quarta-feira, 22 de novembro de 2023

A culpa é da governadora

Investimento da ordem de R$ 1,8 bilhão, a Escola de Sargentos do Exército (ESA), planejada para o Nordeste em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, está na iminência de ser perdida pelo Estado. Se isso ocorrer, só há uma culpada: a governadora Raquel Lyra (PSDB), que não move uma palha para superar as dificuldades ambientais que surgiram e acelerar o projeto.

Ao invés de se abraçar com o Exército, que encontrou lá atrás um grande parceiro, o Governo do PSB, Raquel criou um Grupo de Trabalho e a Escola está entrando num processo de judicialização. “Se por qualquer motivo, tivermos problemas jurídicos, ou problemas ocasionados por questionamentos ambientais, vamos levar a Escola para a segunda prioridade, as cidades de Santa Maria (RS) ou Ponta Grossa (PR)”, alertou o general de brigada Nilton Moreno.

Ele é um dos principais responsáveis pelo projeto e um defensor incansável pelo empreendimento em Pernambuco. “Se tivermos judicialização aqui, estes são os dois fatores que podem tirar o projeto de Pernambuco. Vamos chorando, porque não queremos deixar Pernambuco, para a segunda opção, mas este é um dado da realidade”, acrescentou. Esse alerta foi dado pelo militar num café da manhã no Comando do Exército na semana passada e até agora a governadora não deu um pio.

A Escola de Sargentos do Exército está prevista para ser construída em 2027. A falta de interesse do Governo de Pernambuco reacendeu a esperança do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) de ver sua Santa Maria, no Rio Grande do Sul, de volta ao páreo para sediar a ESA. Pozzobom está de malas prontas para aterrissar em Pernambuco, falar com o Ministério Público e entender quais são os impasses que dificultam a instalação da ESA.

“Nós não desistimos. Não perdemos a esperança. É importante ressaltar que dos nossos compromissos com o Exército, 60% do que tinha sido pactuado já foi feito pela Prefeitura para receber a ESA”, disse. Para isso, ele está construindo a Perimetral Dom Ivo, a ponte do Colégio Militar e uma rede de água para a escola no Boi Morto, bairro mais afastado do centro, para fazer a energia elétrica chegar e atender todos os requisitos do plano diretor do Exército.

Estados concorrentes – Além de Santa Maria, a cidade de Ponta Grossa, no Paraná, também está na fila e disposta a aceitar as condições para sediar a Escola de Sargentos do Exército. O anúncio de que Pernambuco iria ser a sede da ESA aconteceu em outubro de 2021. Na época, o Alto Comando do Exército destacou a união de políticos, empresários e a sociedade pernambucana em torno do projeto como um dos diferenciais que fez escolher o Estado, mas com a mudança de governo o Exército não viu mais nenhum esforço por parte do Estado.

Aliado de Raquel atrapalha – Uma lei complementar de 2011 determina que empreendimentos militares para preparo e emprego das Forças Armadas estão isentos de licenciamento ambiental. Para impedir que a APA seja afetada, ativistas acionaram o Ministério Público Federal e têm tido suporte do deputado federal Túlio Gadelha (Rede), do mesmo partido da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e aliado da governadora. Aliás, um dos nomes cotados para disputar a Prefeitura do Recife com o apoio velado da tucana.

O nó ambiental – A questão ambiental é o que mais está dificultando que os planos de instalação prossigam em Pernambuco e o trabalho comece a ser executado. O terreno reservado para as obras, no município de Abreu e Lima, dentro do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti, do Exército, fica dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) Aldeia-Beberibe e concentra nascentes que abastecem o principal reservatório de água do Recife, além de um dos raros remanescentes de mata atlântica do estado.

O alerta de Coutinho – Defensor da Escola, o coordenador da bancada federal, Augusto Coutinho (Republicanos), diz que o projeto é a “maior obra do Exército dos últimos 80 anos” e vai gerar mais de seis mil empregos diretos. Sobre os possíveis danos ambientais, ressaltou que o Exército “deixou bem claro” que tem cuidado com o meio ambiente. “Todas as normas ambientais serão cumpridas para que o projeto seja aprovado. É um investimento de R$ 1,8 bilhão. O abastecimento de água, o Estado tem que resolver. Mas a gente vai perder a escola por isso? O importante é trazer esse investimento para Pernambuco. E ninguém vai passar por cima de normas ambientais”, alertou.

O esforço de José Múcio – Em março deste ano, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, levou para o auditório da sua pasta todo o comando do Exército para apresentar o projeto da Escola de Sargento à bancada federal. Convidou a governadora, mas mesmo estando em Brasília para receber umas viaturas do Governo Federal, não deu as caras por lá. O ministro pediu aos parlamentares apoio para captar recursos, por meio de emendas parlamentares, para a obra, cuja conclusão está prevista para 2034. E foi atendido. Quanto ao Estado, só má-vontade.

CURTAS

GO SE CURVA A MACIEL – Goiás presta, hoje, uma grande homenagem à memória de Marco Maciel, em ato marcado para às 18 horas na Assembleia Legislativa do Estado, durante o lançamento do livro O Estilo Marco Maciel. A iniciativa é do governador Ronaldo Caiado (UB), através do secretário Joel Braga, de Indústria e Comércio, genro de Maciel, e do ex-deputado federal Vilmar Rocha, aliado histórico do ex-vice-presidente da República.

GARANHUNS E CAPOEIRAS – Já na próxima semana, o livro terá noites de autógrafos no Agreste Meridional, começando na segunda-feira, 27, pela cidade de Garanhuns e na terça-feira em Capoeiras, graças a iniciativa dos respectivos prefeitos Sivaldo Albino e Nêgo do Mercado, ambos do PSB.

Perguntar não ofende: Por que tamanha má-vontade da governadora com a Escola do Exército?

Fonte: Blog do Magno Martins.      

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