A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, assina, neste sábado (16), comunicado conjunto com o governo cubano para reativar o Comitê Gestor Brasil-Cuba de Ciência, Tecnologia e Inovação. Em entrevista coletiva concedida a partir de Havana na noite desta sexta-feira (15), ela destacou que a iniciativa resgata a cooperação científica entre os dois países, garantindo a troca de conhecimento em áreas como saúde, biotecnologia, clima, energias renováveis, soberania e segurança alimentar e ciências agrárias.
Luciana Santos integra a delegação brasileira, que participa da Cúpula do G77+China em Havana e realiza a primeira visita oficial do Brasil ao país desde 2014. Nesta sexta-feira, ela representou, no evento, o presidente Lula, que só desembarcou na cidade no final da tarde.
Na coletiva – da qual também participaram os ministros da Saúde, Nísia Trindade, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira -, Luciana lembrou que a cooperação tecnológica entre Brasil e Cuba iniciou-se no fim da década de 1980. E destacou a importância da contribuição cubana em diversas áreas, sobretudo para o fortalecimento do complexo industrial de saúde brasileiro.
“Temos muitos interesses nessa troca. Eles atuam, por exemplo, na área de investigação de doenças raras, diabetes e na fabricação de fármacos, que é uma das questões desafiadoras para o Brasil. Na balança comercial brasileira, nós temos um déficit de US$ 20 bilhões de dólares (com medicamentos). Então, tudo o que vier a agregar desenvolvimento, pesquisa, conhecimento tecnológico é o que nos interessa. Essa lógica do ‘ganha-ganha’ é tudo o que nós desejamos”, disse a ministra.
Ela detalhou que o comunicado conjunto – que será assinado também pela ministra da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba, Elba Rosa Pérez Montoya – retoma um memorando de entendimento firmado em 2002, no qual foi criado o comitê gestor, que teve sua quarta e última reunião realizada em 2010.
“Nós queremos retomar a cooperação, não só na área do complexo industrial de saúde, mas em outras áreas mais abrangentes, como a bioeconomia. Queremos fazer uma nova reunião do comitê em 60 dias. É uma relação em que a gente aprende e, naquilo que a gente tem mais expertise,a gente oferece. A gente procura uma lógica de cooperação e parceria saudável, que faz com que encontremos soluções para o Brasil e para Cuba”, explicou a ministra.
Segundo ela, o Brasil pode contribuir com Cuba em diversas áreas, como no monitoramento dos biomas, na prevenção de desastres e na otimização da produção de alimentos.
Fonte: Blog da Folha de PE.
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