A iniciativa do presidente Jair Bolsonaro de postar em suas redes sociais um vídeo com críticas aos governadores por suposto desabastecimento - posteriormente desmentido - da Ceasa de Belo Horizonte (MG) - se deu na mesma manhã em que os governadores do Nordeste estavam reunidos, pela primeira vez, com o Comitê Científico do Consórcio Nordeste, oficializado na última segunda-feira. Antes que o presidente apagasse a postagem, o tema, naturalmente, já havia ido à pauta da reunião dos gestores, como a coluna antecipou na manhã de ontem. A Rádio CBN averiguou o local e mostrou que, diferente do que fora postado pelo presidente, não havia desabastecimento. Ao contrário, o movimento era intenso.
No caso do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, essa não foi a primeira vez que ele virou alvo de vídeo postado por Bolsonaro. Em outubro do ano passado, o presidente exibiu, em suas redes sociais, um vídeo, no qual um homem afirmava que o governador de Pernambuco estaria querendo "surfar na onda Bolsonaro". No post, o presidente acusou o socialista de "desonestidade" e o tachou de "espertalhão da vez". A crítica se referia ao 13º do Bolsa Família. O governos federal e estadual instituíram projetos semelhantes. A proposta de Paulo Câmara foi de agosto de 2018 e a de Bolsonaro, de outubro do mesmo ano. Na ocasião, o socialista reagiu, lamentando que o presidente "de maneira desinformada" faltasse "com o respeito ao governador e ao estado". Câmara afirmou que não fazia sentido "dedicar energia apenas para fabricar intrigas". Os gestores do Nordeste, ali, também rebateram: "É profundamente lamentável que a missão confiada ao atual presidente seja transformada em um vergonhoso exercício de grosserias e, neste caso, também na propagação de falsidades". Ontem, não foi diferente: voltaram a criticar. Desta vez, o presidente pediu desculpas, afirmando que "não houve a devida checagem do evento". Paulo Câmara, indagado pela coluna, lamentou: "Mais uma vez ele mostra que falta responsabilidade na condução de um assunto tão grave, como é esta pandemia da Covid-19".
Joselito vai, mas volta
O delegado Joselito Kehrle deixa a chefia da Polícia Civil, fica de licença até maio, mas volta para cumprir missão no Governo do Estado em outra área, segundo a coluna apurou. Ele já estava afastado desde janeiro, por questões de saúde na família. A administração estadual ainda tentou estender sua permanência.
Novo comando > No cenário de pandemia, a alteração tornou-se inevitável. Quem assume o comando da PCPE é o delegado Nehemias Falcão, que ocupava a subchefia da PCPE.
Insulamento > Tadeu Alencar não poupa o “gabinete do ódio”, que influencia Jair Bolsonaro a ponto de, na visão dele, o presidente encontrar-se "num preocupante isolamento". Para Tadeu, esse “insulamento” carrega assinaturas dos “filhos e do porno-filósofo Olavo de Carvalho”. “Com influenciadores desse nível, não é de se admirar o fosso em que Bolsonaro se meteu”.
Federal > A pesquisa Lide Covid-19, que tirou a temperatura entre as lideranças empresariais do Estado do impacto do novo coronavírus, apresenta vários recortes. Em relação às medidas do Governo Federal, 117 empresas as consideram "boas, mas que é preciso um pacote mais abrangente", 68 consideram "insuficientes e de pouco impacto". Foram ouvidas 220 lideranças do Estado, que faturam acima de R$ 50 milhões/ano, como a coluna registrara.
Fonte: Folha de PE.
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