A carreira jurídica do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, pode estar chegando ao fim, mas para dar início a uma carreira dentro da política. O governador Eduardo Campos, que preside o PSB e provável candidato do partido à Presidência da República, mencionou o nome do magistrado como imbatível na disputa pelo governo do Rio de Janeiro. Segundo a Revista Veja, Barbosa teria comentado que pretende antecipar sua aposentaria - os ministros do STF devem se aposentar compulsoriamente aos 70 anos. O atual presidente tem 59 anos e está há cerca de 11 anos no Supremo.
Joaquim Barbosa nega oficialmente que almeje disputar um cargo político, mas é sondado como forte candidato de oposição ao PT e à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Porém, em uma entrevista concedida nesta semana, Barbosa disse se identificar com o PT de antes.
"Mas é o PT antigo, não esse PT de hoje, tomado por bandidos, pela corrupção. Em termos de ideias, seria o PT de antes da candidatura do Lula", afirmou. Sonhando com a filiação do "cobiçado" presidente do Supremo, Eduardo disse acreditar que o mesmo toparia o desafio.
Depois da repercussão do julgamento do processo do mensalão, Barbosa já foi convidado várias vezes para integrar alguns partidos que pretendem aproveitar a popularidade dele e obter maior aprovação dos eleitores. O próprio PSB já tinha convidado Barbosa através do deputado federal Romário, presidente do PSB no Rio de Janeiro, que postou em seu Twitter que os socialistas estavam à disposição do ministro caso ele queira se candidatar ao governo do estado. "O partido está de portas abertas para todos aqueles que desejam fazer política decente", afirmou o ex-jogador.
Além do PSB, Barbosa já foi cortejado pelo PSDB, do também presidenciável senador Aécio Neves. O mineiro desejaria ter Joaquim Barbosa na chapa presidencial como vice.
Em nota, Barbosa nega candidatura
A Secretaria de Comunicação do Supremo Tribunal Federal (STF) negou, através de uma nota oficial publicada neste sábado (15), as intenções do presidente da Corte, o ministro Joaquim Barbosa, de sair do Poder Judiciário e ser candidato à Presidência da República nas eleições deste ano. A nota oficial, porém, reiterou a intenção do magistrado em deixar a carreira no STF antes da aposentadoria compulsória, aos 70 anos.
"O presidente do Supremo Tribunal (STF), Ministro Joaquim Barbosa, ratifica que não é candidato a presidente nas eleições de 2014", diz o texto. Neste final de semana, uma matéria da revista Veja mostrou que o ministro está cogitando sua saída do STF para este mês, depois do julgamento dos embargos infrigentes no processo do mensalão. A saída estratégica logo foi associada à uma estratégia eleitoral. O nome do ministro aparece bem avaliado em pesquisas, como a recente do Datafolha, que chegou a apontá-lo com 15% das intenções de voto numa possível candidatura à Presidência da República.
A legislação brasileira permite que juízes e outros funcionários do Poder Judiciário se desincompatibilizem de seus cargos e se filiem a uma legenda até seis meses antes da eleição. Neste ano, a eleição está marcada para o dia 5 de outubro. Assim, Barbosa teria até o dia 5 de abril para procurar um partido político e viabilizar qualquer projeto político-partidário.
Confira a nota na íntegra
1) O Presidente do Supremo Tribunal (STF), Ministro Joaquim Barbosa, ratifica que não é candidato a presidente nas eleições de 2014.
2) Com relação a uma possível renúncia ao cargo que hoje ocupa, o Ministro já manifestou diversas vezes seu desejo de não permanecer no Supremo até a idade de 70 anos, quando teria que se aposentar compulsoriamente. No entanto, não existe nenhuma definição com relação ao momento de sua saída. Ele não fez consulta alguma ao setor de recursos humanos do STF sobre benefícios de aposentadoria.
3) No que se refere ao seu futuro após deixar o Tribunal, o Ministro reserva-se o direito de tomar as decisões que julgar mais adequadas para a sua vida na ocasião oportuna. Entende que após deixar a condição de servidor público, suas decisões passam a ser de caráter privado.
4) O Ministro Joaquim Barbosa não faz juízo de valor sobre nenhum dos partidos políticos brasileiros, individualmente. A respeito do quadro partidário, já expressou sua opinião no sentido da realização de uma ampla reforma política que aprimore o atual sistema. Apesar de já ter tornado público o seu voto nas últimas três eleições presidenciais, o Presidente do STF, Tribunal que é o guardião da Constituição, ratifica seu respeito por todas as agremiações partidárias, seus filiados e eleitores.
Fonte:Diario de PE.
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