Dos três nomes que disputam as prévias no PSDB, só o governador Eduardo Leite (RS), esteve ausente, ontem, na coletiva em que o ex-prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio, e o governador João Doria (SP), falaram juntos sobre o novo aplicativo que será adotado pelo partido para conclusão do processo de votação, interrompido, no último domingo, após falha no app original, desenvolvido pela Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FAURGS).
Doria e Virgílio não só concordaram com a contratação de uma empresa privada como tiveram outra atitude comum: não economizaram elogios ao presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo. Virgílio chegou a realçar o seguinte: "Bruno não ficou só, ele teve apoio, mas, sobretudo, tomou atitudes muito corretas, foi buscar o amparo privado".
João Doria também já havia dispensado elogios ao dirigente, enaltecendo o diálogo dele "com os três pré-candidatos" e o fato de, por várias vezes, ter sido procurado pessoalmente por Bruno. As palavras coincidentes ecoaram na ausência não só de Leite, como também do próprio Bruno.
Detalhe: a relação de Bruno com Doria fora marcada por arranhões recentes. A gota d'água fora a movimentação do governador de São Paulo que, em jantar no Palácio dos Bandeirantes, ainda em fevereiro, cogitou assumir a presidência nacional do partido como forma de comandar as articulações para 2022. Na sequência, deputados da sigla foram ao Rio Grande do Sul convocar Leite a concorrer ao Planalto, o que não deixou de ser uma mostra da unidade em torno de Bruno.
Com Leite, Bruno vinha numa relação afinada até o domingo, quando a falha nas prévias ampliou o racha na sigla e parece ter redesenhado as relações internas. Nos últimos dias, nos bastidores, tucanos atribuíram a Leite uma postura de quem não se preocupou com a imagem do partido, com a instituição, mas de quem estaria"preocupado com o próprio umbigo".
Esse sentimento que vinha ganhando ressonância nas coxias acabou tomando contornos mais nítidos, ontem, quando Doria e Virgílio fizeram questão de deixar claro que Eduardo Leite partiu para um isolamento. O gaúcho, por sua vez, concedeu coletiva sozinho, na noite de ontem, fazendo valer a máxima de que os gestos, em política, têm muito peso e fazem, agora, parecer que ele virou um estranho no ninho.
Tempestade num copo d’água
Prefeito de Jaboatão e um nomes cotados para compor chapa com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, Anderson Ferreira afasta a hipótese de o cenário nacional se sobrepor ao local no que diz respeito à situação das prévias do PSDB. "Quando nos juntamos e fizemos a maior aliança das oposições, fizemos isso colocando Pernambuco à frente - e assim continuará a ser", argumenta ele.
Foco na... > Herdeiro do senador Jarbas Vasconcelos, Jarbas Filho, à coluna, registra que não seria justo "nem com a prefeitura, nem com o prefeito João Campos" permanecer na gestão municipal, se dedicando, ao mesmo tempo, ao projeto de concorrer a deputado estadual. Ele conta ter conversado com João sobre sua saída da gestão quando o gestor voltou da COP26.
...Alepe > "Estavam surgindo compromissos, que eu não tinha como dar conta estando na prefeitura. É preciso focar e trabalhar minha pré-candidatura a deputado estadual. Ele (João) entendeu e se colocou à disposição. Foi tudo numa boa", explica Jarbas Filho.
Fonte :Folha de PE.
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