A acirrada disputa pela prefeitura do Recife protagonizada por João Campos e Marília Arraes trará desdobramentos para o futuro político do estado, em especial para a sucessão de Paulo Câmara em 2022.
No êxito de João Campos, Geraldo Julio torna-se o nome natural, mas que precisará recuperar sua popularidade em dois anos para chegar fortalecido como candidato da Frente Popular a governador de Pernambuco. Na oposição, o nome do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, ganha força para o projeto, uma vez que segundo informações, ele estaria disposto a renunciar à prefeitura e liderar uma candidatura de âmbito estadual.
Na hipótese de vitória de Marília Arraes, no âmbito da Frente Popular, o nome poderia não ser o de Geraldo Julio, recaindo sobre outros nomes a opção, como os deputados federais Felipe Carreras, Tadeu Alencar e Danilo Cabral e o secretário da Casa Civil, José Neto. Enquanto na oposição, o nome de Miguel permanece no páreo, mas também reforçaria a narrativa de Raquel Lyra, uma mulher com duas tentativas vitoriosas para uma cidade polo do estado.
Ainda surgem como opções plausíveis o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, e o senador Fernando Bezerra Coelho, mas as construções de ambos dependem de unir a oposição com um projeto competitivo para fazer o contraponto ao PSB.
Vereadores – Não é só ganhar na urna que garantirá o mandato de vereador em 2020. Caso alguma mulher da chapa tenha sido candidata “laranja”, todos os vereadores eleitos pela legenda poderão ser cassados. Em parecer, o procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu o “indeferimento dos registros de candidatura de todos os candidatos de um partido, quando ficar comprovado o uso de candidatas laranjas para fraudar a cota de gênero nas eleições proporcionais”. Este já é o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas o partido Solidariedade (SD) questionou esta posição no Supremo Tribunal Federal (STF) e Aras se manifestou em parecer antes do julgamento. Por enquanto, vale o entendimento do TSE, cassar a chapa toda, caso alguma das mulheres seja “laranja”.
Recondução – Informações na imprensa nacional apontam que o Supremo Tribunal Federal (STF) já teria maioria entre seus 11 ministros para liberar a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), como presidentes da Câmara e do Senado. O entendimento no Congresso sempre foi que a reeleição é vedada no meio da legislatura, pelo artigo 57 parágrafo quarto da Constituição Federal de 1988. Agora, em processo relatado pelo ministro Gilmar Mendes, o panorama pode mudar. O STF vai decidir sobre uma ação proposta pelo PTB. O presidente da legenda Roberto Jefferson é inimigo declarado de Maia e contra a reeleição, mas sua ação agora poderá ser usada para um sentido contrário.
Podemos – Os deputados Guilherme Uchoa Júnior e Romero Albuquerque estão em diálogo permanente com Ricardo Teobaldo, presidente estadual do Podemos. A boa relação poderá culminar na ida dos dois parlamentares para a sigla presidida por Teobaldo em 2022.
Inocente quer saber – Quem vence a disputa neste domingo, João Campos ou Marília Arraes?
Fonte : Blog do Edmar Lyra.
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