sexta-feira, 3 de abril de 2020

Troca as fraldas, Olinda!

Ex-presidente dos Estados Unidos, a maior potência mundial, Abraham Lincoln liderou o País de forma bem-sucedida durante sua maior crise interna, a Guerra Civil Americana. Preservou a integridade territorial americana, abolindo a escravidão e fortalecendo o governo nacional.
Criado em uma família carente na fronteira oeste, Lincoln foi autodidata, tornou-se advogado, líder do Partido Whig, deputado estadual de Illinois durante os anos de 1830 e membro da Câmara dos Representantes por um mandato durante a década de 1840.
Foi um frasista fenomenal. Dentre tudo que já li a seu respeito, tem uma frase que se encaixa muito bem a cafajestagem que o presidente da Câmara de Olinda, um tal de Jorge Federal (PL), fez, ontem, com o jornalista Ivan Maurício, um dos colegas de batente mais conceituados, capacitados e honrados com os quais já convivi: “Você pode enganar algumas pessoas o tempo todo ou todas as pessoas durante algum tempo, mas não pode enganar todas as pessoas o tempo todo”.
Até quando Federal vai continuar enganando Olinda? Que direito tem de degolar um profissional da estirpe de Ivan Maurício simplesmente por se negar a votar no pau mandado dele, neste caso a sua esposa? A política e o poder têm dessas coisas. Com a caneta azul nas mãos por um tempo passageiro – na vida tudo passa – o vereador, certamente rejeitado pelo povo de Olinda, agora quer emplacar a esposa em seu lugar. Ou acha que em sua casa se elege e elege a companheira?
Não creio que se afaste para deixar a esposa em seu lugar, porque Federal parece se encaixar naquele tipo de político que não sabe viver sem mamadeira. É um marajá da política olindense. Embolsa quase R$ 40 mil por mês, assim somados: R$ 12 mil como vereador, igual valor como compensação por ser o chefe do Legislativo e mais R$ 15 mil de aposentadoria de agente da Polícia Federal.
Políticos dessa estirpe estão com os seus dias contados. O mundo mudou. A globalização mexeu com conceitos, quebrou paradigmas sem, no entanto, extirpar do homem o exercício diário e permanente de se curvar ao que se aprende em casa, desde as primeiras lições passadas pelos nossos avôs: não ceder à fraqueza da alma e do espírito. Federal foi fraco. Só um verme pode tirar o emprego de alguém por razão tão abominável.
A sociedade repugna igual comportamento porque não há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento da justiça. Neste caso, a injustiça não atingiu apenas um jornalista, mas a classe trabalhadora em geral. O Brasil cansou de políticos que não acreditam no direito do homem de trabalhar como quiser, de ser dono de suas propriedades e de ter o Estado para lhe servir e não como seu dono.
Essa é a essência de cidadania. Dessas liberdades dependem todas as outras, o que só Jorge Federal não sabe. O povo de Olinda um dia vai ser poupado desse tipo de político. Eça de Queirós disse certa vez: “Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”.
Troca de fralda, Olinda!
O desabafo de Ivan – “Em pleno pico da pandemia do coronavírus e em meio a isolamento social, recebi, na última terça-feira (31/03), telefonema do vereador Jorge Federal, presidente da Câmara Municipal de Olinda, condicionando minha permanência no cargo de diretor de Comunicação a ter que votar e fazer campanha eleitoral para sua esposa, Janaína Federal, pré-candidata a vereadora na cidade. Não aceitei a imposição por considerar um desrespeito e descumprimento ao princípio constitucional que diz ser “inviolável a liberdade de consciência e de crença”. Ontem (01/04), fui surpreendido com novo telefonema do vereador Jorge Federal me comunicado que estava exonerado do cargo. Hoje (2/4), recebi, em minha residência, a portaria formalizando a exoneração”.
Prefeituras de olho – Batizada de “coronavoucher”, a ajuda de R$ 600 que o Governo Bolsonaro aprovou no Congresso, em caráter de emergência, deve contemplar 30 milhões de brasileiros na informalidade por um período de três meses, pico da crise financeira decorrente dos efeitos do coronavírus. Os rincões nordestinos, por ser já a área mais ampla do programa Bolsa-Família, já contam com um cadastro federal desse universo a ser beneficiado. Mas os prefeitos começam a se mobilizar pela distribuição do valor pelas prefeituras. “Temos cadastro catalogado das pessoas que podem ser contempladas. Isso acelera a chegada do dinheiro na ponta e desembaraça a burocracia”, sugere Chico Siqueira (PSB), prefeito de Ipubi, no Sertão do Araripe.
Impasse nos R$ 600 – O presidente Bolsonaro disse, ontem, que vai enviar uma medida provisória para o Congresso antes de publicar a sanção do auxílio de R$ 600 mensais para trabalhadores informais. Bolsonaro disse que sancionou o projeto, aprovado pelo Congresso. Mas o texto ainda não foi publicado no “Diário Oficial da União”. Por isso, na prática, ainda não está valendo. De acordo com o presidente, ele quer que a MP garanta a legalidade do gasto extra, já que o auxílio sairá dos cofres do governo. O presidente argumentou que o Congresso tem que avalizar a criação de novas despesas e apontar as fontes de onde sairá o dinheiro.
Jornada de trabalho – O governo federal anunciou uma medida provisória (MP) que autoriza as empresas a reduzirem, proporcionalmente, a jornada de trabalho e os salários dos empregados. O objetivo é evitar que as empresas demitam durante o período da crise provocada pelo novo coronavírus. O programa contempla todas as empresas, inclusive os empregadores domésticos, englobando o total de 24,5 milhões de trabalhadores. O prazo máximo para a utilização das medidas é de 90 dias.
CURTAS
LETRA MORTA – O decreto do governador Paulo Câmara proibindo aglomerações para evitar o contágio do Covid-19 virou letra morta no Estado. As cidades de Araçoiaba e Abreu e Lima, no Grande Recife, tiveram, ontem, grandes aglomerações de pessoas nas ruas. Isso contraria o decreto de 23 de março do governo de Pernambuco que proíbe reuniões de mais de dez pessoas em todo o Estado para conter o avanço do novo coronavírus. Os principais pontos de concentração de pessoas em Abreu e Lima foram registrados do lado de fora de bancos. Em frente a uma agência da Caixa Econômica Federal, por exemplo, havia longas filas, com presença de pessoas que compõem o grupo de risco da doença Covid-19, como idosos.
NOVAS MEDIDAS – O prefeito do Recife anunciou, ontem, um pacote de ações de contingenciamento para reduzir em R$ 180 milhões as despesas da gestão municipal até o final de 2020. Os recursos economizados, segundo o Executivo, devem ser utilizados para a criação de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e medidas de assistência social para conter os efeitos da pandemia do novo coronavírus. Entre as medidas, a proibição de contratar de consultorias, locar veículos, gerar novos aluguéis, passagens aéreas e diárias.
SUSPENSÃO DO IPTU – Para o deputado Alberto Feitosa, o prefeito Geraldo Júlio enganou o comércio em geral quando anunciou a suspensão do recolhimento do ISS referente ao mês de março. “Em março, ninguém vendeu nada, isso é uma ilusão”, atesta o parlamentar, adiantando que nos meses seguintes, abril e maio, o município também não terá arrecadação de ISS porque a atividade econômica continua parada. “O que o prefeito deveria era suspender o pagamento do IPTU, aí sim, isso trairia um alívio para a população em geral”, disse Feitosa.


Perguntar não ofende: As prefeituras deveriam ficar responsáveis pela distribuição dos R$ 600 aos trabalhadores informais, como propõe o prefeito de Ipubi, Chico Siqueira?
Fonte: Blog do Magno Martins.

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