domingo, 4 de maio de 2014

Decisão da disputa é na RMR

Sem descuidar do interior do Estado, os dois principais pré-candidatos ao Governo de Pernambuco – senador Armando Monteiro Neto (PTB) e ex-secretário Paulo Câmara (PSB) – focam suas campanhas na Região Metropolitana do Recife (RMR). A área, que compreende 14 municípios, corresponde a 42% dos votos do Estado. Recife, que é o maior colégio eleitoral, possui cerca de 20% dos sufrágios. Do total, 12 prefeituras estão sob comando de aliados de Paulo Câmara e duas com grupos favoráveis a Monteiro Neto. Em ao menos três cidades os pré-candidatos dividem, guardadas as devidas proporções, apoio das principais lideranças locais. Porém, o pré-candidato socialista possui apoio dos prefeitos dos três principais colégios eleitorais da região – Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes – e de alguns adversários no último pleito.
Após pesquisas internas, o senador petebista destacou, em almoço com vereadores do PT, PTB e PRB do Recife, nesta semana, a importância que a região terá nas eleições de outubro. Mas não apenas Monteiro está ciente disso. Na última semana, o pré-candidato ao Senado pelo PSB, ex-ministro Fernando Bezerra Coelho, visitou a Câmara do Recife, no intuito de estreitar as relações com os parlamentares, pois tem bases no Sertão e precisa dos votos metropolitanos para enfrentar o ex-prefeito da Capital, deputado João Paulo (PT).















Na última eleição estadual, em 2010, Eduardo Campos (PSB) foi reeleito governador pela Frente Popular de Pernambuco, que à época unia 15 partidos, dentre os quais os novos oposicionistas, PT, PTB, PSC, PRB. Por outro lado, adversários históricos da coligação aderiram ao grupo, como PMDB, DEM e PSDB. Na ocasião, Campos, com 3,4 milhões de votos, superou Jarbas Vasconcelos (PMDB), com 585 mil; e Sérgio Xavier (PV), com 86 mil. Os três hoje estão do mesmo lado. No mesmo pleito, Armando Monteiro Neto se elegeu para o Senado como o candidato mais votado do Estado – mais de 3,1 milhões de votos, à frente de Humberto Costa (PT), com 934 mil. Ambos atualmente estão no mesmo campo, porém fora da Frente Popular.
O cientista político Hely Ferreira destaca que ter o apoio de gestores municipais não implica em vitória fácil. “Há determinados prefeitos que é melhor não ter o apoio”, alerta, exemplificando o fato de Eduardo Campos, em 2006, vencer o pleito ao Governo com apoio de poucos gestores. Além do fato de muitos deles serem mal avaliados e isso refletir negativamente na campanha eleitoral dos aliados. Ferreira salienta que o comício, hoje, é ultrapassado, visto que as pessoas já não acreditam em promessas. “O candidato tem de visitar o povo. Aliás, o ideal é uma presença constante e não circunstancial”, afirma.
Fonte : Por Marcelo Montanini
Da Folha de Pernambuco.

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