O discurso oportunista e sem sustentação ideológica da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, pré-candidata tucana ao Palácio das Princesas, sugerindo que se alia a Anderson Ferreira em qualquer cenário, até mesmo com o aliado pedindo voto para a reeleição de Bolsonaro, está sendo bombardeado. Vem da própria Caruaru o primeiro torpedo, disparado pela deputada Laura Gomes, da bancada do PSB na Assembleia Legislativa.
“Concentrada em seu palanque, Raquel assinou um artigo onde ressalta que, nas eleições de 2022, o pernambucano não deve tratar da disputa presidencial. Na ótica da candidata, para se debater Pernambuco não se deve falar de Brasília. Ao que parece, a lista de assuntos proibidos para Raquel é extensa. A começar das suas duas fracassadas movimentações políticas, logo após se colocar novamente em campanha”, alfinetou.
E acrescentou: “Primeiramente, a candidata declarou apoio ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, nas prévias de seu partido. O partido de Raquel deu uma boa amostra de sua capacidade de organização e gestão, com um sistema de votação supermoderno, que prometeu entregar o resultado da eleição interna em horas e levou uma semana para chegar a uma definição. Contados os votos, João Doria venceu e Raquel e seu candidato saíram derrotados”.
Para Laura, ainda no quesito apoios, o aliado de Raquel, Anderson Ferreira, deu as boas-vindas a Bolsonaro em seu partido, deixando claro de que lado está e qual a sua posição política. “Entre as várias promessas de campanha não cumpridas da prefeita, a que desponta no topo da lista de assuntos proibidos é a da criação de 8 mil vagas de creche em Caruaru. A quatro meses de se desvincular do cargo (pelo menos oficialmente) para concorrer ao cargo de governadora, Raquel está longe de entregar metade do prometido. A lista de Raquel só tende a crescer. Ela é que está cada vez menor”, cutucou, diga-se de passagem, com vara curta.
Bolsonarismo disfarçado – Ao ser informada que Anderson se aliou formalmente a Bolsonaro, sendo repelido de imediato pelo ex-governador João Lyra Neto, pai de Raquel, a tucana saiu com essa pérola: “Estamos firmes nos nossos propósitos. Nossos partidos terão candidatos a presidente. Eu vou com Doria, seguindo o meu partido. Anderson vai com Bolsonaro, seguindo o seu partido. Apesar de estranho, isso não interfere no nosso projeto estadual. Quem quer nacionalizar o debate, não quer debater Pernambuco”. Em tempo: Raquel acaba criar a nova política, a do bolsonarismo disfarçado.
O primeiro – Um dia após Bolsonaro ingressar no Partido Liberal, o deputado pernambucano Joel da Harpa admitiu, ontem, que pode deixar o PP (Partido Progressista) e se aliar ao projeto de reeleição do presidente da República na mesma legenda. “Recebi convite e estou avaliando o cenário com chances de me filiar”, disse. Quem não está gostando dessa história é o presidente estadual do PP, Eduardo da Fonte, que contava com Harpa na chapa proporcional da sua legenda.
Pacote – O Congresso se prepara para acelerar, nas próximas semanas, um pacote de propostas que atendem ao lobby de grupos políticos. É uma espécie de “Black Friday” parlamentar, antes da virada do ano. Medidas defendidas pelo Centrão, como a liberação de jogos de azar e a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro ao Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões, estão previstas para a pauta de dezembro. A pressa dos deputados e senadores tem motivo: eles querem votar tudo agora porque 2022 é ano eleitoral e, além do desgaste que iniciativas como essas podem representar, boa parte dos políticos costuma se ausentar de Brasília para fazer campanha em seus Estados.
Fundão – O Fundo Eleitoral é um dos itens que desperta mais interesse dos parlamentares. Após o financiamento de empresas ser vetado, em 2015, o dinheiro público se tornou a principal fonte para candidatos e partidos bancarem gastos de campanha. Por se tratar de uma medida relacionada ao Orçamento de 2022, os congressistas querem tomar uma decisão antes do fim deste ano. Presidentes de vários partidos disseram não haver um acordo sobre a quantia a ser destinada às eleições de 2022, mas afirmaram que vão se reunir, nas próximas semanas, para definir o valor.
O brigão – Além de trombar com o irmão Júlio, a quem elegeu deputado estadual por dois mandatos, o ex-prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti, que havia deixado o PTB e ingressado no PSDB em solidariedade ao velho aliado Armando Monteiro, já rompeu com este também e está ingressando no União Brasil, resultado da fusão do PSL com o DEM, para disputar um mandato na Assembleia Legislativa. Para governador, Zeca vai de Miguel Coelho. Pelo que fui informado, o irmão está apoiando Caio Maniçoba para deputado estadual.
CURTAS
BARRADO – Um turista de Goiânia (GO) foi barrado, ontem, ao tentar entrar em Fernando de Noronha. O desembarque dele ocorreu justamente no dia em que entrou em vigor na ilha o novo protocolo de vacina contra a Covid-19 e o visitante não conseguiu cumprir essa regra, de acordo com o site G-1, de Globo. Pelas novas normas, as pessoas que desembarcam na ilha devem ter o esquema vacinal completo, com a segunda dose da vacina contra Covid-19 aplicada há mais 14 dias.
DENÚNCIA – O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) remeteu à Justiça, ontem, a denúncia contra o terceiro sargento do Batalhão de Choque Reinaldo Belmiro Lins. Ele é acusado de efetuar o tiro de bala de borracha que tirou a visão do arrumador de contêineres Jonas Correia de França, de 29 anos, durante um protesto pacífico contra Jair Bolsonaro (PL).
Perguntar não ofende: Raquel Lyra é candidata a ganhar o Nobel com a sua nova política?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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