A eleição para o Senado Federal em Pernambuco historicamente teve forte influência dos candidatos a governador, pois na maioria das vezes o governador eleito puxou consigo seus senadores. As exceções se deram em 1994 e 2006. A disputa deste ano tem uma atipicidade que diferencia dos pleitos anteriores, pois são cinco candidatos a governador, todos a essa altura do campeonato com chances de ida ao segundo turno.
No caso do Senado, de acordo com as pesquisas divulgadas até agora, há um certo favoritismo de Teresa Leitão, candidata de Lula, que pode repetir o desempenho de Humberto Costa, seu correligionário, eleito por duas vezes para o Senado Federal em 2010 e 2018. Mas a vaga de senador é o último cargo a ser decidido pelo eleitor, o que pode gerar forte expectativa sobre quem poderá ameaçar o favoritismo de Teresa.
Em quatro ocasiões, 1998, 2006, 2010 e 2014, as eleições para senador se definiram com certa folga para os primeiros colocados, mas as disputas de 1982, 1986, 1990, 1994, 2002 e 2018 se mostraram bastante acirradas com diferenças relativamente pequenas entre os eleitos e aquele que ficou na colocação seguinte.
O eleitor pernambucano certamente começará a se definir para a vaga de senador ao longo desta semana de reta final, e como há muitos candidatos ao Senado, é possível que a polarização nacional comece a ser replicada no estado, onde o eleitor de Lula deverá convergir para a candidatura que tem seu apoio, no caso Teresa, e o eleitor de Jair Bolsonaro deverá convergir para Gilson Machado, o que poderá possibilitar que os dois sejam os mais votados do pleito no próximo dia 2, com a dúvida se eles terão um embate acirrado no tocante aos votos ou se haverá uma certa vantagem do primeiro para o segundo colocado.
Gleide Angelo – Na bolsa de apostas da classe política está a votação de Gleide Angelo na disputa deste ano. Grande surpresa de 2018 quando obteve 412 mil votos, sendo a deputada estadual mais votada da história de Pernambuco, a votação obtida por Gleide este ano poderá ditar o tamanho da bancada do PSB, se repetir o feito, os socialistas poderão eleger dezessete parlamentares, com os últimos entrando com baixa votação. Caso caia pela metade, o PSB só deverá ficar com quinze vagas.
Pedindo votos – Bastante discreto nesta eleição, o senador Jarbas Vasconcelos (MDB) gravou um vídeo e postou nas redes sociais pedindo votos para o candidato a deputado estadual Jarbas Filho (PSB). Grande referência da política pernambucana, o pedido de votos de Jarbas para o seu filho poderá fazer com que o socialista tenha um incremento em sua votação nesta reta final da disputa.
Apoio – O candidato a deputado estadual Raffiê Dellon (União Brasil) anunciou que apoiará a candidatura de Marília Arraes (Solidariedade) à governadora. O jovem caruaruense é mais uma defecção no palanque de Miguel Coelho, antes tinha sido o prefeito de Araripina Raimundo Pimentel e sua esposa Socorro, também candidata a uma vaga na Alepe que igualmente declararam apoio a Marília.
Inocente quer saber – A disputa pelo Senado será mesmo influenciada pela polarização nacional?
Fonte: Blog do Edmar Lyra.
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