Jarbas Vasconcelos reapareceu, ontem, em público, depois de ser submetido a tratamento de saúde. Pelas redes sociais, postou uma foto ao lado do prefeito João Campos (PSB), a quem recebeu em seu escritório Debate, no Recife. Senador da República com mais quatro anos de mandato pela frente, o ex-governador está longe do debate nacional e também da discussão preliminar envolvendo a sucessão estadual.
Venceu, recentemente, mais uma queda de braço com o senador Fernando Bezerra Coelho pelo controle do MDB, mas foi um triunfo sem glória. Sem o grupo de FBC, Jarbas terá enormes dificuldades para reeleger o deputado federal Raul Henry, afilhado na vida pública, considerado, na prática, uma espécie de herdeiro político do senador. Mantidas as coligações para o jogo eleitoral de 2022, dificilmente Henry emplacará a reeleição.
Hoje, o MDB não tem chapa para alcançar o coeficiente eleitoral, em torno de 180 mil votos para eleger o primeiro deputado. Se Fernando Filho, filho de FBC, tivesse se mantido no MDB, com certeza Henry teria mais chances de escapar da derrota, porque seria mais fácil montar a chamada cauda eleitoral. Para onde irá, afinal, o mais fiel discípulo jarbista?
O que se diz nos bastidores é que se contentaria em ser acomodado candidato a vice-governador na chapa de Geraldo Júlio, o que parece lógico para não encerrar a carreira política de forma tão melancólica. Quanto a Jarbas, também se dará por satisfeito em ver o afilhado na chapa, porque parece não ter mais sonhos como político.
Lá atrás, o grande erro de Jarbas foi ter se aliado ao projeto de Eduardo Campos depois de ser esmagado nas urnas por ele na disputa pelo Governo do Estado. Se tivesse permanecido na trincheira da oposição pela respeitabilidade e histórico de bom gestor, teria mais chances de voltar a despachar no Palácio das Princesas. Eduardo reinou sem oposição, com todo mundo abrigado debaixo do seu guarda-chuva.
Magalhães Pinto dizia que a política é como nuvem: “Olha-se para ela e a enxerga de um jeito. Olha-se de novo e ela já mudou”. Jarbas mudou como a nuvem, parece ter perdido a paixão política, a única paixão que faz o homem entrar na vida pública com afoiteza, disposto a mudar o mundo e as pessoas. Muitas vezes, na política, o mais doloroso é não enxergar a nuvem.
Lei da improbidade – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou, sem vetos, o projeto que afrouxa a Lei de Improbidade Administrativa e dificulta a punição de servidores e políticos por práticas como de enriquecimento ilícito, danos ao erário e outras irregularidades. Dentre as alterações, o ponto principal da nova lei é o que prevê punição por improbidade apenas nos casos em que seja comprovado "dolo específico", ou seja, a intenção do agente de cometer irregularidade.
Símbolo da Baixa Verde – Capital nacional da rapadura, Santa Cruz da Baixa Verde, a 413 km do Recife, terá um portal diferenciado: uma gigante espécie do doce, que certamente vai despertar curiosidade entre os turistas que por ali passam rumo a Triunfo, oásis do Sertão do Pajeú, cidade turística. A obra de arte já está quase pronta e foi idealizada pelo próprio prefeito Irlando Parabólica (PP). Temos que massificar que Santa Cruz da Baixa Verde se confunde com a produção de rapadura, vetor da nossa economia, maior geradora de emprego e renda do município.
O maior do NE – Pernambuco, segundo o Caged, gerou, em setembro, 25.732 novos postos de trabalho formais. O resultado é o melhor no Nordeste e o terceiro lugar no Brasil, demonstrando um bom ritmo de retomada após o baque sofrido ao final de agosto, quando o Estado encerrou o segundo semestre com a pior taxa de desemprego do País (21,6%), de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Em relação ao mês de agosto, quando o saldo foi de 17.215 contratações, houve um crescimento de 8.523 empregos com carteira assinada. No acumulado do ano, de janeiro a setembro, o estado possui um saldo de 70,5 mil ocupações.
Precatórios – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), confirmou, ontem, que o plenário da Casa deverá votar, hoje, a PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios. Havia uma expectativa de que ela pudesse já ser analisada ontem, mas, segundo Lira, o texto será discutido por algumas bancadas primeiro. “O texto estará pronto para ir a plenário nesta quarta-feira depois de uma rodada de conversas com o relator e partidos que precisam de alguns esclarecimentos”, disse Lira.
Compesa cobrada – Em entrevista ao Frente a Frente de ontem, o prefeito de Triunfo, Luciano Bonfim (Avante), comemorou o andamento das obras da Adutora do Pajeú, que levará água em abundância para o município, mas manifestou uma grande preocupação: teme que a Compesa não cumpra a sua parte, instalando um novo sistema de distribuição da água para todos os bairros. O atual modelo está defasado e não adianta chegar adutora sem ampliação do sistema. “Estamos com um sistema de distribuição de água instalado há mais de 50 anos”, disse Bonfim.
CURTAS
FOME – Um estudo nacional, encomendado pelo Ministério da Saúde, aponta que 14,2% dos brasileiros de até cinco anos estão com deficiência de alguma vitamina ou mineral. Além disso, 47% das famílias que têm crianças nessa mesma faixa etária possuem algum grau de insegurança alimentar. Os dados fazem parte do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2019), coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
CONSULTAS – Os deputados estaduais vão definir como as sessões vão ser realizadas a partir de novembro. Estão sendo consultados para saber se preferem manter as atividades pela internet, por causa da pandemia, ou se haverá reuniões presenciais ou híbridas, adotando os dois modelos. A realização da consulta aos parlamentares foi confirmada pelo deputado Clodoaldo Magalhães (PSB), primeiro-secretário da Casa.
Perguntar não ofende: Enfim, Geraldo Júlio é ou não o candidato do PSB?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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