sexta-feira, 25 de junho de 2021

Caso Covaxin “salva” CPI e atinge bandeira de Bolsonaro, dizem deputados

 

Na aposta dos parlamentares, as auscultas de Luis Ricardo Fernandes Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e de seu irmão, o deputado federal Luis Miranda, na CPI da Pandemia, hoje, serão a pauta da semana. Faz-se uma avaliação, inclusive, de que esse fato “salvou a CPI”, que vinha perdendo fôlego e audiência. O colegiado mirou a demora do governo na aquisição de vacinas, passou a concentrar atenção no gabinete paralelo, no estímulo ao tratamento precoce, mas faltava encontrar um elo que levasse ao recurso público ou que materializasse algum resultado. Nos corredores do Congresso, já se fala em uma primeira fase da comissão, ancorada na “omissão” e em uma segunda, que passa, agora, a focar na ação do Governo Federal ter supostamente comprado vacina superfaturada. Na bolsa de apostas de deputados da Oposição, se fala o seguinte: “O Luís Miranda pode ser o Pedro Collor de Bolsonaro”. Faz-se referência ao irmão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje senador. Em entrevista à Veja, Pedrp Collor deflagrou denúncias de mau uso do dinheiro público contra o presidente em 1992.

As acusações ganharam repercussão no Congresso, que instaurou CPI. Alvo de processo de impeachment, Collor renunciou. Luis Ricardo Fernandes Miranda e Luis Miranda denunciaram possíveis irregularidades na compra da vacina Covaxin pelo Governo Federal. Chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo relatou ao Ministério Público Federal e à imprensa ter sido pressionado a acelerar o processo de compra do imunizante indiano, da empresa indiana Bharat Biotech. A negociação está sob suspeita em razão do valor unitário das vacinas e da participação de uma empresa intermediária, a Precisa Medicamentos. Ao jornal O Globo, Luis Ricardo que alertou o presidente Jair Bolsonaro pessoalmente. Senadores governistas integrantes da CPI da Covid relataram, ontem, que o presidente encaminhou as denúncias ao e-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que teria, segundo eles, promovido apuração interna sem encontrar problema no contrato. Considerando que Bolsonaro se elegeu sob a tese de combate à corrupção, parlamentares já avaliam que essa bandeira pode acabar atingida.

Efeitos colaterais
O ministro da Secretaria-Geral de Governo, Onyx Lorenzoni, anunciou pedido de investigação do deputado Luís Miranda e do irmão por fraude e denunciação caluniosa. Líder do PSB, o deputado federal Danilo Cabral alfineta: “A vacina provocou efeitos colaterais no Governo”.

Septicemia > Em seu twitter, Danilo Cabral ironizou: “Calafrios no Palácio do Planalto, aumento da temperatura na CPI e confusão mental nos aliados, que acreditaram na promessa do Presidente de combate à corrupção. Imunidade de Bolsonaro cada vez mais baixa e sujeito à septicemia”.

Revés > O ministro do STF, Luís Roberto Barroso, indeferiu pedido do presidente Jair Bolsonaro para suspender decretos com medidas restritivas de Pernambuco, Rio Grande do Norte e do Paraná. O ministro acolheu os argumentos apresentados pelas Procuradorias Gerais dos três estados.

Fonte :Folha de PE.

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