As prioridades e metas específicas para a gestão municipal do Sistema Único de Assistência Social (Suas) – execução do quadriênio 2014/2017 – foram definidas pela Resolução 18/2013 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira, 17 de julho, a resolução regulamenta parte da Norma Operacional Básica de Assistência Social 2012 (NOB/Suas), que diz respeito à pactuação de metas e prioridades entre União, Estados e Municípios.
Por meio da Resolução 33 do CNAS, a NOB 2012 foi instituída. O artigo 23, parágrafo 3.º, prevê a pactuação das metas e prioridades para aprimoramento da gestão do Suas, no último ano de vigência do Plano Plurianual (PPA) de cada ente federativo. E é essa definição de responsabilidades entre a União, os Estados e os Municípios que se chama de pactuação.
O departamento técnico de Desenvolvimento Social da Confederação Nacional de Municípios (CNM) analisou o texto da Resolução 18. De acordo com as observações feitas pela área, de modo geral, a pactuação trabalha com ações em quatro áreas que compõem o Suas. São elas: Proteção Social Básica, Proteção Social Especial, Gestão e Controle Social.
Entre as diversas prioridades e metas estabelecidas, a CNM destaca algumas, por área.
Proteção Social Básica
- acompanhar as famílias registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif). A meta é atingir taxa de acompanhamento de 15% para Municípios de pequeno porte I e 10% para os demais;
- cadastrar no CadÚnico as famílias com beneficiários do Benefício de Prestação continuada (BPC), com a meta de atingir o cadastramento de 70% para Municípios de pequeno porte I e II; e
- aderir ao Programa BPC na Escola, com a meta de alcançar a adesão de 100% dos Municípios.
Proteção Social Especial
- ampliar a cobertura do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi) nos Municípios com mais de 20 mil habitantes. A meta é implantar um Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) em Municípios entre 20 e 200 mil habitantes; e
- identificar e cadastrar famílias com a presença de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. A meta é meta de atingir, até o fim de 2016, no mínimo de 70% de cadastros nos Municípios com alta incidência que aderiram ao cofinancimento das ações estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) em 2013.
Gestão
- estruturar as Secretarias Municipais de Assistência Social, com a instituição formal de áreas essenciais como subdivisão administrativa, conforme o porte do Município. As subdivisão são: Proteção Social Básica, Proteção Social Especial e a área de Gestão do Suas com competência de Vigilância Socioassistencial para os Municípios de pequeno porte I, II e médio porte.
Controle social
- Regularizar os Conselhos Municipais de Assistência Social como instância de Controle Social do Programa Bolsa Família, com meta de atingir 100% dos Conselhos.
A CNM também alerta para a necessidade de as novas normas constarem no próximo Plano Plurianual Municipal, lembrando que as prefeituras devem apresentá-lo a Câmaras até agosto. E chama a atenção para a obrigatoriedade de os Municípios elaborarem o Plano de Assistência Social de acordo com o período de elaboração do PPA em 2013. Isso em consonância com as prioridades e metas nacionais pactuadas para o quadriênio 2014-2017.
Apesar de entender que a proposta é necessária para garantir a população o acesso à direitos sociais básicos, A CNM destaca que a NOB/Suas carece da regulação de outros artigos, urgentemente. Para a entidade, a gestão das políticas sociais só vai se consolidar, de fato, quando forem definidas as responsabilidades dos demais entes, uma vez que o grande executor delas são os Municípios.
“A resolução traz avanços na perspectiva da garantia de direitos, mas traz também inúmeras responsabilidades aos gestores municipais”, avalia o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Ele explica que recai sobre as prefeituras a responsabilidade da busca ativa para inserção da população mais vulnerável nos programas sociais, e a ampliação de sua rede.
“Além de não anunciar o reajuste dos pisos de financiamento da Assistência Social, o CNAS não regulamentou o financiamento por blocos a tempo da elaboração dos PPA’s municipais, tema mais urgente a gestão financeira do Suas”, pondera Ziulkoski. Segundo o líder municipalista, as medidas iriam agilizar a gestão municipal, e fazer com que esses ampliassem sua rede de atendimento.
Fonte :CNM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário