Segundo Mourão, Pazuello será novamente transferido de posto, no meio do ano
EFE/ANDRE BORGES/ARCHIVO 20-01-2021O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta sexta-feira (23) que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, provavelmente será transferido de cargo, mais uma vez, em julho. Pazuello foi exonerado há cerca de um mês por uma criticada gestão na pandemia e, hoje, o presidente Jair Bolsonaro publicou no Diário Oficial da União a nomeação dele para um cargo na Secretaria-Geral do Exército.
A nomeação permite que Pazuello saia de Manaus, onde estava lotado, e fique adido (se fixe) na capital federal, deixando seu posto na 12ª Região Militar, no Amazonas.
"O que significa adido? O camarada quando não tem função específica, ele fica adido. A Secretaria-Geral é um órgão do Exército subordinada diretamente ao comandante. Ele fica adido à secretaria para receber missões eventuais do comandante", explicou Mourão, que também é general, mas da reserva, na corporação. "O que que acontece? Agora, no mês de julho, tem promoções do Exército e, aí, movimentações de general. Aí, provavelmente, o Pazuello será movimentado para algum lugar."
Conforme antecipou o R7 Planalto nesta quinta-feira (22), o ex-titular da Saúde foi alocado para a Secretaria-Geral do Exército para, depois, ser transferido à Secretaria-Geral da Presidência da Reública. A pasta é chefiada por Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que foi deputado entre 2003 a 2019 e possui experiência no Congresso Nacional.
Onyx tem a tarefa de treinar o ex-ministro da Saúde para falar na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da covid-19 no Senado, que investigará possíveis omissões do governo federal no combate à crise sanitária decorrente da covid-19.
Além disso, ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) sinalizaram que devem punir o ex-ministro e seus auxiliares. Conforme o ministro Benjamin Zymler, relator da ação sobre a conduta do Ministério da Saúde durante a crise sanitária, a pasta evitou assumir a liderança do combate ao novo coronavírus no país.
Uma das ações da gestão de Pazuello teria sido mudar o plano de contingência do órgão na pandemia, com a finalidade de retirar responsabilidades do governo federal sobre o gerenciamento de estoques de medicamentos, insumos e testes.
Vale ressaltar que o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou no fim de março a remessa de inquérito contra o ex-ministro por suposta omissão na gestão da crise do coronavírus no Amazonas para a primeira instância, na Justiça Federal do Distrito Federal. O pedido havia sido feito nesta quarta pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Além de investigar a atuação do governo federal no combate à pandemia, em especial as ações relacionadas ao colapso do sistema de saúde de Amazonas, em janeiro deste ano, e os repasses de verbas federais a estados e municípios, a CPI da Covid vai apurar também o atraso na compra de vacinas prontas ou de matéria-prima para fabricá-las no Brasil. O colegiado terá sua primeira reunião na terça-feira da semana que vem (27).
Fonte: Daniela Matos, da Record TV em Brasília.
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