Foto: Rafael Vieira/DP |
O ex-deputado federal Danilo Cabral (PSB) foi empossado, no último dia 7 de julho, como superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A indicação para o cargo técnico foi fruto dos acordos políticos que vêm sendo ampliados pelas lideranças do PT e PSB, que, juntos, elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) para a Presidência da República.
Em um evento cercado por formalidades e procedimentos de praxe para repartições públicas federais, chamou atenção a ausência da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB).
Desmontando o palanque
A relação entre os dois nunca foi das melhores: durante as eleições, Raquel era abertamente opositora à gestão do ex-governador Paulo Câmara, a quem Danilo pretendia suceder. O clima no primeiro turno foi de troca de farpas e fortes críticas à segunda metade dos 16 anos do PSB no comando do Executivo estadual. Após a derrota do socialista nas urnas e a posse da gestora no dia 1º de janeiro deste ano, as críticas continuaram.
Em abril, Danilo Cabral voltou a criticar a governadora. Ao Diario de Pernambuco, disse: “não conseguimos perceber ainda a que veio a nova gestão”. Agora, ocupando um cargo técnico, o superintendente da Sudene faz um aceno e busca apaziguar os ânimos com a atual gestão estadual.
Em uma publicação realizada nas redes sociais, o socialista, em tom conciliador, divulgou uma foto exibindo um aperto de mãos com a governadora. No texto, Danilo pontuou que, "passadas as eleições, o momento é de desarmar palanques”.
“Na condição de Superintendente da Sudene, fiz questão de procurar todos os governadores e governadoras, de todos os partidos, para nos colocar à disposição para unir esforços em defesa do Nordeste. As diferenças políticas que temos, por maiores que sejam, jamais poderão ser maiores que o nosso povo. Sempre que os interesses de Pernambuco, do Nordeste e do Brasil estiverem em discussão, vamos dialogar com todos e todas”, concluiu.
Por outro lado…
Apesar do gesto de Danilo a Raquel, o PSB não parece querer deixar de lado a postura combativa contra a atual gestão, que retirou da sigla uma hegemonia de 16 anos à frente do Palácio do Campo das Princesas. Quase que simultaneamente com a declaração do ex-candidato ao governo, veio à imprensa um pacote de críticas do deputado federal Pedro Campos (PSB) a Raquel.
Em entrevista concedida à Rádio Cultura de Caruaru, o opositor afirmou: “A gente sente falta, sim, quando a gente vê uma semana tão importante como a da reforma tributária e não vê a governadora Raquel Lyra em Brasília para dizer o que Pernambuco pensava e precisava dessa reforma". Em outro ponto da conversa, o parlamentar disse que “a governadora tem se abstido de debates cruciais para a política do estado”.
Com o ex-governador e atual presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, a colaboração institucional parece ainda não estar alinhada. De um lado, o ex-socialista diz que foi ignorado quando procurou Raquel junto ao BNB para definir soluções para o estado. Do outro, a governadora diz que procurou Câmara e chegou a pedir investimentos.
Fonte: Diário de PE.
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