Bruno Araújo: PSDB economizou R$ 70 mil com reuniões virtuais já antes da pandemia (Foto: Divulgação / PSDB) |
Com o adiamento das eleições municipais para o mês de novembro por conta da pandemia de Covid-19, as convenções partidárias, que ocorreriam dos dias 20 de julho e a 5 de agosto, foram adiadas para 31 de agosto, com prazo até 16 de setembro. É nas convenções que os partidos escolhem seus candidatos a prefeito e vereador, além de coligações majoritárias e definição dos critérios para distribuição de recursos do fundo eleitoral. Por conta do distanciamento social imposto para evitar a disseminação do novo coronavírus, as legendas estão buscando soluções digitais para realizar suas reuniões. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou, em junho, a realização das convenções por meio virtual.
Nessa esteira, o de forma pioneira, o PSDB nacional lançou, na semana passada, uma plataforma digital própria para suas convenções. Os diretórios municipais deverão fazer suas reuniões pelo portal psdbdigital.org.br. “O PSDB está respondendo com inovação aos desafios impostos pela pandemia do coronavírus. As convenções digitais têm o objetivo de evitar aglomerações, preservar a saúde dos filiados e, ao mesmo tempo, garantir o pleno cumprimento do processo democrático”, diz o texto de apresentação da ferramenta.
A legenda está disponibilizando no seu portal toda a legislação eleitoral, o calendário estabelecido pela Emenda Constitucional 107(que adiou as eleições para novembro), uma cartilha com dicas para a campanha além de aplicações e marcas para confecção de peças de propaganda eleitoral. Ao apresentar a plataforma, no dia 15 de julho, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que o site vai reunir mais de 35 mil filiados de todo o país. “Antes mesmo da pandemia o PSDB já havia adotado o sistema de reuniões partidárias virtuais, o que gerou uma economia de R$ 70 mil”, explicou Araújo.
De menor expressão, mas grande inserção no meio digital, o Partido Novo não vai investir num site próprio para suas convenções. Mas deverá usar ferramentas já consagradas para reuniões virtuais. “Há três semanas anunciamos que iríamos utilizar o Zoom para fazer nossas convenções municipais, que serão no dia 31 de agosto”, afirmou Lucas Albuquerque, presidente estadual do Novo. “Essa ferramenta garante que só os filiados terão acesso e direito a voto. Creio que seremos o primeiro partido a fazer as convenções em Pernambuco”, continuou Albuquerque.
Alguns partidos ainda não decidiram o que farão em relação às convenções e o quão virtuais elas serão. O presidente estadual do PT, Cirilo Mota, afirmou que a decisão da legenda quanto as convenções só serão acertadas depois de 16 de agosto. “Ainda vamos decidir quanto à questão da candidatura própria ou coligação. Depois disso faremos nossa convenção”, disse. Procurado pela reportagem, o vereador do Recife Ivan Moraes, do PSOL, informou que a sigla ainda não decidiu como farás sua convenção.
O PSB comunicou, por meio de nota, que está estudando como fará sua convenção. “O PSB está preparando um material de orientações virtual (uma cartilha), que será disponibilizado para todos os presidentes municipais e o corpo jurídico do partido também fará uma reunião online com os representantes municipais para explanar como deve ser esse novo cenário das convenções virtuais”, diz o texto. O partido espera que esse encontro aconteça na próxima semana, mas a definição da data do encontro com o jurídico só deverá ser decidida na segunda-feira (3).
Convenção virtual é positiva se feita com inclusão, diz especialista em marketing digital
Os partidos que estão se adequando internamente para as convenções virtuais estão saindo na frente. É o que acha Rosário de Pompéia, diretora de operações da Le Fil, consultoria especializada em marketing digital. “A política não poderia ser omissa a essa pandemia. Vejo de forma positiva a digitalização desse processo. A Covid-19 afetou todo mundo e fez acelerar a transformação digital”, afirmou a especialista.
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Contudo, Rosário alerta para alguns cuidados que as legendas precisam tomar no processo novo. “ O partido que olhar isso de uma forma mais séria vai sair na frente. É preciso garantir a segurança dos dados. Estamos falando de uma época onde se comenta uma Lei Geral de Proteção de Dados, então os partidos já devem estar antenados quanto a isso, onde armazenar esses dados, qual a segurança que isso vai ter”, avalia.
A especialista afirma que a transparência do processo é outro ponto a ser observado pelas siglas.”É preciso saber se a reunião virtual vai ser gravada, onde isso será armazenado. Se vai ser feito pelo Meet, pelo Zoom. Tem que ter todo um aparato de provas jurídicas para que, com qualquer problema, o partido possa estar fundamentado. Não é porque está on-line que precisa ser instantâneo”, disse.
“Também é preciso orientação e treinamento. Nem todo mundo tem acesso. Não estamos falando de um país altamente conectado, nem de uma cidade que tenha internet para todo mundo.Isso é importante. É um desafio que isso seja feito de forma democrática. Além disso, tem uma parcela que mesmo incluída digitalmente, tendo o acesso, não sabe como usar. É preciso que haja um treinamento, uma capacitação, para colocar essas pessoas dentro dessa arena pública”, continua Rosário. “Sobre as atas, os departamentos jurídicos terão que ver como se dará esse processo das atas, com todas essas questões pontuadas”, conclui.
Fonte: : Fillipe Vilar.
Diario de PE.
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