O argumento apresentado pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, ontem, um dia após senadores protocolarem notícia-crime no STF contra o presidente Jair Bolsonaro, não convenceu os senadores da ala independente e de Oposição da CPI da Pandemia. A despeito da nova versão do governo, o grupo está atento a um detalhe: a reação pacífica do presidente Bolsonaro às denúncias feitas, na última sexta, pelo deputado Luis Miranda e por seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, na última sexta-feira. Senadores têm estranhado que o chefe do Planalto não tenha partido para cima do deputado federal. De Pernambuco, o senador Humberto Costa adverte: "Ele está com medo que o deputado tenha gravado ele, e não está querendo pagar para ver". À coluna, o petista prossegue: "Ele não ‘bateu’ em Luis Miranda, está calmo. Se estivesse seguro, ele já teria esculhambado". A referida leitura coincide com a interpretação feita, também ontem, pelo presidente da CPI, Omar Aziz. "Eu creio que o deputado Luis Miranda tem essa gravação. Agora, ele disse: 'Não fui eu que gravei, mas eu não estava só na sala'", sublinhou Omar em entrevista à GloboNews, observando que o presidente não desmentiu o parlamentar.
Em seu depoimento, Miranda afirmou que Bolsonaro teria citado o nome do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, ao ouvir a denúncia sobre supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin. O deputado diz não ter gravado a conversa, mas, em entrevista à Denise Rothenburg, no programa CB.Poder, sugeriu o seguinte: “Sabe quando essa resposta, se gravamos ou não, vai aparecer? Se um dia o presidente mentisse. Até agora ele não mentiu”. Na análise de Humberto Costa, o presidente da República pode achar que Luis Miranda "está blefando" sobre não ter gravado. Ontem, Fernando Bezerra afirmou que Bolsonaro solicitou, no dia 22 de março, ao ex-ministro Eduardo Pazuello, "uma apuração preliminar acerca dos fatos relatados". Acrescentou que "avaliação cautelosa e criteriosa" foi feita pelo, então, Secretário-Executivo de Pazuello, Elcio Franco", e que não foram encontrados indícios de fraude. Como Pazuello foi exonerado no dia 23 de março e Franco, no dia 26 de março, os senadores leram a explicação do governo como um "esforço para apagar os rastros". Ontem, o governo anunciou a suspensão do contrato de compra da Covaxin. "Mais um motivo para CPI avançar", reforça Humberto Costa.
Passando recibo
A suspensão do contrato de compara da Covaxin foi lida por parlamentares como um "reconhecimento de culpa" do governo. Pela data em que o presidente Bolsonaro teria solicitado apuração, ao ex-ministro Eduardo Pazuello, segundo relatou Fernando Bezerra Coelho, os senadores concluem que não dava tempo de o ministro "limpar as gavetas" e apurar ao mesmo tempo.
Alô > Túlio Gadêlha telefonou para o prefeito Anderson Ferreira, há duas semanas, dizendo que destinaria emenda de R$ 1,2 milhão para Jaboatão. Foi aí que Anderson convidou o pedetista para conhecer o Complexo Administrativo, o que ocorreu ontem.
Portas> Anderson preside o PL-PE e Túlio está de malas prontas para deixar o PDT. As costuras para 2022 foram à pauta, apesar de eles militarem em campos opostos. O grupo dos Ferreira também está à frente do PSC-PE, presidido por André Ferre.
Fonte :Folha de PE.
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