantir um 2º turno".

Por eliminação > Há uma bolsa de apostas dando conta de que se Anderson Ferreira, prefeito de Jaboatão e presidente do PL-PE, for armar palanque para Bolsonaro, isso poderia ser empecilho para um entendimento entre ele e Raquel Lyra, eleitora de João Doria, adversário ferrenho do presidente.

Fonte :Folha de PE.

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