Gustavo Krause, um dos políticos mais fiéis da chamada escola macielista, disse certa vez que Marco Maciel se revelou um dos seres humanos menos imperfeitos que conheceu em vida. O ‘Marco de Pernambuco’, como assim ficou conhecido, também pecou, mas criou uma escola política diferenciada. Para ele, o exercício da vida pública era sacerdócio.
Dedicou 50 anos da sua passagem pela terra à vida pública e morreu, em 2021, revelando-se quase uma unanimidade, respeitado entre a direita e a esquerda, reverenciado por dogmáticos, cristãos e seguidores de qualquer credo. Na homenagem que recebeu, ontem, no Senado, com uma sala batizada com o seu nome, foi classificado como grande brasileiro, estadista, um homem acima do bem e do mal.
Paulo Paim, senador petista pelo Rio Grande do Sul, saiu de uma agenda que cumpria numa comissão ao lado, adentrou no recinto sem pedir licença nem permissão para falar, e, de braços levantados, em direção à plateia, beijou a mão de Anna Maria, num gesto de reverência, e disse: “Marco Maciel foi um dos maiores homens públicos que conheci. Um democrata, que me mandava até cartãozinho de aniversário. Viva Marco Maciel”, afirmou, sob os olhares de espanto dos curiosos.
Autor da proposição, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) tratou Marco Maciel de estadista e fez uma revelação que surpreendeu a todos. Citou a presença no ato de um prefeito do seu Estado e informou que foi no município dele que foi alicerçado o maior plano de assentamento do País por decisão de Marco Maciel quando vice-presidente. “Maciel serviu ao Brasil sem se servir dos tantos cargos que ocupou”, completou.
“Eternizamos agora esse nome aqui nesta sala, reservada principalmente às CPIs, que têm o objetivo de esclarecer a população. Que esse ambiente seja também marcado pelo entendimento e pela busca na convergência nos debates dos grandes temas de interesse nacional”, disse o autor da proposta de homenagem. Outro discurso entusiasmado foi o do senador e ex-governador do Mato Grosso, Jayme Campos (UB). Relator da matéria, contou episódios que vivenciou de perto ao lado do homenageado e afirmou que escola macielista foi a da decência, da honra e da pacificação política.
O que importava era o bem – O senador Fernando Dueire (MDB-PE), um dos pais da ideia, afirmou que o grande público na inauguração é um reflexo de quem Marco Maciel foi: um político que agregava, nas palavras do parlamentar. “Hoje é dia de saudade, dia de homenagear a vida que serviu a outras vidas e que se dedicou, de coração e alma, a Pernambuco, ao Nordeste e ao Brasil. Entre passagens e permanências, conto 16 senadores prestigiando o evento. Isso é Marco Maciel, esse homem que entendia que nós tínhamos visões de mundo diferentes, caminhos diferentes, mas o que importava era o bem, o espírito público em favor do País e da política”, afirmou.
Maior referência – Vice-governadora de Pernambuco, egressa como o pai, o ex-governador Gustavo Krause, da escola macielista, Priscila Krause (Cidadania) se emocionou bastante ao final da sua fala. Depois de afirmar ser cria do macielismo e de se orgulhar disso, afirmou que Marco Maciel continua sendo a maior referência em sua vida pública. “Era um homem de elevado espírito público, devotado às grandes causas do País e do nosso Pernambuco”, afirmou.
Urgência para compensação – A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, ontem, o projeto que garante a compensação de R$ 27 bilhões da União para estados e o Distrito Federal em razão da perda de receita provocada pelo corte de ICMS incidente sobre combustíveis, ocorrido entre junho e dezembro de 2022. A matéria, enviada ao Congresso pelo Executivo e relatada com parecer favorável pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), deveria ser encaminhada à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), mas o senador Otto Alencar (PSD-BA) apresentou requerimento de urgência para análise em Plenário, após obter anuência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Recurso ao TCU – O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, entregou ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, os estudos feitos pela entidade que mostram os impactos do excesso de obrigações repassadas aos Municípios ao longo dos anos e que agravaram a crise financeira nas prefeituras. Pediu o apoio do órgão de controle para que analise os dados levantados pelo movimento municipalista que mostram a situação insustentável evidenciada na Mobilização Municipalista e recebeu do presidente do TCU a sinalização de que a demanda terá encaminhamento.
Janja e as cadelas – A primeira-dama Janja da Silva levou as cadelas Paris e Resistência ao Santuário São Francisco de Assis, em Brasília, ontem, para receber bênçãos do santo que é considerado o protetor dos animais pelos católicos. As cadelas foram abençoadas por dois freis franciscanos. Janja compartilhou o momento nas redes sociais junto a uma oração do santo na legenda. “Aproveito para deixar um trecho da oração de São Francisco: ‘Senhor, fazei-me um instrumento de Vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor.’ Que São Francisco de Assis e sua compaixão sigam inspirando a todos nós”.
CURTAS
RECADO AO STF – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse, ontem, ser “importante” que os Poderes públicos se contenham dentro de seus limites constitucionais. De sua parte, afirmou que a Câmara “cultiva e respeita” suas funções delimitadas na Carta Magna. Deu a declaração em evento sobre os 35 anos da Constituição de 1988 realizado na Casa.
TUPARETAMA PRESENTE – O lançamento do livro ‘O Estilo Marco Maciel’ em Afogados da Ingazeira, marcado para o próximo dia 19, vai se transformar num evento regional, agregando prefeitos de vários municípios. O primeiro a confirmar foi Sávio Torres, de Tuparetama.
Perguntar não ofende: Com a adesão do MDB ao Governo Raquel, João Campos vai manter o secretário Murilo Cavalcanti, indicado pelo partido?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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