Mesmo proibido pela pandemia de viajar pelo País, como deseja depois de ter perdoado todos os seus pecados pelo maior assalto aos cofres públicos da história republicana, pelo suspeito ministro Edson Fachin, do STF, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem feito articulações na tentativa de ampliar as alianças contra Jair Bolsonaro em 2022.
Já conseguiu aparar algumas arestas, mas o petista, apesar de reconhecido como um exímio articulador político, está longe de se viabilizar como o candidato que consiga agregar um espectro mais amplo do centro político brasileiro. Até o momento, só tem ainda não confirmado, oficialmente, o apoio do PSB por razões que a própria razão não desconhece: o interesse da legenda socialista se manter no poder em Pernambuco.
É atribuída a ele a articulação para o governador do Maranhão, Flávio Dino, abandonar o PCdoB e ingressar no PSB, assim como a filiação do deputado Marcelo Freixo, que deixou o Psol, para tentar o Senado pelo Rio de Janeiro. A desistência do apresentador de televisão Luciano Huck de disputar a presidência em 2022 expôs as dificuldades de partidos de centro-direita para encontrar um nome natural, com alta popularidade e chances reais de concorrer com Lula e o atual presidente, Jair Bolsonaro.
Ainda assim, o mais provável é que esse campo político apresente uma ou duas candidaturas que tentarão ser embaladas como os nomes do centro. Os próprios dirigentes petistas reconhecem que uma candidatura de Lula em 2022 ainda estaria ancorada basicamente em alianças de centro-esquerda. A novidade seria a atração do PSB, partido que era dirigido pelo ex-governador Eduardo Campos, morto na campanha presidencial de 2014 num acidente de avião, mas que permanece sob forte influência de decisão por parte do núcleo socialista pernambucano.
Um dos mais aguerridos opositores de Bolsonaro na esquerda, o governador Flávio Dino vai conduzir as alianças no Maranhão e é visto tanto como um candidato ao Senado quanto uma carta na manga para a vice-presidência numa chapa com Lula. O governador tem sido um dos articuladores da frente democrática ampla e foi inclusive procurado, em 2020, para conversas com Luciano Huck, quando ele parecia ser a promessa inovadora do centro.
Costura de alianças – “O movimento que está sendo feito agora não é de costura de alianças eleitorais. É uma costura política para fazermos um enfrentamento a Bolsonaro e ao bolsonarismo”, diz a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, acrescentando: “Temos vários setores da sociedade e políticos que, embora não pensem como a gente em termos de desenvolvimento econômico e social, pensam como a gente na defesa da democracia e têm a política como instrumento de construção para a perspectiva futura, e não o ódio, as fakes news, a mentira “.
Olho no Centrão – O objetivo de Lula e do partido neste momento, segundo a deputada federal Gleisi Hoffmann, é tentar aproximar esses setores que querem garantir o processo democrático em 2022. Para a presidente do PT, as escaladas autoritárias de Bolsonaro e suas estratégias deixam claro que há, sim, um risco para o processo eleitoral do próximo ano. “Precisamos ter um campo político amplo e unido para assegurar o processo eleitoral e democrático e não permitir nenhuma saída autoritária “, afirma. Traduza por amplitude política o apoio da direita, notadamente do Centrão, que Lula vem perseguindo.
Boa notícia – O secretário de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia, Christiano Vieira, garante que o governo e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) estão avaliando a possibilidade de “eventualmente” estabelecer alguma bonificação para quem consumir menos energia elétrica. Vieira disse que, nas próximas semanas, deve ser aberta uma consulta pública para trabalhar a demanda dos consumidores industriais voluntariamente. “Naqueles momentos em que há uma maior demanda por energia, nós estamos avaliando como dar um incentivo econômico para que voluntariamente aquela indústria que possa fazer o deslocamento daquela carga para um horário de menor consumo”, disse.
Péssima notícia – A preocupação com a rápida disseminação da variante Delta do novo coronavírus vem forçando um número crescente de países a reimpor medidas restritivas mais rigorosas na tentativa de impedir que uma nova onda da covid-19 atrapalhe os esforços globais para conter a pandemia e a retomada da normalidade. Apenas no final da semana passada, novas restrições a viagens e a atividades cotidianas foram anunciadas em países como Austrália, África do Sul e Alemanha.
Oposição vergonhosa – Nem o deputado Wolney Queiroz, líder do PDT na Câmara, nem tampouco o deputado estadual Tony Gel (MDB), principais lideranças de oposição à prefeita de Caruaru, Mainha Raquel Lyra (PSDB), deram um pio sobre o arrumadinho promovido pelo deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) para reforçar o bolso do primeiro-damo Fernando Lucena, com um salário de R$ 7,8 mil, no seu gabinete, em Brasília, sem dar um minuto de expediente, verdadeira sinecura. Já se foi o tempo que o País de Caruaru teve oposição. Que vergonha!
CURTAS
AS RAZÕES – Tony Gel ficou envergonhado para bater na prefeita porque sua esposa Miriam Lacerda, ex-deputada estadual, estava agregada até então na Assessoria Especial do governador Paulo Câmara, estando agora, entretanto, no gabinete do senador Jarbas Vasconcelos. Não se sabe fazendo o quê. Já a deputada Laura Gomes (PSB), opositora de Raquel, deve ter silenciado igualmente porque o marido responde por uma “assessoria” no Palácio.
DOIS SENHORES – O ex-vereador caruaruense Gilberto de Dora, que presta assessoria à prefeita Raquel Lyra, a Mainha de Caruaru, está de volta ao PT, mas quer continuar com a boquinha de R$ 4 mil no gabinete da tucana. Na prática, quer servir a dois senhores, o que, na política, até acontece, mas não deixa de configurar oportunismo.
Perguntar não ofende: Caruaru está envergonhada por não ter mais oposição?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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