Prefeito do Recife e representante do espólio político-eleitoral do ex-governador Eduardo Campos, João Campos reuniu-se, em São Paulo, com o ex-presidente Lula em um gesto que pode ser interpretado como o que faltava para selar a volta da aliança entre PT e PSB no plano nacional, e, consequentemente, em Pernambuco. Entre os líderes partido socialista, João era, praticamente, a única voz contrária ao retorno desse casamento que teve, no passado, as figuras de Eduardo e de Lula como emblemáticas.
Foi verbalizado por João Campos que a aliança tem o objetivo de derrotar o presidente-candidato Jair Bolsonaro, que, combalido, vai tentar a reeleição em um cenário completamente adverso. Em decorrência do tamanho e do posicionamento estratégico do PSB em estados como São Paulo e Pernambuco, por exemplo, é possível que dessa união saia para os socialistas a vaga de vice na chapa a ser encabeçada por Lula.
A volta da aliança PT-PSB, que deve ser oficializada mais à frente, dá ares de dramaticidade à candidatura do pedetista Ciro Gomes à Presidência da República. Isolado no campo da esquerda, ao cearense só resta buscar apoios na direita; já que PCdoB e PSOL dificilmente não se incorporarão ao projeto capitaneado por Lula – o PCdoB, aliás, pode até fundir-se ao PSB.
Após o ato que formalizará a volta da aliança, começarão a pipocar os nomes que podem vir a compor a chapa de Lula. Pelo que se fala, o desejo do ex-presidente, quase um Deus no Nordeste, é que esse quadro seja do sul. Contudo, não estão descartadas opções nordestinas como o governador do Maranhão, Flávio Dino. O fato é que essa indicação, pela leitura que se faz, deve ser mesmo do PSB.
Em Pernambuco, não há muita surpresa. Petistas pedirão votos em 2022 para o candidato do PSB, que esta coluna apurou que nunca deixou de ser o ex-prefeito do Recife e atual secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Geraldo Júlio. O socialista, é preciso que se diga, tem negado a intenção de concorrer; pelo menos oficialmente.
Ao partido de Lula caberá indicar um dos três nomes que formarão a chapa da Frente Popular em Pernambuco. E Lula quer o Senado porque precisa de aliados de confiança em Brasília para um eventual terceiro governo, a partir de 2023 – o ex-presidente lidera a corrida eleitoral a um ano do pleito.
Portanto, diante desse cenário, ficaria difícil o PSB ficar com duas cabeças na majoritária; o que tornaria inviável uma candidatura do atual governador, Paulo Câmara, à Casa Alta, como dizem ser seu desejo. Câmara, um quadro nacional do PSB, pode terminar o seu mandato e pintar em um eventual ministério lulista.
O que se ouve conversando com socialistas e petistas é o que o acordo é tido como positivo para os dois lados. O PSB, que vai para uma eleição difícil de fim de ciclo, teria o peso e a força do lulismo em seu palanque, que, somada à capacidade da máquina eleitoral da Frente Popular, colocaria Geraldo Júlio em vantagem contra os oposicionistas.
Para o PT, cuja meta número 1 é fazer Lula voltar a subir a rampa presidencial, também é vantagem pois o ex-presidente teria em sua base nacional um PSB coeso e capaz de buscar eleitores fora do espectro que eles, os petistas, seriam incapazes de cooptar.
O povo quer saber: que nome o PSB indicará para vice de Lula?
Fonte: FalaPE.
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