quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Polícia prende suspeito de clonar WhatsApp de ministros

PixabayHomem usando o WhatsAppPixabay

A Polícia Civil do Distrito Federal faz buscas, nesta terça-feira (7), na mira de estelionatários que "clonaram" perfis de ministros do governo Lula no WhatsApp e entraram em contato com dirigentes de órgãos públicos e privados, em geral, pedindo transferências Pix a "pessoas necessitadas".

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Durante as diligências, a Polícia prendeu um homem apontado como principal autor dos crimes sob investigação. Ele seria o líder da quadrilha sob suspeita e foi capturado em Recife.

Entre as vítimas do grupo estão os ministros Juscelino Filho (Comunicações), Camilo Santana (Educação), Renan Filho (Transportes), Rui Costa (Casa Civil), Luiz Marinho (Trabalho) e Carlos Lupi (Previdência Social). Segundo a Polícia, os próprios ministros procuraram as autoridades para relatar o uso de seus nomes para a prática de crimes.

Batizada Alto Escalão, a ofensiva vasculhou endereços em Recife e em João Pessoa nas casas dos integrantes da quadrilha especializada em fraude eletrônica. A operação é da 5ª Delegacia de Polícia do DF, que apura o caso há seis meses e já identificou dez membros da associação criminosa sob suspeita.

Com as diligências, os investigadores buscam identificar o número de vítimas e de autoridades públicas cujos nomes tenham sido usados pelo grupo. A Polícia quer ainda quantificar o lucro obtido pelos criminosos, assim como rastrear o destino dado aos montantes.

Segundo a Polícia, o grupo tinha um modo de agir específico: entrava em contato com diretores e presidentes de órgãos públicos e privados, usando as fotos, nomes e informações dos ministros de Estado, e pediam "ajuda" para diferentes situações.

"Geralmente com o pretexto de ajudar terceiras pessoas, os falsos Ministros contatavam as vítimas e lhes pediam que realizassem transferências via Pix para alguma pessoa necessitada", narrou a Polícia Civil.

De acordo com o inquérito, a narrativa dos suspeitos era a de que os "ministros" não poderiam transferir diretamente os valores, uma vez que "não poderiam vincular seus nomes a uma pessoa". A alegação dos investigados era a de que, após o Pix ser feito, os "ministros" ressarciriam a vítima do golpe.

Em um caso específico, a quadrilha entrou em contato, se passando por um ministro de Estado, com o presidente de uma associação comercial do interior paulista. A ele, os criminosos alegaram que o "ministro" estava com uma demanda na cidade vizinha.

O falso integrante do governo Lula então teria narrado que um conhecido teria falecido na cidade, e que ele precisava transferir recursos para a família, mas não estaria conseguindo realizar a transação. Foi pedido então que a associação fizesse a transferência e, em seguida, o "pessoal" do ministro faria o ressarcimento.

Os investigadores apontam que tal golpe revelou que os suspeitos inclusive estudavam a agenda dos ministros pelos quais se passavam. Isso porque o ministro cujo nome foi usado para tal tratativa teve um compromisso político na mesma região, dias antes do contato fraudulento, sendo que a associação comercial vítima participou do encontro.

Fonte: Estadão.

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