Ao longo dos próximos dias, o senador Humberto Costa fará uma série de consultas a membros da Executiva nacional do PT, visando a ouvir opiniões sobre a agenda que o ex-presidente Lula cumprirá em Pernambuco e no Nordeste no início de julho. O tema não foi à pauta ainda com o governador Paulo Câmara, que esteve no gabinete dp senador, em Brasília, anteontem. “A gente ficou de conversar um pouco mais", informa o petista à coluna. O socialista esteve na Capital Federal para a filiação de Flávio Dino e de Marcelo Freixo ao PSB e aproveitou para fazer uma visita a Humberto. Trataram, ali, da pandemia no Estado e no Brasil e entraram, naturalmente, no tema da sucessão nacional. O detalhe é que, nesse processo de reconstrução entre PSB e PT, mirando 2022, explica Humberto, "Paulo Câmara é a pessoa que o ex-presidente Lula meio que escolheu como um interlocutor direto dele junto ao PSB". Humberto adverte: "Não quer dizer que o (Carlos) Siqueira não seja, porque aí é tratamento de partido para partido. Mas o presidente (Lula) abriu essa ponte com Paulo Câmara". Em outras palavras, ainda que de gestos discretos e afeito a movimentos silenciosos, o governador de Pernambuco tem sido um personagem determinante no xadrez da recomposição entre as duas legendas.
A relação entre PT e PSB, outrora alinhada, passou por turbulências a partir de 2014, quando várias pontes foram implodidas entre socialistas e petistas após a corrida presidencial daquele ano. Em vários momentos, de lá para cá, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, não evitou subir o tom na direção do PT e de Lula. Em 2020, o pleito do Recife serviu para acirrar os ânimos e reabrir feridas. O prefeito João Campos chegou a prometer que não teria nomes do PT em sua gestão, após o duro embate com Marília Arraes na Capital, e cumpre, agora, um papel de resistência, via acenos ao PDT de Ciro Gomes. Paulo Câmara, por sua vez, chegou a participar de reunião virtual com o próprio Lula no início de abril. Depois dali, ficou definido que o próximo passo seria o petista vir a Pernambuco, agenda que acabou adiada em função da pandemia, mas que, agora, está prevista para ocorrer na primeira ou segunda semana de julho. Paulo e Humberto ficaram de conversar mais sobre o assunto, mas o discurso do governador na filiação de Freixo e de Dino já sinalizou que a sintonia com o PT parece evoluir. Considerando que Pernambuco é hegemônico no PSB, afinar a relação com o Estado deve ser decisivo para os petistas.
Subsídios para CPI
Decisão do STF suspendeu as convocações de governadores aprovadas pela CPI da Pandemia, mas o senador Humberto Costa foi à mesa com o governador do Piauí, Wellington Dias, em jantar na última terça-feira, visando a colher subsídios sobre a relação dos gestores estaduais com o Governo Federal.
STF > Humberto quis saber dele quais dificuldades os governadores enfrentaram na relação com o Governo Federal. O foco foi esse, mas a sucessão presidencial foi à pauta.
Sangue novo > "Líder do PSB na Câmara, Danilo Cabral diz que "a entrada de Flávio Dino e de Marcelo Freixo, com suas respectivas trajetórias políticas, anima a todos porque reafirma os valores e a história do PSB como um partido de esquerda". Além disso, “coloca o partido como protagonista da construção da unidade das forças democráticas contra Bolsonaro".
Fonte :Folha de PE.
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