terça-feira, 29 de junho de 2021

E agora, Miguel?! Sem apoio de Bolsonaro, prefeito pode não se viabilizar para governador

 

A preferência de Jair Bolsonaro pelo ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, e pela deputada estadual Clarissa Tércio para a disputa majoritária em Pernambuco, no ano que vem, pode sepultar as chances de vitória de outro aliado do presidente que se coloca na disputa. Sem a chancela de Bolsonaro nem seu apoio político, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, pode ficar pelo caminho na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas.

Com uma gestão modelo na sua cidade, cheio de coisa boa para mostrar – muito disso em decorrência da boa vontade financeira do Governo Federal, Miguel precisa que esse apoio se mantenha até a eleição. O prefeito de Petrolina precisa contar até 2022 com os recursos da administração Bolsonaro para tirar mais obras e ações do papel, se viabilizando, assim, como um nome forte para enfrentar a máquina eleitoral do PSB nas urnas.

Pesa contra Miguel Coelho o distanciamento que Bolsonaro vem mantendo do seu pai e líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, alvo de várias denúncias de envolvimento em corrupção; a mais nova delas, remontando à época em que ele era ministro da Integração Nacional de Dilma Rousseff. Quanto mais fraco FBC estiver, mais fraca a candidatura do seu filho; tanto do ponto de vista financeiro, quanto do político. Portanto, contar com Bolsonaro, mesmo o presidente combalido, é fundamental para as pretensões do sertanejo.

Além disso, focando na questão política, um não-apoio de Bolsonaro ao prefeito de Petrolina o transformaria em uma espécie de terceira via estadual. Miguel ficaria no meio do caminho entre o candidato bolsonarista – Gilson Neto ou Clarissa Tércio – e o postulante com o endosso do ex-presidente Lula, que, provavelmente, será o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, em uma reedição do casamento PSB/PT em Pernambuco. Historicamente, já está mais do que provado que terceira via não cola por essas bandas.

MEIO DO CAMINHO – Outro que está ficando no meio do caminho entre o Bolsonarismo e o Lulismo na disputa majoritária estadual é o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, que, apesar de dizer que quer o governo, ensaia mesmo uma candidatura ao Senado Federal – se não for ele, quem deve vir é o seu irmão e deputado federal, André Ferreira. Ao contrário do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, Anderson ainda tem o agravante de não ter uma gestão modelo para apresentar como potencial argumento para ser votado. Isso porque a administração do Ferreira é bem mixuruca.

JOGADA – A caminho da metade do seu segundo mandato de senador, o petista Humberto Costa, que tem mais cinco anos e meio garantidos na Casa Alta, está, agora, se colocando como pré-candidato a governador. Quem conhece Humberto e os bastidores da Frente Popular sabe que o movimento nada mais é do que uma jogada para enfraquecer a deputada federal Marília Arraes e levar o PT para o palanque de Geraldo Júlio a governador. Nessa configuração, caberia aos petistas apresentar o nome para o Senado na chapa. Da última vez que concorreu a governador, em 2006, Humberto saiu das urnas destroçado com as denúncias de envolvimento na Máfia dos Sanguessugas. Denúncias essas das quais ele só foi inocentado em 2010.

IMBRÓGLIO – Esse movimento todo do senador Humberto Costa no enfraquecimento de Marília Arraes, certamente, é porque a pesquisa interna já mostra a deputada federal competitiva para a disputa de governadora. Se concorrer e vencer a eleição, Marília engolirá Humberto e se tornará a principal liderança do PT em Pernambuco; tudo que o senador não quer ver. A resolução do imbróglio, mais uma vez, sobrará para o ex-presidente Lula resolver. O petista vem ao estado tratar de sucessão em julho, quando sentará com o governador Paulo Câmara e o comando da Frente Popular. E com as principais lideranças petistas, muitas delas contrárias a uma aliança com o PSB.

CRISE – O governo publicou, nessa segunda-feira (28), uma medida provisória (MP) para centralizar a gestão da crise hídrica e aumentar os poderes do Ministério de Minas e Energia. A medida provisória permite ainda a adoção de “procedimentos competitivos simplificados” para a contratação de energia elétrica, sem especificar fontes que podem ser acionadas. O texto não trata da possibilidade de racionamento de energia, o que vem sendo negado pelo governo. Os reservatórios das hidrelétricas do Centro-Sul do país estão em níveis historicamente baixos após o pior período de seca em 91 anos de medição do sistema elétrico.

O povo quer saber: como o Coronel Meira fica nessa chapa bolsonarista para o Governo de Pernambuco?

Fonte : FalaPE.

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