terça-feira, 29 de março de 2022

O fator Marília

 


Muitos se surpreenderam com a atitude da deputada Marília Arraes em recusar o apelo do ex-presidente Lula e do PT para sair candidata ao Senado. Conheço Marília há muitos anos, seu perfil e sua personalidade. Tem brilho, talento, inteligência, coragem e caráter. Jamais iria aceitar ser chamada de chantagista para conseguir ser a candidata ao Senado.

Vale lembrar que em 2014, no auge da popularidade e do poder inquestionável do ex-governador e primo Eduardo Campos, Marília rompeu com o PSB para apoiar Dilma, uma decisão que contribuiu para confirmar seu perfil corajoso. Ela está se transformando na primeira grande líder mulher de Pernambuco.

E não é, diga-se de passagem, por ser da família de Miguel Arraes nem tampouco por usar o nome de guerra com o sobrenome do avô. Trata-se de uma conquista pelo trabalho coletivista que desenvolve. Sua presença é marcante, seja onde for. Logo no primeiro mandato de deputada federal, foi eleita para Mesa Diretora da Casa, apesar do boicote do PT.

Na verdade, ela já era para ter sido eleita a primeira mulher governadora de Pernambuco em 2018 se não tivesse sido traída pelo algoz Humberto Costa, junto com os seus comparsas do PSB. Novamente em 2020, o mesmo Humberto ficou, traiçoeiramente, com o PSB, num jogo sujo nunca visto em toda a história política de Pernambuco, para roubar de Marília a posição de primeira mulher prefeita da nossa capital.

Mas agora o fator Marília regressou com força para enfrentar o candidato de um Governo que faz muito mal a Pernambuco, que se esgotou e parece estar com os dias contados. A fadiga de material é tamanha que não está descartado um segundo turno entre os candidatos da oposição, ficando o coronel Danulo de fora.

Sem entendimento – Numa conversa com jornalistas, ontem, no Recife, o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, e o ministro do Turismo, Gilson Machado, que formam a chapa bolsonarista no Estado – o primeiro candidato a governador e o segundo a senador – arquivaram, definitivamente, qualquer tentativa de entendimento com os demais postulantes no campo da oposição. "Reabertura de diálogo, só se for em apoio à nossa chapa", disse Anderson, respaldado por Machado.

O coveiro do MDB – O MDB, quem diria, que num passado não muito distante já foi a maior legenda no País, elegendo 22 governadores, virou letra morta em Pernambuco. O coveiro atende pelo nome de Raul Henry. Com ele na presidência estadual por delegação de Jarbas Vasconcelos, ao invés de crescer, virou sublegenda do PSB. Agora, como coveiro do partido, Henry armou uma chapa apenas para federal, esquecendo da Alepe, pensando em salvar o mandato a todo custo. Abandonou Tony Gel e até o herdeiro político de Jarbas, o jovem Jarbinhas, candidato a estadual. Ambos foram buscar abrigo no PSB.

Constrangimento – A União de Vereadores de Pernambuco (UVP) fez palanque único em um congresso da categoria, na semana passada, para o candidato do PSB, Danilo Cabral. Nenhum outro pré-candidato foi convidado. Marília Arraes foi de atrevida, no último dia do evento, sábado passado, teve direito a uma falinha, mas acabou roubando a cena para constrangimento dos organizadores.

Sucessor de Gilson – Com data marcada para se afastar do Ministério do Turismo no próximo sábado, o pernambucano Gilson Machado Neto deve emplacar o sucessor. O nome mais cotado é o do presidente da Embratur, Carlos Brito, que foi diretor de gestão interna do órgão quando Gilson presidiu e de lá recebeu a convocação de Bolsonaro para assumir o Ministério.

Tá fumaçando – Enquanto Anderson Ferreira e Miguel Coelho, prefeitos de Jaboatão e Petrolina, respectivamente, têm a garantia dos seus sucessores de que nenhum secretário será mudado a partir de sábado, quando renunciam, a prefeita Raquel Lyra, de Caruaru, não tem a mesma certeza. O que se diz por lá é que o seu vice Rodrigo Pinheiro, também tucano como ela, vai montar sua própria equipe. O blog tentou contato com Pinheiro, mas ele não deu retorno. Onde tem fumaça, tem fogo.

CURTAS

FIM DAS MÁSCARAS – O uso de máscara em locais abertos deixa de ser obrigatório em Pernambuco a partir de hoje. O Governo do Estado também liberou a realização de eventos com capacidade total de público, incluindo shows, festas e estádios de futebol a partir da mesma data. O decreto estava em vigor desde o dia 16 de maio de 2020.

NORONHA – "Não existe preocupação ambiental de Bolsonaro com Noronha", diz o secretário estadual de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti, sobre o pedido de liminar protocolado pelo Governo Federal no Supremo Tribunal Federal, que solicita o reconhecimento do domínio da União sobre a ilha. O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, disse que o estado "precisa cumprir o contrato de gestão".

Perguntar não ofende: O MDB virou a casa da mãe Joana?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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